Novas recomendações sobre uso da vitamina D
Menores de 18 anos, maiores de 75, grávidas ou pré-diabéticos de alto risco podem fazer o uso diário do suplemento
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A Endocrine Society, instituição que representa a classe da endocrinologia internacionalmente, publicou novas diretrizes que fazem recomendações em relação à suplementação de vitamina D, visando evitar o uso excessivo do hormônio e informando sobre quem pode realmente ser beneficiado pela ação.
Elaborada por um painel de especialistas, a publicação sugere uma “suplementação empírica” de vitamina D para grupos específicos, e saudáveis, a fim de evitar doenças. São dosagens superiores às indicadas em 2011 pela National Academy of Medicine (NAM).
Menores de 18 anos, maiores de 75 anos, grávidas ou pré-diabéticos de alto risco estão englobados no público-alvo que pode fazer o uso diário do suplemento.
A suplementação empírica é aquela sem a necessidade de fazer exames de dosagem. Menores de 18 anos, por exemplo, devem fazê-la com doses diárias de 30 microgramas para prevenir o raquitismo e potencialmente reduzir o risco de infecções do trato respiratório.
Em relação a adultos sem comorbidades, na faixa de 19 a 74 anos, a sugestão é que não haja essa dosagem rotineira, pois não existem evidências científicas que comprovem o benefício de tal “reposição”.
É válido pontuar que essas diretrizes servem como um guia para os profissionais da saúde atuarem com seus pacientes no dia a dia. Cada caso deve ser individualizado e alinhado com o médico.
Perigos
A suplementação indiscriminada do hormônio pode trazer consequências negativas para a saúde, afirmaram especialistas.
“Com o uso inadequado de vitamina D, tanto por excesso, erro em formulações, erro em forma de aplicação, você tem alguns riscos. Os principais estão vinculados à piora de função renal e hipercalcemia (excesso de cálcio no sangue). Para idosos, há risco aumentado de fraturas em fêmur”, disse Luize Giuri, médica endocrinologista.
Tatiana Genelhu, endocrinologista pediátrica, completou informando que a hipercalcemia tem sintomas como náusea, vômitos, fraqueza, anorexia, desidratação e quadro agudo de insuficiência renal.
“Em casos extremos de intoxicação por vitamina D, podem haver calcificações em outros órgãos como vasos sanguíneos, coração e rins”, finalizou.
Fique por dentro
Vitamina D
Por mais que seja conhecida como vitamina, ela é um hormônio sintetizado pelo próprio organismo ao ter o estímulo da exposição solar.
atua na saúde óssea e na preservação do sistema osteomuscular, regulando a concentração de nutrientes como o cálcio e o fósforo no corpo, e auxiliando a absorção deles no trato digestivo.
De acordo Tatiana Genelhu, endocrinologista pediátrica, apenas 10% a 20% da vitamina D provêm da dieta (peixes gordurosos de água fria e profunda, como o salmão, atum, sardinha, fungos comestíveis e ovos).
O restante deve ser sintetizado pelo próprio indivíduo. Para a produção de vitamina D, é fundamental uma adequada exposição solar.
Também existem os suplementos de vitamina D que não são recomendados para todas as pessoas.
Novas diretrizes
A Endocrine Society, instituição situada nos Estados Unidos que representa a classe da endocrinologia internacionalmente, fez uma nova publicação com várias recomendações relacionadas ao uso de suplementos de vitamina D.
Recomendações
Para crianças e adolescentes de 1 a 18 anos, é recomendada a suplementação empírica (feita sem exames de dosagem) diária oral de 30 microgramas, a fim de prevenir o raquitismo e potencialmente reduzir o risco de infecções do trato respiratório.
Para aqueles com 75 anos ou mais, é recomendada a suplementação empírica diária oral de vitamina D na dose de 20 microgramas, para reduzir potencialmente o risco de mortalidade.
Em relação às grávidas, a fim de reduzir potencialmente o risco de pré-eclâmpsia e outras condições, é recomendada a suplementação empírica diária oral de 63 microgramas de vitamina D.
Para aqueles com pré-diabetes de alto risco, visando reduzir o risco de progressão para diabetes, é sugerida a suplementação empírica oral diária com dose de 25 microgramas.
Já os adultos de 19 a 74 anos que não têm comorbidade, a recomendação é a não suplementação.
Observação: É importante fazer um acompanhamento médico para fazer o uso do suplemento.
Fonte: Pesquisa AT, especialistas consultadas e Endocrine Society.
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