Mulher é condenada no ES por planejar execução para furtar gados de fazenda de MG
Crime ocorreu em 2016; ré, que respondia em liberdade, teve a prisão decretada logo após o julgamento
Escute essa reportagem
Uma mulher foi condenada a 23 anos de prisão pelos crimes de homicídio qualificado e vilipêndio de cadáver em Montanha, no Norte do Espírito Santo. De acordo com o Ministério Público, Marleuza Neres da Costa foi acusada de ser a principal mentora intelectual de uma execução e por comandar, ao lado do marido, uma organização criminosa que furtava gados de uma fazenda em Serra dos Aimorés, Minas Gerais.
O julgamento foi realizado na última quarta-feira (20). A mulher, que respondia em liberdade, teve a prisão decretada logo após ser condenada pelos crimes.
Entenda o caso
Segundo informações do Ministério Público, o crime ocorreu no dia 22 de julho de 2016. A vítima, identificada como Ademar Rodrigues Gomes, era gerente contábil da fazenda Lagoa da Prata e trafegava de moto na rodovia que liga o município de Montanha a Nanuque, em Minas Gerais, quando foi alvo de um ataque a tiros.
A execução teria sido realizada por Joelson Costa da Silva, responsável pela fazenda e marido de Marleuza, e outros dois suspeitos que já eram conhecidos pela prática de crimes na região. O trio seguiu a vítima em um carro e a executaram a tiros, com duas armas de fogo.
Após a execução, um dos atiradores desceu do carro e cortou o dedo indicador da mão direita da vítima, para dificultar a identificação do corpo.
"A motivação para o crime deu-se quando o administrador da propriedade rural notou a ausência de 160 bois na fazenda Lagoa da Prata. Ele notificou Ademar sobre o sumiço dos animais, que inicialmente seriam transferidos para outra fazenda", explicou o Ministério Público.
Cientes de que poderiam se tornar suspeitos, Joelson e Marleuza arquitetaram o plano de execução de Ademar para acobertar e dar continuidade aos crimes da quadrilha, que furtavam os animais para revenda.
Dias após o assassinato do gerente, um dos atiradores contratados pelo casal também foi morto a mando de Joelson, para extinguir a dívida de ações criminosas que haviam contraído com ele.
Em uma operação realizada após diversas investigações, uma operação foi deflagrada para desarticular a quadrilha. Tempo depois, outros dois integrantes foram identificados: o proprietário de um açougue na cidade de Serra dos Aimorés, que recebia parte dos gados roubados, abatia e depois comercializava; e um responsável pelo transporte e ocultação dos animais.
Penas
Em 2021, o Ministério Público do Espírito Santo, por meio da Comarca de Montanha, obteve as condenações de Joelson Costa da Silva e de um dos executores a 22 anos e seis meses e 19 anos e seis meses de prisão, respectivamente, pelo homicídio qualificado de Ademar Rodriges Gomes.
Já os demais integrantes da organização criminosa foram denunciados pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, por meio da Comarca de Nanuque, em 2023. Dois foram condenados e outros dois absolvidos por ausência de provas quanto ao crime de organização criminosa.
O dono do açougue foi condenado a oito anos e seis meses de prisão, além de 42 dias-multa, em regime inicial fechado. Já o responsável pelo transporte dos gados furtados foi condenado a três anos e seis meses de prisão, além de 12 dias-multa, em regime inicial aberto.
MATÉRIAS RELACIONADAS:




Comentários