Membro do PCV coordenou ataque realizado por adolescentes em Vila Velha
Dois homens, que atendem por Nego Stanley e Tio Chico, estariam comandando os ataques contra a facção rival
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A Polícia Civil divulgou, nesta quarta-feira (13), mais informações sobre o caso dos dois adolescentes que promoveram ataques no bairro Santa Rita, em Vila Velha, culminando na morte de Sophia Vial da Silva e Andrezza Conceição, no último sábado (09).
Um adolescente foi preso na segunda-feira (11), e confessou na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa que era ele quem pilotava a moto utilizada no ataque. Segundo a Polícia Civil, ele já tinha passagem registrada na justiça por tráfico de drogas.
Já o outro adolescente, preso na terça-feira (12), assumiu que estava na garupa da motocicleta realizando os disparos. Ele possui uma vasta ficha criminosa, de acordo com a Polícia Civil, inclusive como autor de outros cinco ataques cometidos no município.
Ele explicou, ainda, que a moto utilizada no ataque de Santa Rita ficava à disposição dos criminosos do PCV e era utilizada para transporte de membros da facção, para transporte de drogas e para promover ataques. A moto foi apreendida.
Ainda de acordo com informações da Polícia Civil, os adolescentes estavam a mando de um dos líderes do Primeiro Comando de Vitória (PCV), identificado como Nego Stanley. Os adolescentes foram vistos em um ataque promovido por 12 criminosos, em Pingo D'água, no bairro Santa Rita.
A saga entre facções de Nego Stanley
Em 2024, Nego Stanley teria desviado dinheiro e drogas do Terceiro Comando Puro (TCP), onde era uma das principais lideranças responsáveis pelo Beco do Alemão e Pingo D'agua. Diante disso, ele fugiu para o Rio de Janeiro.
Ao retornar para o Espírito Santo, Nego Satanley se aproximou do PCV, prometendo tomar posse do Pingo D'agua e do Beco do Alemão, em troca de abrigo, se batizando na facção e iniciando uma séria de ataques contra o TCP, os quais atuou diretamente no inicio.
Após se consolidar na facção, em que havia acabado de entrar, Stanley começou a utilizar adolescentes para realizar os ataques e ficou responsável pela coordenação das ações criminosas.
Uma outra liderança do PCV também estaria coordenando os ataques em Vila Velha, segundo a Polícia Civil. Um homem, de vulgo Tio Chico, que está preso na Bahia, seria o responsável pela fomentação das ações no município, as quais orienta por meio de um celular que tem acesso no sistema prisional.
O delegado Cleudes Junior destacou que providências acerca das movimentações de Tio Chico já foram tomadas. "Diante dessas informações, nós iremos pedir o recambiamento desse preso aqui para o presídio de segurança máxima. E se não adiantar, nós também representaremos para que ele seja transferido para um presídio Federal"
O delegado também explicou que o PCV monitora a facção rival por meio de drones e, quando identificam integrantes do TCP, enviam adolescentes para executar membros da facção, ocasionando nos ataques vistos nos últimos dias
A veiculação de notícias sobre as vítimas Sofia, Andrezza e as duas crianças baleadas serem os alvos da ação criminosa realizada pelos adolescentes foi desmentida pelo delegado. Ele reforçou que elas foram atingidas de forma acidental.
Relembre o caso
A adolescente Sophia Vial da Silva, 15 anos, e a manicure Andrezza Conceição, 31 anos, foram mortas durante ataques criminosos no bairro Santa Rita, em Vila Velha, no sábado (09). Duas crianças, de 3 e 6 anos, também ficaram feridas.
Sophia Vial estava no carro com os pais quando foi atingida pelos disparos, já Andrezza Conceição, mãe de quatro filhos, estava indo trabalhar no momento em que foi baleada. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital.
"Esse momento, foi horrível, parece que o mundo caiu na minha cabeça. Foi quando eu vi minha filha vindo em minha direção gritando 'socorro, que minha filha foi baleada, mataram a minha filha'", relatou o avô de Sophia Vial.
Segundo informações da Polícia Militar e de testemunhas, os atiradores chegaram no bairro e começaram a disparar de forma aleatória na rua.
"O tiro que ela levou no peito dela, doeu no meu, na hora eu gritei 'minha filha', aí uma amiga dela correu e eu saí para fora para ver, para eu ir até o local dos tiros, a amiga dela perguntou 'quem é a mãe da Andrezza?' e eu disse 'sou eu', mas eu já sabia que minha filha estava morta", contou a mãe de Andrezza.
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