Missionária italiana morre após ser atropelada por ladrão
Loredana nasceu em Trieste, cidade portuária no nordeste italiano. Na década de 1990 começou a atuar como missionária na Comunidade Villaregia
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No dia 16 de janeiro, a irmã Loredana Vigini, 53, especialista em bibliodrama pastoral da Igreja Católica, gravou um vídeo para informar sobre a sua presença no Congresso da Pastoral do Turismo, em Aparecida (a 181 km de São Paulo), realizado entre os dias 20 e 22 daquele mês.
Foi uma das últimas postagens da religiosa, que tinha visto permanente para viver no Brasil e morava em Santa Cecília, no centro de São Paulo. Ela foi atropelada por um ciclista no dia 1º, ao atravessar uma rua do bairro, e morreu três dias depois na Santa Casa de São Paulo.
Segundo testemunhas, o ciclista acabara de furtar um celular de outra pessoa e derrubou Loredana no chão enquanto escapava com o objeto. Machucada, ela foi socorrida, mas não resistiu. Motociclistas que passavam pelo local seguraram o homem até a chegada da polícia. O atropelamento aconteceu a duas quadras da casa da religiosa.
Autora de livros sobre o bibliodrama, a missionária italiana percorria o país ensinando o método que ajuda na aproximação experiencial de um texto bíblico. Falava português com fluência e tinha muitos amigos brasileiros.
"Ainda estou sem acreditar", disse o padre Eduardo Binna, da Paróquia Santa Cruz, no bairro Belém, zona leste da capital. "Ela era apaixonada por Deus, pela bíblia, pelo trabalho com a catequese e a evangelização".
O padre vai representar a Arquidiocese de São Paulo no funeral da missionária, na Itália. A data ainda não foi definida devido aos trâmites burocráticos para o translado do corpo.
Loredana nasceu em Trieste, cidade portuária no nordeste italiano. Na década de 1990 começou a atuar como missionária na Comunidade Villaregia, que envia representantes para evangelização em vários lugares do mundo.
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Ela veio para o Brasil em 2008 para acompanhar a formação de lideranças no bairro Betânia, em Belo Horizonte. Nessa época, trabalhou em comunidades pobres ligadas à paróquia do bairro.
A religiosa viveu os anos seguintes entre o Brasil e a Itália. Em 2012, fundou a Semente Viva, uma associação reconhecida pela Diocese de Trieste. Realizava encontros para jovens e adultos com o objetivo de instruir novos missionários.
A partir de 2017, novamente morando no Brasil, começou a ensinar o método bibliodrama em parceria com a Comissão Episcopal de Animação Bíblico-Catequética da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
"Era uma pessoa extraordinária e ao mesmo tempo muito simples", descreve o padre Binna.
Reportagem da Folha de S.Paulo publicada em dezembro mostrou que os roubos e furtos na região central, especialmente em Santa Cecília, dispararam entre janeiro e outubro de 2022.
O 77° DP (Santa Cecília) registrou seus maiores números de roubo e furto desde 2002, quando teve início a série histórica.
A delegacia, que fica na alameda Glete, a menos de 1 km de dois bares onde ocorreram arrastões em janeiro deste ano, apresentou aumento de 16% na quantidade de roubos e de 27% na de furtos, também comparado o saldo dos dez meses de 2021 com o de 2019, período antes da pandemia.
Segundo a Secretaria da Segurança, 202 pessoas foram presas na região central de janeiro a novembro do ano passado.
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