Médicos explicam a doença que levou Evaristo Costa à UTI
A doença de Crohn é uma síndrome gastrointestinal crônica que afeta o intestino delgado e o cólon. Ela atinge 1% da população
O jornalista Evaristo Costa, de 47 anos, está internado desde sexta-feira (12) em razão de complicações de uma doença autoimune chamada doença de Crohn. Estimativas do Ministério da Saúde apontam que a prevalência desse problema pode ser de até 1% da população. Mas, afinal, o que é a doença de Crohn?
Trata-se de uma síndrome gastrointestinal crônica que, em geral, atinge o intestino delgado e o cólon, mas pode afetar outras partes do trato gastrointestinal. É considerada autoimune e se manifesta frequentemente na adolescência e no início da vida adulta.
A explicação é do médico coloproctologista da Unimed Vitória Giovanni Zucoloto Loureiro. O especialista aponta sinais de alerta frequentes.
“O principal alerta é a persistência dos sintomas. Uma diarreia acima de 30 dias, por exemplo, é um sinal. Sangramento retal, dor abdominal e emagrecimento repentino também compõem os sinais frequentes. A doença não tem prevalência de sexo e é importante diagnosticar precocemente”, explicou.
Quando diagnosticada precocemente, é possível alcançar o controle e a remissão, informa o médico. Há tratamento para a doença, mas ainda não há cura.
A médica gastroenterologista e endoscopista Lívia Pandolfi Tabachi explica que a causa exata da doença não é conhecida, mas acredita-se que seja o resultado de uma interação entre fatores genéticos, ambientais e do sistema imunológico.
A especialista aponta os riscos de falta de tratamento adequado à doença.
“Muitas vezes, são necessários medicamentos imunobiológicos. A doença, se não tratada adequadamente, pode ser muito debilitante, com sequelas como, por exemplo, estreitamento do intestino. Em alguns casos, são necessários tratamentos cirúrgicos”.
Para os pacientes diagnosticados, há recomendações que ajudam no tratamento da doença. Manter uma alimentação saudável, controlar o estresse, ter um sono de qualidade, não fumar e evitar ingerir bebidas alcoólicas são os principais hábitos para melhorar a qualidade de vida, dizem os médicos.
Saiba mais
O que é
A Doença de Crohn é uma doença inflamatória do trato gastrointestinal. Geralmente, ela afeta a parte inferior do intestino delgado e intestino grosso, mas pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal.
Causas
A doença é provavelmente causada por uma desregulação do sistema imunológico, ou seja, do sistema de defesa do organismo. O risco de desenvolver a doença de Crohn é igual em homens e mulheres.
Sinais de alerta
Diarreia, cólica abdominal, sangramento retal e emagrecimento são alguns sintomas comuns da doença. Também pode ocorrer perda de apetite. Para que haja um alerta, é necessário que os sintomas sejam recorrentes. Por exemplo, uma diarreia persistente, de cerca de 30 dias, é um sinal de alerta.
Há, ainda, alguns sintomas iniciais da doença, como as lesões na região anal, incluindo hemorroidas, fissuras, fístulas e abscessos.
A diarreia pode se desenvolver lentamente ou começar de maneira súbita. Frequentemente, esses sinais surgem após as refeições.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença de Crohn é feito, basicamente, por meio de exames de imagem (raio-x, endoscopia) e exames de sangue. Caso haja suspeita, busque um médico.
Riscos
Doença de Crohn é um fator de risco para o câncer de intestino. Outras complicações graves incluem obstrução intestinal e perfurações no intestino, por exemplo.
Recomendações
Cuidados com a dieta e hábitos de vida saudáveis fazem parte do tratamentos da doença. Alimentação saudável, controle do estresse, sono de qualidade, não fumar e evitar ingerir bebidas alcoólicas estão entre as recomendações mais frequentes dos médicos.
Tratamento
O tratamento varia de acordo com a fase da doença, mas toda a terapêutica se volta para reprimir o processo inflamatório desregulado.
Há medicamentos disponíveis que reduzem a inflamação e controlam os sintomas, mas a recomendação depende da aprovação médica. Ainda não há, contudo, cura para a doença.
Fonte: Ministério da Saúde, Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD) e especialistas consultados.
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