Mulher é presa por fraudar boletos e desviar mais de R$ 500 mil de empresa no ES
Investigada trabalhava há sete anos no local e tinha confiança do sócio administrador
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Uma operação da Polícia Civil prendeu uma mulher de 45 anos suspeita de fraudar boletos no pagamento de despesas de uma empresa, desviando cerca de R$ 560.000,00 para uma conta jurídica criada por ela. Sandra Helena de Souza trabalhava há sete anos no local e começou a aplicar os golpes nos últimos 10 meses, emitindo mais de 60 boletos fraudulentos.
A empresa vítima é uma administradora de imóveis localizada em Vitória. O início das investigações se deu em 16 de julho, após a dona da empresa denunciar que sua ex-funcionária teria adulterado boletos e desviado mais de 560 mil reais.
Diego Bermond, titular do 3° Distrito Policial de Vitória, explicou que a mulher era responsável por pagar os impostos da empresa e outras despesas pessoais do sócio administrador. Ao aplicar os golpes, ela começou a fazer boletos fraudados e os valores pagos passaram a ser direcionados para ela.

Os boletos eram emitidos através de uma intermediária financeira, o que fazia o nome da empresa jurídica da mulher não aparecer nos papéis. O sócio administrador da empresa, sem perceber o golpe, realizava os pagamentos normalmente, sofrendo o prejuízo.
Além dos 560 mil desviados, a vítima, de 72 anos, ainda teve que pagar 177 mil reais em multas e juros referentes a pagamentos atrasados, já que a mulher desviou os valores e não realizou os pagamentos.
Com o tempo, ele recebeu avisos sobre o atraso dos pagamentos e repassou para o setor de contabilidade da empresa, identificando que havia algum problema. Ele chegou a chamar a investigada para uma reunião, mas ela não compareceu. O setor da contabilidade identificou os 60 boletos falsificados ao longo de 10 meses e ainda averigua se há outros.
Ao investigar a funcionária, a polícia observou um padrão de vida não condizente com seu pagamento, correspondente entre dois e três salários mínimos. "Fizemos os levantamentos e identificamos que ela mudou o padrão de vida dela. Ela saiu de um bairro de Cariacica para morar em frente à praia, na Praia de Itaparica, e também teria adquirido um carro importado", detalhou Diego Bermond.
A polícia representou pelo mandado de busca e apreensão nos endereços da mulher, além de mandado de prisão preventiva. Também foi solicitada a quebra de sigilo financeiro e o bloqueio completo de suas contas bancárias.
A mulher foi presa no dia 31 de julho, quando foi dado cumprimento ao mandado de busca e apreensão na casa dela, na Praia de Itaparica. Na ocasião, nenhuma quantia financeira foi encontrada no imóvel. A investigada foi conduzida à delegacia.
"Ela admitiu que teria fraudado esses boletos e teria desviado esses pagamentos para sua pessoa jurídica", disse o delegado.
A mulher também informou que já havia gastado todo o montante, mas a polícia não acredita nessa versão. "Nós acreditamos que ela tenha esse valor ainda escondido e por conta disso nós representamos pela manutenção da sua prisão preventiva e indiciamos ela pelo crime de estelionato, na modalidade fraude eletrônica, majorado por ser contra idoso e majorado também pela quantidade delitiva", completou.
A mulher continua presa e pode pegar até 15 anos de reclusão. A investigação está concluída mas a polícia ainda aguarda a análise dos celulares e computador da investigada, e além da finalização de um laudo feito após a quebra de sigilo financeiro da mulher.
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