Deputados obrigados a usar terno e gravata
Conhecido por vestir calça jeans e camiseta, Meneguelli reclamou e disse que se sente discriminado, mas que vai cumprir a regra
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Em sessão ordinária, os deputados da Assembleia Legislativa aprovaram, ontem, o Projeto de Resolução 17/2023, que obriga que os parlamentares façam uso de terno e gravata dentro do Plenário da Casa.
Sergio Meneguelli (Republicanos), no entanto, além de não ter concordado com o texto da matéria, foi à tribuna e se manifestou, dizendo que se sentia discriminado com a aprovação, criticando até mesmo o presidente, Marcelo Santos (Podemos), autor da proposta.
Meneguelli é conhecido por utilizar na Assembleia calça jeans, tênis all-star e camisetas com a frase “Eu amo Colatina”.
“Esse projeto parece que é unicamente para atingir meu vestuário nessa Casa. O chapéu vai ser permitido, a farda também. Quero dizer aos senhores que estou me sentindo discriminado”, disse Meneguelli.
O chapéu e a farda que Meneguelli se referiu são vestimentas utilizadas pelos deputados Pablo Muribeca (Patriota) e Capitão Assumção (PL), respectivamente.
O texto original do projeto deixa claro que os deputados “egressos da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros ou das Forças Armadas poderão fazer uso do fardamento de gala”. O projeto, porém, não especifica sobre o uso do chapéu.
Em resposta a Meneguelli, o presidente Marcelo Santos comentou que chegou a permitir que o colatinense ficasse sem utilizar o terno durante o período de convalescênça da cirurgia realizada no intestino.
“Vossa excelência sabia da obrigatoriedade do uso do terno e gravata, tanto que me 'atravessou' um ofício pedindo a dispensa para não usá-lo enquanto estivesse enfermo. Eu deferi. Como não está mais necessitando, tendo em vista que publica vídeos andando de bicicleta, não vejo necessidade da dispensa do terno”, rebateu Marcelo.
Meneguelli ainda falou que havia desafiado qualquer deputado para que mostrasse a ele que a Casa tinha a obrigatoriedade do uso do terno e gravata, antes da aprovação do projeto de ontem.
“Quando eu vi que o regimento deixava o parlamentar livre para usar o que quisesse, ninguém me falou o contrário. Eu tenho o maior respeito pela lei, vou cumprir, mas quero dizer que quem tinha razão até o momento era eu, porque não era obrigatório”, finalizou.
Saiba mais
Farda e chapéu liberados
O texto do projeto da Assembleia que prevê a obrigatoriedade do uso de terno, camisa social, gravata e calçados adequados fala que o deputado que não cumprir as determinações não terá a presença computada na sessão a que comparecer, nem poderá se manifestar ou votar.
Assista a reportagem da TV Tribuna / SBT
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