10 atitudes que ajudam a controlar as emoções
Especialistas alertam que sentimentos não devem ser reprimidos. É importante buscar o equilíbrio emocional
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Há quem pense que sentimentos intensos, como a raiva, devem ser reprimidos. Só que o equilíbrio emocional, segundo especialistas, não diz respeito a sufocar emoções.
A psicóloga Lívia Fraga Ferrão explica que o controle das emoções fala sobre identificar a emoção, processá-la e lidar com ela de maneira saudável.
“Quando tentamos reprimir uma emoção, estamos fazendo um processo bem diferente, de tentar ignorar que ela existe ou fingir que nada aconteceu. Não é saudável reprimir nossas emoções, precisamos entender o que elas sinalizam para conseguirmos agir de maneira assertiva”.
A repressão emocional geralmente ocorre quando o indivíduo não se sente seguro para vivenciar ou expressar determinadas emoções, muitas vezes devido ao medo de julgamento, acreditando que tal emoção seja inaceitável ou “errada”, destaca a psicóloga Izabelli Pancieri.
Mas reprimir não é o melhor caminho, afirma a psicóloga Natalia Oliveira. “O mais viável é aprender a lidar com o que se sente de forma saudável, encontrando um equilíbrio entre expressar as emoções e não se deixar dominar por impulsos”.
A pessoa que reprime suas emoções, diz a psicóloga Helena Lorencini, não dá espaço para sentir e não reflete sobre suas necessidades emocionais.
Reprimir emoções significa, segundo a psicóloga Marília Zanette, da Bluzz Saúde, ignorá-las ou suprimi-las sem lidar com sua causa, o que pode gerar efeitos negativos, como estresse, ansiedade e explosões emocionais futuras.
“Em vez disso, o ideal é controlar as emoções, ou seja, reconhecê-las, compreendê-las e expressá-las de forma adequada.
No caso de processar sentimentos ruins, Marília orienta que, para esses casos, o primeiro passo é identificar o sentimento e a situação que os desencadearam.
“Todo sentimento é influenciado por um pensamento, por isso, identifique-o”.
Dar um nome à emoção, aconselha a psicóloga Lívia Fraga Ferrão, também ajuda a entender o que está sentindo e faz com que a pessoa possa se expressar com mais clareza.
“Vale lembrar que em muitas situações é importante a pessoa buscar auxílio de profissional da psicologia para ajudá-la a lidar melhor com as suas próprias emoções e superar momentos desafiadores”, destaca.
Humor para aliviar estresse
A esteticista Yandra Zaban, de 48 anos, conta que, entre as técnicas para manter o controle emocional, usa a razão nos momentos caóticos. “Esse é um processo de amadurecimento. Existem muitas situações que exigem controle emocional, principalmente quando a segurança de outra pessoa depende de nós. Procuro olhar a situação de forma realista, ainda que seja difícil, mas a esperança e a fé são ótimas aliadas. O humor, diante das situações difíceis, também ajuda muito e alivia o estresse”.
Um lugar onde ela se refugia é na natureza. “A natureza é o lugar onde consigo parar a mente e zerar os pensamentos”, afirma.
Equilíbrio emocional reduz até dor crônica
As emoções podem afetar até mesmo a saúde do corpo. Reprimir emoções, por exemplo, pode levar a muitas doenças de cunho emocional, como gastrite nervosa, dores de cabeça, e quadros de ansiedade e depressão, alerta a psicóloga Helena Lorencini.
Estudos recentes indicam, de acordo com a psicóloga Izabelli Pancieri, que o processo de regulação emocional tem um papel fundamental no manejo e na redução da dor crônica.
“Dessa forma, quando há uma integração eficaz entre cuidados emocionais e físicos, conseguimos processar as emoções de maneira saudável, mantendo um equilíbrio para o corpo e, consequentemente, prevenindo o desenvolvimento de doenças”.
Atitudes que ajudam a controlar as emoções
1. Reconheça o que sente
Identifique e aceite suas emoções sem julgá-las, para assim conseguir lidar com elas da melhor forma.
2. Pratique a respiração consciente
Ajustar as emoções começa pelo restabelecimento corporal, e a respiração é uma ferramenta poderosa para isso.
Dica: Inspire profundamente pelo nariz por aproximadamente 4 segundos, segure o ar por 2 segundos e expire lentamente pela boca por 6 segundos. Esse padrão desacelera o sistema nervoso, reduzindo a intensidade emocional e dando mais clareza em como agir.
3. Reflita antes de reagir
Questione a origem e a lógica dos seus sentimentos e se está coerente com como você gostaria de agir.
Reflita sobre maneiras de responder aos problemas de forma conectada com seus valores pessoais, onde suas atitudes se aproximem da pessoa que você gosta de ser; sempre tentando ser assertivo – nem passivo e nem agressivo.
4. Cuide do corpo e da mente
Hábitos saudáveis, como boa alimentação, sono adequado, atividade física e lazer ajudam no autoconhecimento físico e mental.
Uma boa noite de sono ajuda a regular as emoções e a melhorar a capacidade de lidar com estresse.
5. Procure apoio
Converse com pessoas de confiança ou busque ajuda profissional.
O apoio de amigos e familiares é fundamental para o bem-estar emocional.
6. Desenvolva a autocompaixão
Trate a si mesmo com gentileza em momentos difíceis.
7. Aceite as emoções
Aceite as emoções desconfortáveis, pois cada uma é importante e possui uma função. Por exemplo: quando a pessoa está triste, geralmente fica mais introspectiva, cenário ideal para que reflexões importantes aconteçam.
8. Vida equilibrada
Tenha uma vida equilibrada, com sono de qualidade, atividade física, prática de meditação ou ioga.
9. Estabeleça limites
Aprenda a dizer não e a estabelecer limites saudáveis para evitar o sobrecarregamento emocional.
10. Mantenha um diário emocional
Registre pensamentos e sentimentos para identificar padrões e desencadeadores.
Fonte: Psicólogas Marília Zanette, Natalia Oliveira, Helena Lorencini e pesquisa AT.
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