Polícia flagra 169 motos e carros clonados nas BRs que cortam o ES
Número se refere a veículos identificados neste ano no Estado; Além disso, 15 pessoas foram presas autuadas por roubo e furto
Escute essa reportagem
Para conseguir dinheiro de forma rápida e “fácil”, criminosos têm focado nos roubos de carros e motos. Para tentar enganar as polícias e as próprias vítimas, esses ladrões mudam as placas e os números de chassi (número de identificação do veículo).
Somente nos sete primeiros meses do ano, 169 carros e motos clonados foram identificados nas BRs capixabas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Leia também:
Mais de 1 milhão de veículos do ES já têm placa do Mercosul
“Desses 169 que foram recuperados, somente 15 pessoas foram presas e autuadas por roubo e furto do veículo. Ou seja, eles eram os que tinham cometido o assalto. No caso dos demais veículos, os condutores foram enquadrados como receptadores”, disse o inspetor Wylis Lyra, da Polícia Rodoviária Federal.
Ele explicou que os flagras aconteceram em abordagens de agentes em rodovias do Estado durante fiscalizações de rotina.
Segundo Lyra, a adulteração de veículos é um crime que tem sido muito comum, uma vez que os criminosos buscam vender motos e carros roubados.
“Para fazer essas vendas, eles precisam mudar as características do veículo. Então, eles retiraram o número de identificação e as placas. Tem sido muito comum esse tipo de crime”, disse.
O inspetor lembrou também que, embora as adulterações quase nunca passem despercebidas pela polícia, há casos em que elas são tão bem feitas, que nem os órgãos de segurança conseguem descobri-las.
“Nós temos aparelhos que nos auxiliam nestas verificações, além de nossa experiência nessas ocorrências, mas existem casos em que não conseguimos descobrir qual é o veículo original, de tão bem feita que fica a adulteração”, disse.
Na Polícia Civil, a maioria das ocorrências de veículos adulterados, registrada junto à Divisão Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), tem relação com roubos de veículos.
De acordo com o chefe da divisão, delegado Marcos Aurélio Oliveira, criminosos estão mirando em carros de luxo para depois adulterar e vender.
“Pretendemos prender os envolvidos em uma quadrilha que roubava carros de luxo no Rio de Janeiro, adulterava e revendia. Eram carros como BMW e Jeep Compass. Tivemos uma apreensão na semana retrasada, inclusive”, explicou o delegado Marcos Aurélio.
Multa e prisão para quem compra
Se engana quem pensa que a compra de veículos roubados não traz penalidade para quem adquire o produto.
Segundo a Polícia Civil, caso o comprador do carro ou da moto não comprove sua inocência, ele poderá ser preso e responder pelo crime de receptação.
“Se a pessoa conseguir provar que é vítima, ela não responde. Agora, quando fica configurada a receptação culposa, quando ela tem ciência que aquele produto foi roubado, conhecia o comprador e mesmo assim o fez, ela responde e poder ser presa”, explicou o chefe da Divisão Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), Marcos Aurélio Oliveira.
Crime
Segundo o delegado, o artigo 311 do Código Penal Brasileiro prevê o crime de “adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento”. A pena é reclusão de três a seis anos e pagamento de multa.
“O tipo penal traz a conduta de adulterar ou remarcar qualquer sinal identificador do veículo automotor, de seu componente ou equipamento”, disse.
Dicas ajudam a evitar cair em golpe
Além de prejuízo financeiro, a compra de veículos clonados traz dor de cabeça para quem adquire esses produtos que, na maioria das vezes, é fruto de furto e roubo.
Para evitar problemas na hora na compra de carros e motos, a reportagem de A Tribuna ouviu dois representantes da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Civil, que deram dicas. Uma das principais é a negociação do carro ou moto diretamente com o dono.
“Na internet, por exemplo, muitos criminosos saem vendendo veículos em nome de terceiros. O ideal é que o consumidor negocie diretamente com o dono do veículo ou representante da loja, evitando intermediários”, orientou o chefe da Divisão Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), Marcos Aurélio Oliveira.
Inspetor Wylis Lyra, da Polícia Federal, lembrou que as vistorias, feitas em empresas de credibilidade, também são importantes.
“Mesmo que ele queira comprar com um terceiro, é importante procurar uma empresa para fazer vistoria, a fim de saber a origem do veículo e se há alguma restrição”.
Ele também deu outra dica: “Quando você comprar um carro, por exemplo, vá na internet e procure descobrir as características do ano desse veículo. Comece a comparar com o produto que estão lhe oferecendo”.
Comentários