Eleições 2024: PT e PL lideram em pré-candidaturas pelo País
Bancadas de Lula e Bolsonaro são as que mais têm concorrentes, e pleito pode ter 23 deputados do PL e 19 do PT, autodeclarados
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Em 2024, eleitores dos municípios brasileiros elegem prefeitos e vereadores para os próximos quatro anos. Apesar da escolha em nível local, a eleição deste ano deve refletir a polarização nacional entre o presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A sete meses do pleito, as bancadas de PL e PT, as maiores da Câmara, também acumulam o maior número de parlamentares que se apresentam como pré-candidatos.
Dos 96 deputados do PL, 23 afirmaram que são pré-candidatos a alguma prefeitura. Entre os 68 petistas da Câmara, 19 disseram ser pré-candidatos. A Agência Estado ouviu os 513 deputados e 81 senadores entre os dias 19 de fevereiro e 11 de março. No total, 96 deputados e senadores afirmaram que devem concorrer a prefeito.
Especialistas explicam que o pleito municipal desempenha papel estratégico na articulação política do País. Neste ano, a importância da eleição é ainda maior para os partidos de Lula e Bolsonaro.
Aos petistas, o sufrágio pode ser um indicativo da aprovação da gestão federal. Aos bolsonaristas, vale manter o ex-presidente, inelegível até 2030, vivo no debate político. Aos dois interessa a projeção de prefeitos nas principais cidades, que poderão funcionar como cabos eleitorais em 2026.
Os deputados estão interessados nos pleitos tanto de capitais quanto de colégios eleitorais estratégicos, em municípios com mais de 100 mil habitantes.
Ao todo, 66 municípios brasileiros deverão ter um congressista na disputa ao Executivo local. Os números ainda podem ser alterados, pois os nomes precisam ser apresentados e aprovados até agosto, nas convenções partidárias.
Dos 23 pré-candidatos do PL, nove devem disputar capitais e 14 almejam prefeituras de municípios do interior. Dos 19 pré-candidatos do PT, nove podem concorrer em capitais e outros 10 pretendem competir no interior. A terceira sigla com mais deputados pré-candidatos é o União Brasil, com dez.
No fim de janeiro, Lula não só reconheceu que o País está polarizado como pontuou que, na sua avaliação, isso é “bom” para o debate. “Aqui no Brasil vai ter polarização, e eu acho bom que tenha, nós somos uma sociedade viva”, afirmou. “A polarização sempre vai existir. Não tem jeito”
128 petistas em cidades maiores
Coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral do PT, o senador Humberto Costa (PE) diz que o partido já tem, até o momento, 88 candidaturas definidas em cidades com mais de 100 mil eleitores, sem considerar somente congressistas. Até o pleito, esse número pode chegar a 128 candidatos, a depender das articulações.
”Existem muitos parlamentares federais, estaduais ou até mesmo vereadores que estão deixando a vereança para disputar a prefeitura. Nós não estabelecemos nenhuma meta. Geralmente, o deputado é alguém que naquele município teve uma votação expressiva e tem uma presença social e um mandato forte naquela região”.
Segundo Costa, as candidaturas de parlamentares não fazem parte de uma estratégia do PT, mas podem garantir uma votação mínima para que o partido consiga eleger prefeitos e vereadores. “Não é uma estratégia nossa ter os deputados como candidatos. É coincidência.”
O Estadão procurou o PL, mas não obteve retorno.
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