Fobia social afeta cada vez mais jovens e já atinge 300 mil no ES
O cálculo considera a população entre 18 e 59 anos, cerca de 2,3 milhões. Segundo especialistas, jovens são os mais afetados

Você já pensou em como está sendo sua interação com outra pessoa? Já teve medo do julgamento ou de estar em um palco?
Imagine esse pensamento como um copo d'agua. Mas e se fosse um mar? Para uma pessoa com fobia social, essa é a diferença. É um medo que paralisa e prejudica a vida, afirmam especialistas. No Estado, afeta cada vez mais jovens e já atinge cerca de 300 mil pessoas.
O cálculo considera a população do Espírito Santo entre 18 e 59 anos, cerca de 2,3 milhões. Sobre esse total, aplica-se a estimativa de prevalência de 13% indicada por entidades médicas, como a Associação Psiquiátrica Americana.
Mas o Transtorno de Ansiedade Social (TAS) – conhecido como fobia social – ainda é subnotificado. Apenas de 4% a 6% dos pacientes com TAS são corretamente identificados, de acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria.
Recentemente, o tema voltou a repercutir com o influenciador Felipe Bressanim, mais conhecido como Felca. Em várias entrevistas, disse conviver com o quadro. Especialistas observaram um aumento do transtorno de ansiedade social entre jovens.
“Temos observado um crescimento muito grande da ansiedade social no Brasil, tanto em adultos quanto nos jovens”, destaca a psiquiatra Fernanda Júdice, especialista em transtornos psiquiátricos.
É comum que a fobia surja na adolescência, explica o psicólogo Bruno Brito. Embora alguns sinais possam aparecer na infância e se intensificar.
“Para entender e controlar a fobia social, procure apoio de um psicólogo o quanto antes”, acrescenta a psicóloga Karla Cardozo.
Ela explica que algumas medidas podem ajudar a controlar os sintomas, como escrever em um diário ou praticar atividade física.

Para Edirley do Rosário Marinho, 36, cortador em uma industria têxtil, foram as aulas de teatro na Fiume Escola de Atores que ajudaram com a fobia social.
“Recomendo a todos que desejam ganhar mais confiança ao se expressar. Através da interpretação de diferentes personagens é possível trabalhar suas emoções e explorar formas de se colocar no mundo”.
O que é fobia social?
Também conhecida como Transtorno de Ansiedade Social (TAS), é o medo ou ansiedade relacionados a situações sociais ou de desempenho, sendo um subtipo de transtorno de ansiedade.
Pode se manifestar de forma específica, como o medo de falar em público, ou de forma generalizada, quando a pessoa tem medo intenso da maioria das situações sociais.
Quais são os sintomas?
Costuma aparecer em três frentes: comportamento, corpo e pensamentos.
No dia a dia, a fobia social leva à evitação de encontros, isolamento, pouco contato visual e até postura mais rígida.
O corpo também reage, com sintomas como coração acelerado, tontura e sensação de sufocamento.
Além de diarreia, suor, tremores, vermelhidão, boca seca e falta de ar.
Já no campo emocional e cognitivo, surgem medo intenso de ser julgado, preocupação exagerada com a opinião alheia e a tendência de reviver situações buscando falhas.
Mesmo quando parecem sinais discretos, como evitar ser o centro das atenções, eles podem trazer grande prejuízo à vida social, acadêmica e profissional.
Por que uma pessoa desenvolve?
É multifatorial. Ela resulta de predisposições biológicas, em conjunto com aspectos de personalidade e da história de vida, como poucas habilidades sociais, dificuldades para estabelecer relações com os pares, bullying e desafios nas interações familiares.
Procure atendimento com um psicólogo.
Para casos mais graves, a terapia pode ser aliada com medicamentos, indicados por um psiquiatra.
Caso Famoso

"Em 2019 eu não conseguia sair de casa. Era um medo de qualquer tipo de interação social”, Felca em entrevista ao Poddelas
'Era um bullying de muita violência e agressividade, mas o que mais dói não são os apelidos. É o isolamento. Gerou parte da minha fobia social”, Felca em vídeo gravado com a tiktoker Kika Castro
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