20 mil pessoas no ES vivem com o vírus HIV
Número acende o alerta no mês em que o País volta os olhos para a prevenção e a conscientização no Dezembro Vermelho
Mais de 20 mil pessoas vivem hoje com o HIV/Aids no Espírito Santo, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
O número, segundo especialistas, acende o alerta justamente no mês em que o País volta os olhos para a prevenção e a conscientização sobre a doença, no Dezembro Vermelho.
Neste ano, foram realizadas 1.074 novas notificações de casos de HIV/Aids no Estado, sendo 256 do sexo feminino (23,84%) e 818 do sexo masculino (76,16%). Os dados são de até 31 de outubro. Em 2024, foram 1.106 novas notificações, sendo 272 do sexo feminino e 831 do sexo masculino.
O infectologista Luís Henrique Borges, da Rede Meridional, explica que a pessoa vivendo com HIV/Aids, embora seja portadora do vírus, não é mais uma pessoa doente.
“Essa pessoa tem uma condição. A Aids é a evolução da infecção pelo HIV, quando não tratada ou conhecida. O indivíduo soropositivo porta o vírus, mas não tem adoecimento decorrente da ação do vírus. E já a pessoa com Aids tem uma deficiência avançada de imunidade causada pelo vírus, que leva tempo para se estabelecer”.
O médico ressalta que o diagnóstico precoce – feito quando a pessoa vai doar sangue, fazer um check-up médico ou cirurgia – permite que o tratamento seja feito quando ainda não há uma repercussão clínica importante, no sentido da redução de imunidade.
Especialistas alertam ainda que a principal forma de transmissão do vírus é por meio do contato sexual desprotegido com pessoa infectada.
Como forma de prevenção, além do preservativo, o pediatra e infectologista pediátrico Rodrigo Barroso Araújo, do Centro de Referência IST/AIDS de Vila Velha, destaca que existem ainda medicações específicas para prevenção do vírus: a PEP – profilaxia pós-exposição – e a PrEP – profilaxia pré-exposição de risco à infecção pelo HIV.
“A PEP é para quem teve um evento pontual e depois da exposição tem até 72 horas para fazer o uso. Já a PrEP é para quem se expõe ao vírus com frequência, então já usam a medicação antes de se expor. A pessoa que toma a medicação de forma adequada tem uma proteção acima de 90%, segundo dados do Ministério da Saúde”.
Saiba mais
Dezembro Vermelho
Criado em 1988 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial de Luta contra a Aids se estende por todo o mês, por meio da campanha do “Dezembro Vermelho”, cor que representa o símbolo internacional de solidariedade e apoio às pessoas que vivem com a doença e de lembrança das vidas perdidas.
Dados
No Espírito Santo, atualmente, 20.721 pessoas vivem com HIV/AIDS e estão em tratamento com medicação antirretroviral, incluindo serviços públicos e privados. Os dados são de até 31 de outubro.
Neste ano, foram realizadas 1.074 novas notificações de casos de HIV/AIDS no Estado, sendo 256 do sexo feminino (23,84%) e 818 do sexo masculino (76,16%). Em 2024, foram 1.106 novas notificações, sendo 272 do sexo feminino e 831 do sexo masculino. Cinco crianças com a doença foram notificadas este ano.
Quanto aos óbitos, neste ano, 152 pessoas vieram a óbito no Estado em decorrência de HIV/Aids (dados de janeiro a primeira quinzena de outubro).
Já em relação ao PrEP, atualmente 4.575 pessoas já acessaram o serviço e estão em uso da Profilaxia Pré-Exposição.
Teste
O teste pode ser realizado nas Unidades Básicas de Saúde e atualmente há os “testes rápidos”, nos quais o resultado sai em até 30 minutos. Quanto antes o diagnóstico, mais cedo se inicia o cuidado.
O teste pode ser feito sem sintomas. Há um período em que o vírus pode se manifestar, em até 90 dias, após a exposição. Por isso, sempre é recomendável repetir o teste, segundo especialistas.
Tratamento
Toda pessoa que tem o diagnóstico deve procurar um serviço para tratar. Dessa forma, além de cuidar da própria saúde e manter o sistema imunológico eficiente, também impede a transmissão do vírus para outras pessoas.
No Estado existem os Serviços de Atenção Especializados (SAEs), onde a medicação antirretroviral é fornecida para usuários do SUS e da rede privada, de forma gratuita, além de disponibilizar os insumos e exames necessários para o tratamento e acompanhamento das pessoas que vivem com o HIV.
PEP
É a profilaxia pós-exposição a material biológico de risco de infecção pelo HIV. Caso tenha contato sexual sem preservativos, ou rompimento dele, ou acidente com material perfurocortante, a pessoa deve procurar um serviço até 72 horas após a exposição, para fazer o protocolo e iniciar medicação antirretroviral caso indicado, e que deve ser tomada por 28 dias.
PrEP
É a profilaxia pré-exposição de risco à infecção pelo HIV. É um método de prevenção da infecção pelo vírus HIV, indicado para pessoas que têm alto risco de entrar em contato com o vírus, e consiste no uso de antirretrovirais, que agem impedindo que o vírus consiga se multiplicar dentro do organismo, prevenindo a infecção. É fornecido gratuitamente pelo SUS.
Preservativos
Internos, externos e gel lubrificantes são distribuídos gratuitamente em qualquer serviço público de saúde.
Fonte: Sesa.
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