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Polícia

"Não tinha necessidade nenhuma", diz dona de casa baleada após briga de trânsito

Discussão teve início em um cruzamento na Serra. Os dois carros se encontraram e houve freada brusca, mas ninguém ficou ferido


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Imagem ilustrativa da imagem "Não tinha necessidade nenhuma", diz dona de casa baleada após briga de trânsito
Esther Pacheco, dona de casa baleada | Foto: Reprodução/TV Tribuna

Viajando no banco traseiro ao lado da filha de um ano e seis meses que estava em uma cadeirinha, uma jovem de 18 anos foi baleada no braço durante uma briga de trânsito ocorrida na Serra no último final de semana.

O acusado, o professor de jiu-jítsu e engenheiro eletricista Henrique Ferreira Farias, de 39 anos, foi preso no domingo e ontem, após audiência de custódia, a juíza de Direito Raquel de Almeida Valinho converteu a prisão em flagrante em preventiva.

A confusão teve início em um cruzamento no bairro André Carloni, na Serra, no sábado. A dona de casa Esther Pacheco seguia com o pai – que estava dirigindo –, e o marido, que viajava no carona.

Segundo a vítima, o acusado trafegava sozinho no carro na rua principal de André Carloni, enquanto a família de Esther seguia por outra rua que faz cruzamento. Os dois veículos se encontraram, houve freada brusca, sem colisão.

Na sequência, segundo testemunhas, o acusado começou a xingar o pai de Esther, que deixou o local.

O engenheiro, de acordo com testemunhas, seguiu o carro da família a uma distância aproximada de 300 metros, onde atirou contra o veículo. O disparo atravessou a porta e atingiu o braço da vítima.

O acusado deixou o local e foi preso em Eurico Salles, na Serra, no domingo. A Polícia Civil informou que ele foi conduzido à Delegacia Regional de Serra, onde foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio qualificado e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.

A defesa requereu o relaxamento da prisão, dizendo que o autuado tentou se apresentar espontaneamente, bem como solicitou a liberdade provisória, com ou sem aplicação de medidas cautelares, destacando que o indiciado é primário, trabalha e possui residência fixa, entre outros motivos.

No entanto, a juíza declarou que em análise dos autos foi possível concluir que existem provas suficientes da existência de crime a ensejar a materialidade do delito e fortes indícios de que o autuado realmente tenha praticado o crime que lhe foi atribuído.

A jovem se recupera em casa, onde conversou com a equipe da TV Tribuna.

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Esther Pacheco mostra ferimento no braço provocado pelo tiro disparado pelo professor de jiu-jítsu | Foto: Reprodução/TV Tribuna

Saiba mais

O crime

Depois do ocorrido, a dona de casa Esther Pacheco, com o braço enfaixado, conversou com a imprensa e relembrou o susto que ela e a família passaram no último sábado.

O professor de jiu-jítsu e engenheiro eletricista Henrique Ferreira Farias foi preso na casa de familiares um dia depois.

No local, ele disse aos policiais que tinha se apresentado de forma espontânea na Delegacia Regional da Serra para esclarecer a ocorrência.

Só que ele não apresentou nenhum documento para confirmar essa informação na ocasião.

Ele foi levado para a Delegacia Regional de Serra, onde foi autuado.

O que a jovem disse sobre...

Parado

“Ele (professor de jiu-jítsu) ficou parado na frente do meu pai que ficou esperando ele seguir. Ele abriu o vidro, começou a xingar e gritar. A gente estava com o ar-condicionado ligado, meu pai nem abriu o vidro”.

Manobra

“Depois meu pai abriu o vidro e falou: ‘cara, pra que isso? Só parei e você ficou parado na minha frente. Só manobrei e vim embora’”.

“Achei que ele iria vir pra cima da gente e eu ia pedir pra ele não fazer nada, a gente estava com a neném no carro, a minha filha de um ano e seis meses na cadeirinha. Meu pai é idoso e estava na frente e o meu marido do lado dele”.

Tiro

“Aí não deu nem tempo. Ele começou a xingar de novo. Na hora que eu olhei para a minha filha para ver se ela não estava assustada, se ela estava bem, foi a hora que ele sacou a arma e atirou”.

Impacto

“Senti o impacto, aí o meu braço endureceu, a minha mão ficou torta e eu não conseguia mexer. Eu não estava entendendo porque eu não vi nada, não vi ele com arma”.

Gritos

“Nessa hora eu comecei a gritar. Todo mundo que entrava e saía da BR (101) abaixava o vidro e olhava. Não tinha necessidade nenhuma daquilo, em hipótese alguma. Nem se o meu pai tivesse respondido, xingado de volta, ele não deveria ter feito aquilo nunca”.

Alívio

“A sensação foi de alívio porque ainda bem que foi no braço e ainda bem que pegou em mim porque o meu pai, sendo idoso, ele tem um monte de problema de saúde. Eu tenho certeza que ele não ia aguentar se pegasse nele, até porque do jeito que ele atirou, vamos supor, poderia bater na porta e pegar nas costas dele ou pegaria na neném”.

Outros casos

Facada

No último dia 5, um comerciante de 62 anos foi detido suspeito de esfaquear um servidor público, de 44, durante uma briga de trânsito na Vila Rubim, em Vitória. Ele teria alegado que a discussão começou após estacionar a caminhonete sobre a calçada. Durante a briga, o acusado disse que foi atingido por um caixote, arremessado pelo servidor.

A facada atingiu o rosto da vítima, que sobreviveu. O suspeito fugiu, mas foi detido na avenida Leitão da Silva, em Vitória.

Baleado no pé

No ano passado, um homem foi baleado por um policial militar que estava de folga na Serra em uma briga de trânsito.

À polícia, o sargento de folga contou que ocorreu um acidente entre a moto que ele pilotava e outra moto, conduzida pelo homem de 41 anos.

Após a batida, segundo ele, o motociclista teria parado em frente da sua moto, impedindo a passagem, com xingamentos. Na discussão, o sargento atirou no pé do outro motociclista.

Análise - Por que as pessoas estão tão violentas?

Imagem ilustrativa da imagem "Não tinha necessidade nenhuma", diz dona de casa baleada após briga de trânsito
Gerson Abarca, psicólogo

“Por que as pessoas estão tão violentas no trânsito? Essa é uma pergunta que não tem apenas uma resposta, mas cito alguns aspectos observados.

Por exemplo, essa violência no trânsito reflete a violência que nós temos na sociedade onde tudo está em torno do poder, seja em filmes, seriados, desenhos animados, jogos, videogames, todos os elementos conduzem sempre a uma resposta de defesa. Paralelo a isso, temos uma sociedade que têm preconizado também a autodefesa, ao fato de andar armado.

O outro aspecto é o estresse acumulado das pessoas que estão transitando na rua, sobretudo no horário do rush (pico), condutores que não respeitam as regras do trânsito.

Também não podemos esquecer de outro elemento, que é o processo de individualização onde muitas pessoas focam no benefício pessoal, sem pensar no respeito coletivo”.

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