Crises de asma em crianças têm relação com poluição do ar, aponta pesquisa
Nova pesquisa investigou razões que podem justificar crises de asma que não são provocadas por infecções virais
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Uma nova pesquisa investigou razões que podem justificar crises de asma que não são provocadas por infecções virais. Os cientistas concluíram que o nível de poluição do ar ao qual os menores são expostos em centros urbanos está ligado aos ataques repentinos.
A asma é um problema em que as vias respiratórias de uma pessoa ficam obstruídas, o que dificulta a capacidade de respirar. Em alguns casos, a pessoa com asma pode ter um ataque repentino, comprometendo seriamente a passagem do ar para os pulmões. O cenário é sério, podendo levar até à morte.
A nova pesquisa, que foi publicada na Lancet, teve o objetivo de entender as razões desses ataques sem uma razão óbvia. Uma hipótese já existente é que gases poluentes seriam um dos fatores. O estudo se valeu dessa possível explicação para realizar análises.
Os cientistas compararam dados de dois estudos norte-americanos previamente realizados. Ambas as investigações acompanharam crianças com histórico de asma que moravam em áreas urbanas de cidades dos EUA.
Os pesquisadores do artigo da Lancet selecionaram uma amostra específica de cada um desses dois estudos. Do primeiro, foram 168 participantes que relataram casos de doenças respiratórias. Já no segundo estudo, os investigadores selecionaram os dados de 189 crianças que tiveram amostras nasais coletadas.
Então, os autores complementaram as informações dessas crianças com dados da qualidade do ar, como em relação à quantidade de partículas poluentes, das localidades em que elas residiam. Com o paralelo traçado entre o quadro respiratório dos menores e a poluição, foi possível observar como a má qualidade do ar esteve associada com o aumento de problemas respiratórios e também com o aparecimento das crises de asma quando não houve registros de infecção viral nas crianças.
Isso ocorre porque esses poluentes impactam as vias aéreas superiores, podendo acarretar as crises de asmas. Além disso, eles também têm efeito na capacidade respiratória por provocar uma diminuição da atividade pulmonar.
Um desses poluentes observados no estudo é o material particulado fino, imperceptível aos olhos humanos. Exemplos desse tipo de composto são as emissões de fumaça por veículos e queimadas de florestas. No estudo, os cientistas concluíram que uma maior quantidade de material particulado fino no ar provocava uma série de respostas inflamatórias não vistas em crises de asmas desencadeada por uma infecção viral comum.
O ozônio foi outro composto com uma relação considerável na piora da qualidade do ar e aparecimento das crises de asma observada nas crianças no estudo. Quando localizado na estratosfera, ou seja, no mínimo 40 km acima da superfície terrestre, esse composto é benéfico por formar a camada de ozônio, importante mecanismo para proteger contra a radiação ultravioleta.
Entretanto, caso esteja presente na troposfera, com até 10 km acima da Terra, ele pode causar problemas respiratórios, como inflamações no pulmão. Esse foi um dos problemas que os cientistas observaram nas crianças com a nova pesquisa.
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