Professora da rede municipal de Cariacica é presa ao apresentar atestado falso
Servidora de 39 anos estava prestes a ser efetivada após aprovação em concurso público, mas foi demitida

Uma professora de 39 anos foi presa em Cariacica suspeita de falsificar um atestado médico. O caso expôs um esquema que vem sendo monitorado há mais de um ano pela prefeitura do município, envolvendo a emissão e a venda de atestados falsos para servidores municipais.
Segundo o prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio, a fraude tem causado grande prejuízo ao município. “A gente já monitora essa fraude há mais de um ano. Vemos servidores de atestado passeando pelo exterior e outros estados. Temos informações de pessoas que falsificavam e roubavam carimbos de médicos e também de profissionais que vendem atestados”.
A prisão da professora, de acordo com o prefeito, ocorreu na última sexta-feira (10). Ela foi liberada após assumir o compromisso de comparecer em juízo.
“A Polícia Civil já está apurando, assim como nós também estamos apurando internamente”, ressaltou o prefeito.
A operação que resultou na prisão ocorreu após a professora apresentar um atestado em nome de um médico que nunca trabalhou na unidade onde ela alegou ter sido atendida.
O caso foi descoberto quando a professora levou o atestado para ser homologado na clínica de perícia médica responsável por homologar todos os atestados apresentados pelos servidores do município, localizada em Campo Grande.
O que a professora não sabia era que o médico perito era o mesmo que “assinava” o atestado. O próprio médico, ao analisar o documento, identificou a falsificação e acionou a polícia.
Segundo o prefeito, todos os servidores que apresentaram atestado em nome do médico serão investigados. “Esse médico não trabalha para o município, apenas como perito nessa clínica. O médico, quando viu o atestado, falou que não trabalhava na unidade e não havia emitido o documento. Ele já tinha registrado uma queixa de furto de um carimbo”, contou.
A professora presa foi demitida. Ela seria contratada e estava prestes a ser efetivada após aprovação em concurso público. “Ela seria convocada no diário de amanhã (15 de outubro), mas não vai mais. Eu não quero criminosos trabalhando na prefeitura”, disse o prefeito.
Em média, segundo o prefeito, a venda dos atestados custava entre R$ 100 e R$ 200. Euclério relatou ainda que dois profissionais da saúde chegaram a emitir mais de 15 mil dias de atestado para servidores em um curto período, levantando suspeitas sobre a dimensão do esquema.
ENTENDA
Esquema
Uma professora da rede municipal de Cariacica foi detida, na última sexta-feira, após apresentar um atestado médico falso.
Como a fraude foi descoberta
A farsa foi descoberta após o médico perito verificar que no atestado estava seu próprio nome. Ele comunicou à professora que não trabalhava na unidade que ela afirmava ter sido atendida e nem ter assinado o atestado. Ao notar que o documento era falso, o médico acionou a polícia.
A professora era funcionária contratada e estava prestes a ser efetivada após aprovação em concurso público, mas foi demitida.
Prisão
A Polícia Civil informou que a suspeita, de 39 anos, foi conduzida à Delegacia Regional de Cariacica, assinou um termo circunstanciado (TC) por fazer uso de papéis falsificados ou alterados, e foi liberada após assumir o compromisso de comparecer em juízo.
Fraudes
De acordo com o prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio, as fraudes ocorrem com mais frequência em uma determinada secretaria, mas, para não atrapalhar as investigações, preferiu não revelar qual é a pasta.
Medidas de controle
Com o objetivo de reduzir fraudes, a prefeitura contratou uma clínica de perícia médica para validar todos os atestados apresentados pelos servidores.
A clínica foi contratada pela Prefeitura de Cariacica há aproximadamente dois anos para prestar serviços de perícia médica e medicina do trabalho.
Fonte: Prefeitura de Cariacica e Polícia Civil.
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