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Polícia

Marido de médica morta em hotel de Colatina é denunciado por feminicídio

Fuvio Luziano Serafim, ex-prefeito da cidade mineira de Catuji, foi preso em flagrante no dia 2 de setembro


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Imagem ilustrativa da imagem Marido de médica morta em hotel de Colatina é denunciado por feminicídio
Juliana Ruas El-Aouar foi encontrada morta no dia 2 de setembro |  Foto: Reprodução/Redes Sociais

Fuvio Luziano Serafim, preso em flagrante pela morte da médica Juliana Ruas El-Aouar em um hotel de Colatina no dia 2 de setembro, irá responder por feminicídio.

Após a finalização do inquérito da Polícia Civil, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) denunciou Fuvio, ex-prefeito da cidade mineira de Catuji, pelos crimes de feminicídio qualificado pela asfixia, fraude processual majorada e consumo partilhado de drogas. 

O atestado de óbito de Juliana, divulgado no dia 3 de setembro, aponta que as causas da morte da médica foram: Hipoxemia (baixa concentração de oxigênio no sangue); Asfixia mecânica; Broncoaspiração (entrada de substâncias estranhas, tais como alimentos e saliva, na via respiratória) e Traumatismo cranioencefálico (lesão física ao tecido cerebral que, temporária ou permanentemente, incapacita a função cerebral).

Em nota, a Polícia Civil informou que o inquérito foi concluído pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Colatina no último dia 04 de outubro e indiciou um indivíduo, de 44 anos, por homicídio qualificado com dolo eventual, e um indivíduo, de 52 anos, por fraude processual. O inquérito foi remetido ao Ministério Público Estadual que ofereceu denúncia nesta quarta-feira (18). 

Confira a nota do MPES:

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Colatina, informa que ajuizou a ação penal nº 0003041-31.2023.8.08.0014, em face de Fuvio Luziano Serafim pela prática das condutas de feminicídio qualificado pela asfixia, fraude processual majorada e consumo partilhado de drogas, restando imputados na denúncia os crimes previstos no artigo 121, §2º, incisos III e VI, § 2º-A, inciso II, em combinação com o artigo 13, §2°, “a” e “c”, do Código Penal com incidência da Lei nº 11.340/06(Lei Maria da Penha) c/c artigo 347, parágrafo único, do Código Penal e artigo 33, § 3º, da Lei 11.343/06, na forma do artigo 69, do Código Penal (concurso material de crimes).

Relembre o caso

A Polícia Civil prendeu, após autuação em flagrante, o marido e o motorista da médica Juliana Ruas El-Aouar, que foi encontrada morta dentro de um quarto de hotel na manhã de 2 de setembro em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo.

Juliana estava hospedada com o seu marido, Fuvio Luziano Serafim, em um quarto de um hotel na cidade, enquanto o motorista Robson Gonçalves dos Santos, de 52 anos, estava hospedado no quarto ao lado. Durante a madrugada, outros hóspedes relataram "barulho e bagunça" no quarto do casal.

Segundo a Polícia Militar, pela manhã, o marido compareceu à recepção do hotel querendo pagar a conta e deixar o local o quanto antes. Funcionários relataram que ele estava "bastante alterado" e que teria informado que a esposa estava "passando mal, tendo desmaiado".

Diante do comportamento suspeito, o próprio hotel acionou o Samu, que esteve no local e atestou o óbito da vítima. Fuvio e Robson foram levados pela Polícia Militar para a Delegacia Regional de Colatina para depoimentos. No mesmo dia, os dois foram autuados em flagrante.

Juliana Ruas El-Aouar era filha do ex-prefeito e ex-vereador de Teófilo Otoni, Dr. Samir Sagi El-Aouar. Em entrevista, Samir afirmou que a filha foi torturada antes de morrer e que já queria se separar do marido, que não aceitava a decisão.

"Nós estamos arrasados, pensar que uma filha, de 39 anos de idade, médica psiquiátrica, com o futuro todo pela frente, uma filha maravilhosa, um amor de pessoa, de repente, é submetida a uma tortura, porque o aconteceu com ela foi tortura durante a noite toda. Houve traumatismo cranioencefálico em dois locais da cabeça, machucou o estômago, a traqueia e o esôfago dela, enfim, minha filha foi torturada até a morte. Mais um feminicídio neste pais, que eu espero, que se Deus quiser, não vai ficar impune", desabafou o médico.

Prisão

Fuvio Luziano Serafim foi autuado em "flagrante por homicídio qualificado por motivo torpe mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido, cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio)".

Já o motorista Robson Gonçalves dos Santos foi autuado "em flagrante por homicídio qualificado por motivo torpe mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido".

Os dois foram presos e encaminhados para o sistema prisional no dia 2 de setembro.

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