Doses mais potentes de Mounjaro nas farmácias até o fim do mês
O remédio, usado no tratamento de diabetes e para perda de peso, passará a contar com concentrações de 7,5mg e 10mg

Doses mais potentes do Mounjaro (tizerpatida) estão chegando às farmácias do País. O medicamento, usado no tratamento de diabetes e para perda de peso, passará a contar com concentrações de 7,5mg e 10mg.
As novas dosagens serão disponibilizadas a partir desta quinzena de setembro e da segunda metade de outubro, segundo a Eli Lilly do Brasil, farmacêutica responsável pela produção do remédio.
Em maio, a medicação começou a ser vendida nas dosagens em 2,5mg e 5mg. Agora, os pacientes brasileiros passam a contar com quatro dosagens: 2,5mg, 5mg, 7,5mg e 10mg.
As duas novas apresentações também estarão disponíveis pelo Programa Lilly Melhor Para Você, com o preço máximo de R$ 2.599 (7,5 mg) e R$ 2.999 (10mg) pela internet.
A nutróloga e gastroenterologista Christian Kelly Ponzo explica que a indicação para essas doses mais altas é, principalmente, para obesidade.
“O controle do diabetes, geralmente, conseguimos com as doses de 2,5mg e 5mg. As doses mais altas foram estudadas para o tratamento da obesidade. Os estudos mostram uma perda progressiva de peso quanto mais alta vamos chegando nas doses. Os estudos mostram a perda de peso 20,9% até semana 36 e 25,3% após 88 semanas de tratamento”.
A endocrinologista Priscila Pessanha explica que, inicialmente, todo paciente que começa a usar o medicamento deve iniciá-lo com a dose de 2,5mg, escalonando as doses conforme a resposta ao tratamento.
“Há aumento de doses quando verificamos que não houve um controle das taxas adequado, quando a perda de peso estacionou ou houve falha terapêutica com as doses menores. Por isso, o tratamento tem de ser individualizado”.
O nutrólogo e cirurgião Roger Bongestab destaca que há ainda doses de 12,5mg e de 15mg que não chegaram ao Brasil.
Efeitos colaterais
“Os efeitos colaterais com doses maiores são similares com doses menores, sendo menos comum náuseas e mais frequente a prisão de ventre. O paciente perde bastante o desejo alimentar, podendo ingerir menos proteínas do que o necessário, o que pode acarretar em massa muscular reduzida”.
Por conta disso, a nutricionista Mahira Rezende alerta que deve-se priorizar o consumo de proteínas em todas as refeições, como ovos, frango, peixe e carne bovina, a fim de preservar a massa muscular.
“Se o paciente não tolerar o alimento na forma sólida, sugiro utilizar a proteína na forma de suplementação em pó, como Whey Protein, proteína vegetal e proteína da carne”.
Produto esgota em minutos nos bairros
Desde que chegou ao mercado brasileiro, em maio deste ano, pacientes estão tendo dificuldades de encontrar o Mounjaro (tizerpatida), que tem esgotado em minutos nas farmácias do Estado.
Segundo Edson Daniel Marchiori, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Espírito Santo, os comerciantes estão enfrentando dificuldades até mesmo para comprar a medicação.
“Está sendo feito até pré-pedido antes mesmo de chegar às farmácias, por partes dos pacientes, porque a demanda está além do previsto. Com as novas doses, acreditamos que isso possa melhorar”.
É bom lembrar, segundo Edson, que para obter o medicamento é preciso receita médica, já que desde junho os medicamentos agonistas GLP-1 – como Mounjaro, Ozempic, Wegovy e Olire – só podem ser vendidos com retenção da receita.
Para o nutrólogo e cirurgião Roger Bongestab, ainda deve haver um tempo necessário para regularização da demanda.
“Essa falta é um ponto negativo, porque os pacientes que começaram o tratamento estão tendo de migrar para outros, porque não encontram o medicamento como deveriam. Nossa preocupação é com os pacientes que não toleraram outras medicações e que toleram esta, mas sem ela não conseguem os resultados necessários, tanto para o controle glicêmico, quanto para a perda de peso”.
Por nota, a Lilly informou que apesar de ter fornecido um volume consideravelmente maior do que a demanda esperada, esta superou qualquer expectativa, e atualmente enfrenta disponibilidade intermitente das dosagens de 2,5mg e 5mg de Mounjaro no Brasil.
“Reconhecemos que esta situação pode vir a causar uma interrupção no tratamento do diabetes tipo 2 e obesidade, e gerar frustrações em quem está em uso do medicamento”.
“Já garantimos a importação de volumes adicionais de Mounjaro para o Brasil e estamos trabalhando com propósito e urgência para estabilizar o abastecimento, sempre garantindo que a segurança dos pacientes seja uma prioridade e que nossos padrões de qualidade se mantenham”, afirmou a farmacêutica, por nota.
Fique por dentro
Tirzepatida (GLP-1 + GIP análogo)
Marca comercial: Mounjaro, indicado para o tratamento de diabetes tipo 2 e da obesidade.
Doses: os pacientes brasileiros passam a contar com quatro dosagens: 2,5mg, 5mg, 7,5mg e 10mg.
Via de administração: subcutânea semanal.
Perda de peso: pode chegar a 25%.
Diferencial: atua como duplo agonista – mimetiza tanto o GLP-1 quanto o GIP, oferecendo maior eficácia no controle glicêmico e perda de peso.
Preço
Doses de 2,5m e 5mg
Dentro do Programa Lilly Melhor Para Você, o remédio sai a R$ 1.406,75 (2,5mg) e R$ 1.759,64 (5 mg) no e-commerce e R$ 1.506,76 (2,5 mg) e R$ 1.859,65 (5mg) nas lojas físicas.
Já as compras realizadas fora do programa terão os valores máximos de R$ 1.907,29 (2,5mg) e R$ 2.384,34 (5 mg), considerando a alíquota de 18% de ICMS.
Doses 7,5mg e 10mg
Pelo Programa Lilly sai a R$ 2.599(7,5mg) e R$ 2.999 (10mg) no e-commerce e R$ 2.699 (7,5mg) e R$ 3.099 (10mg) nas lojas físicas, considerando o mês de tratamento, composto de uma caixa com quatro canetas autoinjetoras.
As compras realizadas fora do programa terão os valores máximos de R$ 3.175 (7,5mg) e R$ 3.645 (10mg), considerando a alíquota de 18% de ICMS.
Quando aumentar a dose?
As doses disponíveis no Brasil variam de 2,5mg até 10mg , sempre com aumento gradual a cada quatro semanas, conforme orientação médica.
Especialistas reforçam que a dose ideal deve ser individualizada, mas esperam que as novas formulações tragam resultados clínicos e laboratoriais ainda mais robustos.
Fonte: Lilly e especialistas consultados.
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