Abandonadas pelos maridos em tratamentos
Pacientes que tratam câncer sofrem com fim de relacionamento após os companheiros não conseguirem lidar com a doença
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Ao longo do tratamento contra o câncer, existem mulheres que enfrentam o abandono por parte de seus maridos, de acordo com especialistas ouvidos por A Tribuna.
Um caso recente de separação é o da cantora Preta Gil, que está com câncer de intestino e terminou o relacionamento de sete anos com o personal trainer Rodrigo Godoy após descobrir traição.
Segundo o colunista Léo Dias, Rodrigo supostamente traiu a artista com mulheres no início do ano, inclusive com a ex-estilista dela.
Virgínia Altoé Sessa, oncologista da Oncoclínicas ES, disse que histórias de mulheres com câncer que são abandonadas por seus maridos são frequentes.
“Se o casamento já vai mal, quando há o câncer, o marido aproveita para sair do relacionamento. Existem casos em que ele até fica junto ao longo do tratamento, e outros que já rompem assim que o diagnóstico é dado”.
“Incentivamos o diálogo. O maior dificultador no tratamento do câncer é o ciclo do silêncio Alessandro dos Anjos, Assistente Social
“Quando a mulher perde um órgão, como as mamas, tem aquele olhar diferente por parte do marido. Há a perda da libido e do cabelo. Às vezes, eles acham que é muito difícil lidar com a doença e não querem levar isso para a vida deles”, completou.
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Virgínia também disse que acontece o contrário. Ao estarem em um momento tão difícil na vida, algumas de suas pacientes já decidiram encerrar a relação.
Wesley Vargas Mourão, oncologista do Núcleo Especializado em Oncologia (Neon), lamentou que esse abandono ocorra e alertou que o suporte dos companheiros é importante.
“O apoio do marido é fundamental. O paciente precisa disso, e seu companheiro tem que ser a pessoa que te dá suporte”.
O assistente social da Afecc-Hospital Santa Rita, Alessandro Kerkovsky dos Anjos, afirmou que o diálogo é muito importante ao longo do tratamento oncológico.
“O abandono por parte do marido é frequente. A separação pode afetar até no tratamento da paciente Virgínia Altoé Sessa, Oncologista
“O maior dificultador no tratamento é o ciclo do silêncio. Se as pessoas não conversam sobre o que estão vivendo, tanto o cônjuge, quanto o paciente, pode ser criado um abismo entre ambos”, falou.
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