Presos por morte de empresário em Vila Velha estão em cadeias diferentes
Segundo especialistas, presos de um mesmo inquérito podem ficar em detenções distintas para evitar que se comuniquem
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Os suspeitos do assassinato do empresário Wallace Borges Lovato, 42 anos – morto com um tiro na nuca no dia 9 de junho, na Praia da Costa, em Vila Velha – estão em presídios diferentes, sendo três na Grande Vitória e um na Paraíba.
As informações são da Secretaria de Estado da Justiça e da Polícia Civil da Paraíba. Todos cumprem mandado de prisão temporária.
Sem falar do caso específico, o advogado criminalista Cássio Rebouças explicou que é possível deixar presos de um mesmo inquérito em prisões diferentes para evitar que se comuniquem.
Apontado como o mandante, Bruno Valadares de Almeida, preso no sábado (12), está no Centro de Triagem de Viana (CTV).
Suspeito de ser o motorista que levou o atirador ao local do crime e deu fuga, Arthur Laudevino Candeas Luppi, preso em 17 de junho, está no Centro de Detenção Provisória de Vila Velha (CDPVV).
Arthur Neves de Barros, apontado como o executor, foi preso em Sumé, na Paraíba, em 19 de junho, e está na na Penitenciária de Segurança Máxima 'Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes', popularmente conhecida como PB1 em João Pessoa, capital da Paraíba.
Apontado como suspeito de ser um intermediador, Eferson Ferreira Alves foi preso em 23 de junho, após se entregar à Polícia Civil. Ele está no Centro de Detenção Provisória de Viana II (CDPV II).
O CTV e o CDPV II ficam no Complexo Penitenciário de Viana, mas, são unidades prisionais diferentes, com regras distintas.
O advogado criminalista Rivelino Amaral explica que a prisão temporária só pode ser solicitada em fase de inquérito. “Ela pode ter o prazo de 5 dias, para crimes comuns, e 30 dias em crimes hediondos. É prorrogável uma vez por igual período”.
Rebouças destaca que a preventiva pode ser solicitada tanto na fase de inquérito quanto no processo e não tem prazo. “Ela é cabível para a maioria dos crimes, exceto para os que têm menor potencial de gerar encarceramento. A temporária é solicitada quando imprescindível para as investigações do inquérito policial”.
O advogado explica que, se está perto do final do prazo da temporária, tanto Ministério Público, como a Polícia Civil podem solicitar sua prorrogação, ou conversão em preventiva.

ENTENDA O CASO
O crime
O empresário Wallace Borges Lovato, de 42 anos, foi morto com um tiro na nuca, na Praia da Costa, Vila Velha, no dia 9 de junho.
Imagens de câmeras registraram que os criminosos chegaram ao local cerca de 2 horas antes do crime.
Eles estacionaram o carro, um Fiat Pulse cinza, um veículo atrás do BMW verde da vítima.
Hora certa
Quando o empresário abriu a porta de seu BMW, o motorista do Fiat Pulse, apontado pela Polícia Civil como Arthur Laudevino Candeas Luppi, de 22 anos, preso no dia 17 de junho, saiu com o veículo da vaga e passou por Wallace.
Execução
Foi neste momento que Arthur Neves de Barros, 35 anos, que estaria no banco de trás do carona, abaixa o vidro e atira, segundo a polícia.
Socorro
Wallace foi levado por amigos a um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Fuga
Os criminosos fugiram em direção à alça da Terceira Ponte. O veículo foi encontrado, na tarde do dia 10, próximo à alça da Terceira Ponte por moradores que estranharam o fato de o carro estar no mesmo local desde a noite anterior, e acionaram a Polícia Militar e a Polícia Civil. O Fiat Pulse foi periciado.
Prisões
Arthur Laudevino Candeas Luppi, 22, foi preso no dia 17 de junho, em Minas Gerais, e é apontado pela Polícia Civil como o condutor do Fiat Pulse.
Arthur Neves de Barros, 35 anos, preso no dia no dia 19 na Paraíba, é apontado pela Polícia Civil como o executor do empresário.
O terceiro suspeito, identificado como Eferson Ferreira Alves, 36 anos, foi preso após se apresentar na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha. Ele é apontado como um intermediador dos envolvidos e foi preso no dia 23 de junho.
Bruno Valadares de Almeida, preso no sábado (12), é suspeito de ser o mandante do crime. Ele trabalhava como diretor financeiro na empresa da vítima.
Motivação do crime
A motivação para o assassinato do empresário Wallace Lovato estaria relacionada a questões financeiras.
Outros detalhes da investigação não foram informados, uma vez que o inquérito corre em segredo de Justiça.

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