Polícia procura mulher que recebia dinheiro roubado do Pix
Dois homens já foram detidos e uma mulher está foragida. Além deles, outros membros do grupo criminoso já foram presos
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Depois da onda de sequestros-relâmpago, principalmente em Jardim da Penha, Vitória, uma quadrilha especializada em roubo com restrição de liberdade, mediante extorsão, o chamado “sequestro do Pix”, começa a ser desarticulada.
Isso porque os principais chefões foram detidos. Só que a polícia tem uma nova missão: prender uma jovem, de 23 anos, que agia fornecendo a conta em que os valores das vítimas eram transferidos.
A organização criminosa foi descoberta pelo Departamento de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil. A delegacia criou um núcleo específico para apurar os casos frequentes de sequestros-relâmpago em Jardim Penha.
Segundo o chefe do Deic, delegado Gabriel Monteiro, a quadrilha tinha como mandantes Guilherme Lourenço da Costa, 24 anos, João Vitor Almeida da Silva, também 24 anos, e a jovem de 23 anso, que está foragida.
Guilherme foi preso, na sexta-feira (06), na operação montada especificamente para deter os participantes da quadrilha. Ele estava em sua casa, em um bairro de Vila Velha, e não reagiu à prisão. Já João Vitor fugiu durante o cumprimento do mandado, mas foi preso no mesmo dia cometendo o crime.
João Vitor foi detido em Jardim da Penha, depois de fazer mais uma vítima: uma médica, de 51 anos. Na ocasião, ele e mais três bandidos foram presos em flagrante.
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“Dois foram presos de imediato na avenida Dante Michelini, dois fugiram, um foi alcançado e outro se escondeu no quarteirão de um hotel. Fizemos buscas em 300 quartos do hotel e o encontramos, escondido no esgoto de uma garagem no subsolo de um edifício residencial. Ao todo, foram quatro”, disse o major Isaac Rubim.
Guilherme era considerado o autor intelectual do grupo. “Ele planejava as ações e as executava”, explicou Gabriel Monteiro, ao lado do superintendente de Polícia Especializada, delegado Romualdo Gianordolli, e do delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda.
Já João Vitor era o responsável por circular em shoppings, com os cartões de crédito das vítimas, fazendo compras. “Assim que ele fazia as compras, ligava para Guilherme avisando que já havia usado o cartão. Em seguida, Guilherme obrigava a pessoa a fazer transações via Pix, sob ameaças.”
Polícia investiga 2ª gangue
Seis pessoas, que estariam envolvidas em uma segunda quadrilha, responsável pelo crime que ficou conhecido como “sequestro do Pix”, já estão sendo procuradas pela Polícia Civil.
A informação foi passada pelo chefe do Deic, delegado Gabriel Monteiro.
Cinco bandidos, que estariam envolvidos em uma outra associação criminosa com a mesma finalidade, foram presos na última sexta-feira. Dois deles seriam os mandantes do crime.
Segundo a polícia, essa segunda quadrilha não teria ligação com a que foi identificada e presa na última semana. Os suspeitos foram identificados a partir do número de casos, registrados em delegacia.
“Não encontramos ligação dessas duas quadrilhas, mas nosso principal objetivo foi prender esses três criminosos, mandantes, pois agiam com uma habitualidade tremenda”, disse o delegado.
Todos os suspeitos dessa segunda gangue já estão com mandados de prisão em aberto. Os nomes não foram revelados pela polícia, pois os envolvidos ainda não foram denunciados pelo Ministério Público.
Policiais disfarçados nas ruas de Jardim da Penha
Para evitar que novos sequestros aconteçam na região de Jardim da Penha, em Vitória, as forças de segurança do Estado já estão reforçando o policiamento no bairro.
Além de patrulhas com a cavalaria da Polícia Militar e do Batalhão de Missões Especiais (BME), policiais disfarçados, inclusive mulheres, também fazem a segurança do local e estão de olho nos bandidos.
“Colocamos o policiamento velado, que é feito com policial sem farda. Ele se integra à comunidade como se não fosse um policial e vai patrulhando a localidade, principalmente aquelas vias menos movimentadas”, explicou o comandante da 12ª Companhia Independente de Vitória, major Isaac Rubim, da Polícia Militar.
O major explicou ainda que desde os primeiros casos, registrados no bairro, policiais da 12ª Companhia Independente estão na região. “Esse policiamento continua e o reforço também atentos a qualquer atitude suspeita. Temos até mulheres policiais infiltradas no bairro”.
O major ainda mandou um recado para a criminalidade. “Não tentem fazer isso em Jardim da Penha, pois o bairro está muito policiado e, com o trabalho em conjunto das polícias, nós vamos prender todo mundo”.
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A identificação e a prisão de integrantes da quadrilha do Pix, bem como o reforço no policiamento, representam alívio para quem mora e trabalha em Jardim da Penha e na região.
Peterson Pimentel, coordenador de Segurança da Associação de Moradores de Jardim da Penha, elogiou o trabalho integrado das polícias Civil e Militar, além da Guarda Municipal de Vitória.
Ele pede que as pessoas não deixem de registrar boletim de ocorrência. Para quem foi vítima, ele também pede que procure a polícia para reconhecer os criminosos.
Idealizador do Projeto Jardim da Penha em Ação e morador do bairro há 47 anos, André Luis Alves também ficou satisfeito com o trabalho investigativo e ostensivo das forças de segurança pública como Guarda Municipal, Polícia Militar e Polícia Civil, além do reforço no policiamento e a permanência dos policiais disfarçados no bairro.
Entretanto, ele critica a legislação atual, que colabora com o “prende e solta” desses criminosos, além da superlotação no sistema prisional.
Entenda
Vítimas
Até o momento, oito vítimas do chamado “sequestro do Pix” procuraram a polícia para registrar boletim de ocorrência. Dois casos ocorreram em Cariacica e, os demais, em Jardim da Penha, Vitória.
As mulheres são alvos preferidos.
Chefões presos
Três pessoas, sendo dois jovens de 24 anos e uma mulher de 23, foram identificadas pela polícia e apontadas como os mandantes dos sequestros-relâmpago, conhecidos como “sequestro do Pix”, em Jardim da Penha, nos últimos meses.
Dois deles, Guilherme Lourenço da Costa e João Vitor Almeida da Silva, ambos com 24 anos, foram presos. A mulher, de 23 anos, é procurada, já que no momento do cumprimento de seu mandado de prisão, não estava em casa.
Estrutura
Na cadeia da organização criminosa, Guilherme era considerado o autor intelectual do grupo. “Ele planejava as ações e também as executava, pois escolhia as vítimas e as abordavam no carro”, disse o delegado Gabriel Monteiro.
Já João Vitor era o responsável por circular em shoppings, com os cartões de crédito das vítimas, fazendo compras. “Assim que ele fazia as compras, ligava para Guilherme avisando que já havia usado o cartão. Em seguida, Guilherme obrigava a pessoa a fazer transações via Pix, sob ameaças”.
Os dois possuem passagens por roubo e tráfico de drogas.
Já a mulher, de 23 anos, agia fornecendo a conta onde os valores das vítimas eram transferidos.
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