Peritos capixabas usam tecnologia da Turquia para identificar criminosos
De última geração, equipamento têm sido usado para identificar criminosos por meio de impressões digitais
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Capazes de revelar vestígios invisíveis a olho nu, equipamentos de última geração, importados da Turquia, têm sido usados para identificar criminosos no Estado, por meio de impressões digitais. A tecnologia já ajudou a prender bandidos.
Batizado de Latent Fingerprint Detection Tablet, da empresa Forenscope, o equipamento funciona como uma espécie de scanner. Ele conta com uma câmera com resolução 8K, de alta definição e lentes especiais, que anula o reflexo das superfícies e capta imagens com mais detalhes, como mostrou a perita oficial criminal Paula Puziol.

Essa ferramenta é utilizada principalmente em perícias em locais de crimes contra o patrimônio, como furtos, arrombamentos residenciais e comerciais. Também pode ser usada em outros crimes, como homicídios.
Regis de Almeida Farani, perito oficial criminal do Instituto de Criminalística, contou que os equipamentos foram adquiridos no final de 2023 e entraram em operação no Laboratório de Papiloscopia.
Depois de um período de treinamento, ele começou a ser usado, no ano passado, pelas equipes de plantão de local de crime.
“Ele tem sido empregado junto com outras técnicas disponíveis para levantamento de vestígio. É um instrumento complementar e não elimina o levantamento clássico de local de crime”, frisou.
Patrícia Milanesi Pratti, perita oficial criminal do Departamento de Laboratório de Perícias Papiloscópicas Forenses (Delpapi), explica que o equipamento é uma ferramenta usada no local do crime, bem como em laboratório.
“Essa tecnologia permite que o perito faça uma varredura em locais de crime e procure por vestígios que não estão visíveis a olho nu. Ele pode ser usado em veículos, paredes, vidros e objetos”.
Além disso, ela disse que essa ferramenta auxilia os peritos, pois eles não necessitam usar pincéis e pós reveladores. “Os pós têm uma certa toxicidade e os pincéis podem acabar comprometendo, por exemplo, as impressões digitais, que são vestígios sensíveis”.
Segundo ela, no âmbito laboratorial, muitos objetos passam por diversas perícias e, dependendo dos reagentes e técnicas utilizadas, isso pode comprometer os vestígios.
“Muitas vezes, com o tablet sozinho já conseguimos revelar, por exemplo, uma impressão digital sem a utilização desses reagentes. E assim a integridade do vestígio é mantida, e esse objeto consegue seguir o fluxo das outras perícias”.

SAIBA MAIS
Detecção
> O Sistema de Detecção de Impressões Digitais Latentes 8K é projetado para detectar impressão digital de alta resolução, fornecendo precisão em exames forenses.
> Os equipamentos substituem as maletas com pincéis e pós que eram usados para identificar, por exemplo, impressões digitais na cena do crime.
Crimes
> Os equipamentos são utilizados principalmente em perícias de crimes contra o patrimônio, como furtos, arrombamentos residenciais e comerciais, mas também podem ser usados para outros crimes, como homicídios.
> Ele permite, eventualmente, coletar DNA de digitais que seriam quimicamente tratadas e resultariam na perda do material genético.
> Já foi usado em locais de homicídios e crimes patrimoniais, e já ajudou a localizar material biológico nas cenas de crimes, apesar do foco ser a impressão digital.
Captura
> A ferramenta captura fotos RAW (um tipo cru de imagem, que não foi tratada) de alta qualidade e sem compressão, preservando cada detalhe e mantendo a integridade das evidências no local do crime.
Botão inteligente
> Com botões personalizados para ajustar rapidamente as configurações de luz e combinações de filtros, o botão inteligente permite que os especialistas forenses se concentrem na análise sem ajustes manuais. Esse recurso simplifica a detecção, transformando horas de trabalho em minutos de captura precisa e rápida de evidências.
Fonte: Especialistas consultados.
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