ES descarta casos suspeitos de intoxicação por bebidas adulteradas
Os 16 pacientes investigados por possível ingestão de bebida com metanol tiveram resultado negativo para contaminação

Todos os casos de intoxicação por metanol em investigação no Espírito Santo foram descartados. Na noite de segunda-feira (13), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) divulgou um boletim, informando que os 16 casos investigados foram descartados e que não há nenhum outro em investigação.
O secretário de Estado da Saúde, Tyago Hoffmann, informou em um vídeo nas redes sociais que a Vigilância Sanitária Estadual aumentou a fiscalização, junto com a Polícia Técnico-Científica, a Polícia Civil e com as vigilâncias municipais.
“Recebemos 28 doses do antídoto mandado pelo Ministério da Saúde. E já para nos prepararmos para esses casos, autorizamos a aquisição de quatro mil doses de antídoto. Então, o Espírito Santo já está recebendo essas doses que nós adquirimos”, afirmou Hoffmann.
“Foi uma determinação do governador Renato Casagrande e do vice-governador Ricardo Ferraço para que nós estejamos preparados para atender qualquer pessoa que eventualmente seja intoxicada com o metanol”, destacou.
O secretário explicou que o Estado tem um setor que cuida de casos como o de intoxicação, que é o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIAtox) no número de telefone 0800 283 9904.
Trata-se de um serviço 24h da Sesa. “Se você tiver alguma suspeita de intoxicação procure imediatamente uma unidade de saúde e o telefone do CIAtox está disponível 24h para tirar dúvidas”, ressaltou o secretário.
Entre os sintomas que a Sesa alerta para ter atenção estão náuseas, vômitos, visão turva, além de dor de cabeça ou tontura após ingerir bebida alcoólica.
Os casos investigados e descartados foram nas cidades de Colatina, Cariacica, Guaçuí, Itapemirim, Viana, Vila Velha e Vitória, com um caso cada. Já a Serra teve sete e Marataízes, dois.
Na sexta-feira (10), o Estado recebeu as 28 ampolas do medicamento Fomepizol, encaminhadas pelo Ministério da Saúde.
O medicamento visa reforçar o estoque estratégico do Sistema Único de Saúde (SUS) destinado ao tratamento de intoxicações por metanol associado ao consumo de bebidas adulteradas, e será utilizado em casos confirmados por meio de exames laboratoriais.
“Me envenenaram”, diz vítima
A empresária Radharani Domingos, 43 anos, foi parar na UTI após consumir três caipirinhas em uma comemoração após o trabalho, em um bar nos Jardins, zona nobre de São Paulo.
Ela ficou cega, segundo os médicos, de maneira irreversível. O diagnóstico de intoxicação por metanol só veio 10 dias depois da internação, em que ficou em coma induzido e entubada.
Os primeiros exames não indicaram nada. A suspeita inicial era de Burnout, ataque de pânico ou um AVC. Só após agravamento do quadro os médicos cogitaram a presença da substância.
“Acordei passando mal. Eu achava que ia ver minhas paredes, mas só tateava. Me envenenaram. E estão envenenando outras pessoas”, afirmou Radharani em entrevista ao “Fantástico”.
A perícia ainda não divulgou os resultados das análises feitas nas garrafas do bar, que foi fechado.
O Ministério da Saúde divulgou na segunda-feira (13) que, até o momento, 213 notificações foram registradas no Brasil, sendo 32 casos confirmados e 181 em investigação. Outras 320 suspeitas foram descartadas.
Os casos de intoxicação confirmados foram em São Paulo (28), Paraná (3) e Rio Grande do Sul (1).
Quanto às mortes, cinco foram confirmadas em São Paulo e outras nove seguem em investigação: três em São Paulo, três em Pernambuco, uma no Mato Grosso do Sul, uma em Minas Gerais e uma no Ceará.
São Paulo tem mais casos suspeitos, contabilizando 100 em investigação. Em seguida, aparecem Pernambuco, com 43 suspeitas, e Rio Grande do Sul, com seis.
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