Reviravolta em investigação de casal encontrado morto com marcas de tiro no ES
Polícia descobriu que não houve envolvimento de terceiros no caso. Homem e mulher foram encontrados mortos dentro de apartamento
Escute essa reportagem
Cerca de seis meses após o crime, a investigação da Polícia Civil trouxe uma reviravolta acerca do caso do casal encontrado morto com perfurações de tiro dentro de um apartamento no bairro Volta Redonda, em Castelo, no Sul do Espírito Santo.
O inquérito, que foi concluído nessa segunda-feira (02), aponta que, no local, houve um feminicídio seguido de suicídio, sem indícios de participação de outras pessoas. Os corpos das vítimas, identificadas como Marciana de Oliveira, de 38 anos, e o companheiro Gregory Vinícius de Souza, de 35 anos, foram encontrados no dia 10 de junho deste ano.
“Todos os dados indicam que Gregory Vinícius matou a companheira Marciana e, horas depois, cometeu suicídio, utilizando a arma de fogo de sua posse”, afirmou o titular da Delegacia de Polícia de Castelo, delegado Estêvão Oggione. Segundo ele, a conclusão foi baseada em laudos periciais, depoimentos de testemunhas, perícias no local do crime e outros elementos investigativos.
Ainda de acordo com o delegado, testemunhas relataram que o relacionamento do casal era marcado por discussões, ciúmes e episódios de agressões verbais e físicas. “Marciana já havia expressado medo de Gregory e, na véspera do crime, familiares notaram um clima de tensão entre o casal”, destacou o delegado.
Crime
Segundo a investigação, o disparo que matou Marciana ocorreu no dia 08 de junho, por volta das 19h, e foi ouvido por vizinhos. Após o crime, Gregory permaneceu no local e, horas depois, tirou a própria vida usando a mesma arma.
Durante a perícia, a polícia descobriu que a porta do apartamento estava trancada por dentro e não havia sinais de arrombamento ou presença de outras pessoas na cena do crime.
O estado de decomposição dos corpos também colaborou com a teoria da polícia, já que foi detectada uma diferença mínima de 12 horas entre as mortes. “O conjunto de provas nos permite afirmar com alto grau de certeza que Marciana foi vítima de feminicídio, seguido do suicídio de Gregory”, explicou o delegado Estêvão Oggione.
Os corpos só foram localizados mais de 48h depois, na noite do dia 10 de junho, após um vizinho sentir um mau cheiro vindo do apartamento e acionar a Polícia Militar. Aos militares, ele relatou que, ao chegar em casa, por volta das 21 horas, sentiu um forte odor no corredor e suspeitou que a origem fosse o apartamento vizinho.
O vizinho chamou os moradores e não teve resposta, mesmo notando que as luzes do imóvel estavam acesas. Ele, então, decidiu verificar o interior do apartamento através de uma claraboia — momento em que viu uma pessoa caída no chão com manchas de sangue ao redor.
No local, os policiais precisaram arrombar a porta para acessar o interior do imóvel, onde os dois corpos foram encontrados na copa em avançado estado de decomposição e com perfurações de arma de fogo.
No bolso da bermuda de Gregory foi encontrado um pino de cocaína. Ao lado do braço esquerdo de Marciana, havia uma pistola calibre 9mm com quatro munições intactas e uma deflagrada. No apartamento, também foi localizada uma balança de precisão, além de pilhas, pinos vazios, um pino de cocaína, certa quantidade de pasta base de cocaína dentro de uma sacola plástica e dois aparelhos celulares.
Com a conclusão do inquérito, os autos foram encaminhados ao Poder Judiciário com a sugestão de arquivamento, já que o autor do crime morreu. “Nosso objetivo foi esclarecer os fatos de forma detalhada e técnica, prezando o compromisso com a verdade e a Justiça”, afirmou o delegado Estêvão Oggione.
Comentários