ES em alerta para a circulação da dengue tipo 3
Casos da doença provocados por este sorotipo já foram detectados no Rio de Janeiro e Minas Gerais, causando preocupação
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O Espírito Santo está em alerta para a circulação do sorotipo 3 da dengue devido aos casos da doença no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, e por terem sido confirmados mais de 114 mil casos de dengue dos tipos 1 e 2 em solo capixaba este ano.
A informação é do subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Orlei Cardoso.
“Alerta a gente está, porque significa que a gente continua fazendo as ações de rotina com a rede de laboratório bem atenta, por exemplo, coletando as amostras, alinhando, porque se identificar um sorotipo 3, tem que ampliar a intervenção”, ressalta Orlei.
Ele explica que a intervenção é ampliar o bloqueio de casos para tentar matar o mosquito que está circulando com o vírus, evitando que ele se espalhe.
“O risco existe porque os estados vizinhos já notificaram o sorotipo 3, então o Espírito Santo pode vir a ter o sorotipo 3”, observa.
Orlei explicou que a circulação de um novo sorotipo pode causar complicações mais graves para quem tem comorbidades e para quem já teve dengue. Ele disse que os sorotipos que circulam no Estado são 1 e 2.
“Nós tivemos já mais de 114 mil casos confirmados. Essas pessoas estão suscetíveis, porque o vírus da dengue fragiliza o sistema imunológico. Então, a possibilidade de você ter problemas é maior.”
A médica de família e comunidade, mestre e doutoranda em doenças infecciosas pela Ufes Taynah Repsold explica que quando uma pessoa que já foi infectada por um dos sorotipos da dengue, como o 1 ou 2, é exposta a um sorotipo diferente, como o 3, os anticorpos produzidos na primeira infecção, podem, na verdade, facilitar a entrada do novo sorotipo nas células do sistema imunológico, em vez de neutralizá-lo.
“Esse fenômeno, conhecido como potenciação dependente de anticorpos, pode resultar em uma maior replicação viral e em uma resposta imunológica exacerbada, aumentando significativamente o risco de formas graves da doença, como a dengue grave (antes chamada de hemorrágica) ou a síndrome do choque da dengue”, afirma Taynah Repsold.
Já a infectologista Mylene Murad destacou que uma segunda infecção pelo vírus da dengue sempre tem maior risco de evoluir para dengue grave, não importa a ordem.
Fique por dentro
Sorotipos
Os quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) causam sintomas semelhantes, mas a gravidade pode variar dependendo do sorotipo e do histórico de infecções anteriores da pessoa, segundo a médica Taynah Repsold.
DENV-1: Geralmente está associado a quadros de dengue clássica, com febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares e articulares, erupção cutânea e, às vezes, sangramentos leves.
DENV-2: É frequentemente relacionado a casos mais graves e pode levar à dengue grave ou à síndrome do choque da dengue, especialmente em infecções subsequentes. Os sintomas incluem febre alta, dor abdominal intensa, sangramentos e sinais de choque.
DENV-3: Pode causar uma ampla gama de sintomas, desde a dengue clássica até formas graves da doença, dependendo do estado imunológico do paciente. Sintomas como erupção cutânea intensa e sangramentos são comuns.
DENV-4: Assim como os outros sorotipos, pode causar sintomas típicos da dengue clássica, mas em casos de infecção secundária, pode levar a complicações graves, incluindo a dengue grave. Os sintomas iniciais são semelhantes, incluindo febre, dor de cabeça e dores no corpo. A infecção por um sorotipo oferece imunidade para aquele sorotipo específico, mas não para os outros, o que pode aumentar o risco de uma dengue mais grave em infecções subsequentes por outros sorotipos.
Estado
O estado registrou 114.257 casos confirmados de dengue, entre a semana epidemiológica (SE) 1 (31/12/2023 a 06/01/2024) e a SE 32 (04/08/2024 - 10/08/2024).
O Espírito Santo está em alerta para a circulação da dengue tipo 3, de acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Orlei Cardoso.
Os motivos são a circulação do sorotipo em estados vizinhos e a possibilidade de agravamento dos sintomas para as pessoas que já foram infectadas pela doença.
Atualmente, estão em circulação no Estado os sorotipos 1 e 2 da dengue.
Fonte: Especialistas consultados.
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