Servidora do ES acusada de comprar remédios furtados é exonerada
Ela e o marido são suspeitos de envolvimento em esquema milionário de furto de medicamentos
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Uma servidora pública que era assessora parlamentar no Estado foi exonerada após suspeita de envolvimento em um esquema milionário de furtos de medicamentos. A exoneração foi publicada na edição extra do Diário do Poder Legislativo desta segunda-feira (22).
A mulher é investigada por agir como receptadora de uma quadrilha que furtava medicamentos de alto custo da Divisão Regional de Saúde de São Paulo. Ela e o companheiro dirigem uma ONG de apoio à pessoas com dificuldade de locomoção, na Serra.
O casal é apontado pela polícia como compradores dos remédios para tratamento de câncer que eram furtados por uma organização criminosa de Campinas. As informações são do Tribuna Notícias.
O esquema criminoso foi descoberto após um homem de 63 anos ganhar na Justiça de São Paulo o direito de receber um medicamento cuja ampola custa cerca de R$ 22 mil.
O homem, no entanto, não conseguia pegar o remédio, mesmo indo por diversas vezes até o posto de distribuição. No local, os funcionários não sabiam explicar a ausência da medicação.
O caso passou a ser investigado pela polícia, que descobriu que 79 caixas haviam sido furtadas do estoque. As investigações mostraram que os desvios eram cometidos por um funcionário há pelo menos um ano.
O suspeito contava com a ajuda da enteada, que era responsável por enviar esses medicamentos de venda proibida para o Espírito Santo. A quadrilha ainda contava com outros dois membros em São Paulo, que são familiares do homem que furtava os remédios.
O delegado Elton Costa, responsável pela investigação em São Paulo explicou que os familiares do funcionário eram responsáveis por providenciar clínicas ou pessoas que comprassem esses medicamentos. "Ele trabalhava muito tempo na farmácia, sabia como funcionava o sistema e conseguia desviar esses remédios", explicou.
O funcionário em questão foi preso, assim como a esposa dele e a enteada. O marido desta enteada também é procurado por envolvimento, mas está foragido. Informações dão conta de que o esquema movimentou mais de um milhão de reais.
Após a divulgação da informação de que a assessora parlamentar é suspeita de envolvimento na compra destes medicamentos no Estado, o presidente da Assembleia Legislativa disse que apoia a apuração rigorosa dos fatos.
Já o deputado assessorado pela servidora afirmou que não compactua com qualquer tipo de delito, e por isso decidiu exonerar a servidora.
A Polícia Civil de São Paulo informou que já pediu a prisão do casal do Espírito Santo, suspeito de comprar esses medicamentos. Porém, uma decisão judicial é aguardada desde 5 de janeiro para dar prosseguimento ao pedido de prisão.
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