Motorista capixaba envolvido em acidente com 39 mortes na BR-116 é preso no ES
Segundo o governador de Minas Gerais, a investigação apontou que o condutor estava sob efeito de substâncias ilícitas
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O motorista capixaba envolvido no acidente que matou 39 pessoas na BR-116, em Teófilo Otoni, em dezembro do ano passado, foi preso pela Polícia Civil de Minas Gerais no Espírito Santo, nesta terça-feira (21).
A informação foi confirmada pelo governador Romeu Zema (Novo) através das redes sociais. Segundo ele, "a investigação apontou que o condutor estava sob efeito de substâncias ilícitas".
O motorista da carreta envolvido no acidente que matou 39 pessoas no final de 24, na BR-116, foi preso hoje, no ES, pela @pcmgoficial. Usando de alta tecnologia, a investigação apontou que o condutor estava sob efeito de substâncias ilícitas. Em Minas, não há impunidade!
— Romeu Zema (@RomeuZema) January 21, 2025
A prisão de Arilton Bastos Alves foi decretada nesta terça pelo juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Teófilo Otoni.
Uso de drogas
O magistrado apontou na decisão que os exames coletados do motorista quando ele se apresentou às autoridades após o acidente indicaram a presença de álcool e drogas, entre elas cocaína e ecstasy.
O toxicológico, realizado no suspeito no dia 23 de dezembro, dois dias depois da batida, detectou ainda MDA, alprazolam e venlafaxina no material biológico do motorista.
Excesso de peso da carga
O juiz também afirmou que o condutor assumiu diversos riscos, caracterizando o chamado dolo eventual (quando a pessoa assume o risco de matar). Na ocasião do acidente, ele fugiu do local.
O documento destaca que o caminhoneiro admitiu não ter costume de verificar o peso dos blocos de granito que carregava. No dia do acidente, a carreta transportava dois blocos de quartzito, com peso total superior a 68 toneladas.
"Somados ao peso do conjunto da carreta e seus dois semirreboques, chega-se a 91,261 toneladas, equivalente a quase o dobro do permitido pela legislação de trânsito", afirma o juiz.
Causas
A decisão ainda descarta a hipótese de que um furo no pneu do ônibus poderia ter causado o acidente ao citar que tanto as testemunhas quanto a perícia técnica não corroboram essa versão.
A principal hipótese citada pelas autoridades é a de que um grande bloco de granito se soltou da carroceria do caminhão e atingiu o ônibus que seguia na rodovia, gerando um incêndio.
O juiz Danilo Ferraz apontou na sua decisão que o motorista do caminhão não tinha o costume de verificar a amarração do material que transportava e dos limites de peso a obedecer. O bloco de granito tinha 68 toneladas, enquanto cada reboque possuía capacidade máxima de carga de 30 toneladas. O caminhão ainda estava a 90 km/h, enquanto a velocidade permitida para a via era de 80 km/h.
Esses fatos, segundo o magistrado, evidenciaram "a absoluta irresponsabilidade e inaptidão para exercício de seu ofício".
Relembre o caso
O acidente ocorreu na madrugada de 21 de dezembro e deixou 39 mortes. A colisão envolveu um ônibus de viagem, uma carreta e um carro. O caminhoneiro Arilton Bastos Alves fugiu do local da batida e se apresentou à polícia dois dias depois no Espírito Santo, em 23 de dezembro, mas foi liberado — na época, a Justiça negou o pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Civil.
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