Espírito Santo tem 314 mortes por síndromes respiratórias no ano
Foram registradas ainda 2.718 internações, sendo que a maioria dos hospitalizados eram pessoas de até 17 anos e idosos acima dos 60

Apenas neste ano, 314 pessoas morreram em decorrência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Espírito Santo. Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o Estado registrou ainda 2.718 internações por SRAG, até a semana 37 - 13 de setembro.
As SRAGs podem ser causadas por vírus respiratórios, entre eles influenza, covid-19, rinovírus e vírus sincicial respiratório (VSR).
De acordo com o Informe Epidemiológico das Vigilâncias das Síndromes Gripais, entre as semanas 34 e 37, na faixa pediátrica os vírus de maiores circulações foram rinovírus e VSR. Entre pessoas de 18 a 59 anos os vírus mais detectados foram o rinovírus e covid, mesmos vírus que mais acometeram idosos, além do influenza.
A maioria dos hospitalizados eram pessoas de 0 a 17 anos e idosos acima dos 60 anos.
A médica e referência técnica da Vigilância da Influenza e outros vírus e Meningites da Sesa, Mariana Ribeiro Macedo, destacou que desconforto respiratório, lábios arroxeados, dor torácica, e queda de saturação são sinais de que a gripe pode estar evoluindo para um quadro mais grave.
“Pacientes que param e voltam a ter febre também devem ficar atentos. É um sinal de que a doença está complicando e ele deve procurar atendimento médico”.
Para quem está gripado, a recomendação da médica é isolamento. “Deve-se evitar ter contato com outras pessoas e usar máscara, quando necessário. Também é importante manter a limpeza das mãos, já que o vírus sobrevive em superfícies”, destacou.
Mariana lembra que a vacinação contra a covid está sendo feita para grupos prioritários, enquanto da influenza para toda população.
Em Vitória, por exemplo, é possível encontrar a vacina nas unidades de saúde, como a da Ilha de Santa Maria, onde a vacinadora Maria Michelle Simões atua.
Tatiane Comerio, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Vitória reforça que, principalmente, idosos, gestantes e crianças devem se vacinar. “Este ano temos oito óbitos por influenza, na capital, e a grande maioria é de idosos. E a nossa cobertura de vacinação contra influenza em idosos está em 62% apenas. Temos disponibilidade de vacinas”, destacou.
Falta de ar é sinal de alerta, afirmam especialistas
Dos 2.718 casos de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), 313 testaram positivos para influenza, e 78 morreram. Do total de casos de influenza, 265 não estavam vacinados, e dos que morreram, 66 não receberam o imunizante.
O infectologista Luis Henrique Borges, da Rede Meridional, explica que a gripe é uma síndrome viral, que pode ir também para os pulmões. Um sinal de alerta é a falta de ar.
“Algumas pessoas tendem a fazer uma resposta inflamatória muito mais grave do que outras pessoas, são as que chamamos de grupo de risco, como aquelas que têm imunodeficiência, câncer, os extremos de idades e as gestantes”.
O médico destaca ainda que para os não vacinados dentro do grupo de risco, a rede pública disponibiliza o Tamiflu (oseltamivir). “Essa medicação é útil quando feita até três dias de início de sintomas”.
A pneumologista Jessica Polese alerta que após uma gripe pode haver uma piora cardiovascular levando até mesmo a um infarto. “Pode haver complicações após uma gripe”.
Gripe pode desencadear complicações

Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)
A SRAG é uma condição respiratória potencialmente grave, caracterizada por sintomas respiratórios intensos que podem levar à insuficiência respiratória e, em alguns casos, até a morte.
A SRAG pode ser provocada por diferentes agentes infecciosos, como: influenza (gripe), covid, vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus.
Dados
2.718 internações por SRAG, até a semana 37 de 2025.
314 mortes por SRAG.
313 casos eram por influenza, sendo que 78 morreram. Destas mortes, 56 foram em pessoas acima dos 60 anos.
Evolução
A gripe é uma síndrome viral que pode avançar para os pulmões, causando inflamação grave. Isso ocorre principalmente em pessoas do grupo de risco, como idosos, gestantes, imunossuprimidos, pessoas com HIV, câncer ou em uso de medicamentos imunossupressores.
Nesses casos, há risco de pneumonia viral extensa, insuficiência respiratória, necessidade de intubação, podendo levar à morte.
Sinais de alerta de gravidade
Falta de ar persistente, mesmo após melhora da febre. Tosse produtiva intensa, febre prolongada e mal-estar geral. Nesses casos, é essencial buscar atendimento médico imediato.
Máscaras
Pessoas vulneráveis devem usar máscara em ambientes fechados e cheios, como ônibus, cultos religiosos e aulas, onde há maior circulação de partículas respiratórias.
Impacto cardiovascular
A gripe pode desencadear complicações como infartos e descompensação de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, aumentando o risco de morte em pessoas fragilizadas.
Vacinação
No Espírito Santo, por meio da estratégia da Sesa, toda a população com mais de 6 meses de idade pode ser vacinada contra a gripe.
A vacinação do público geral e dos grupos que compõem a estratégia especial acontece até a duração do estoque de doses, que são enviadas pelo Ministério da Saúde. A imunização contra a gripe ocorre nas mais de 700 salas de vacinação em todo território capixaba.
segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a vacinação deve ser adiada apenas em casos de doença febril aguda grave.
Se houver febre, a vacinação deve ser adiada até que o indivíduo esteja afebril por pelo menos 24 a 48 horas, para evitar confusão entre os sintomas da doença e possíveis reações adversas da vacina.
A presença de uma infecção menor, como resfriado, não deve resultar no adiamento da vacinação, segundo a SBIm.
Fonte: Sesa, SBIm e pesquisa AT.
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