Mais de 38 mil pessoas já foram vítimas de fraudes no Estado
Dados descartados de forma errada em lixos comuns é uma oportunidade para os criminosos
Em todo o Estado, pelo menos 38.566 pessoas foram vítimas nas mãos de golpistas, de janeiro a novembro deste ano, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo (Sesp).
O município que lidera em número de casos é Vila Velha, com 7.383 ocorrências. Em seguida, a Serra segue com 6.307, e Vitória com 6.022, sendo a maioria dos golpes registrada em dias úteis.
![Imagem ilustrativa da imagem Mais de 38 mil pessoas já foram vítimas de fraudes no Estado]('https://cdn2.tribunaonline.com.br'/img/inline/130000/1200x720/inline_00130760_00-2.webp?fallback=%27https%3A%2F%2Fcdn2.tribunaonline.com.br%27%2Fimg%2Finline%2F130000%2Finline_00130760_00.jpg%3Fxid%3D453817%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1721258899&xid=453817)
Segundo o titular Delegacia Especializada de Defraudações, Douglas Vieira, há várias quadrilhas em atuação no Estado.
“Há outros golpistas que continuam aplicando golpes aqui. Eles vêm de fora, aplicam um monte de golpe e depois somem. Prendemos, recentemente, cinco pessoas de uma quadrilha que aplicava o golpe do bilhete premiado. Além disso, fizemos uma prisão de três indivíduos de organização criminosa que deram prejuízo de mais de um milhão com golpes aqui no Estado”, contou o delegado
Os criminosos também possuem acesso a dados pessoais de vítimas pela internet. Cerca de 223 milhões de brasileiros tiveram seus dados expostos, incluindo pessoas já mortas, durante o maior vazamento de dados criminosos do País.
Especialistas estimam que, no Estado, os vigaristas vazaram os dados de pelo menos 3 milhões de moradores. Eles teriam sido compilados em agosto de 2019.
LEIA MAIS: Bandidos dão crack a moradores de rua para procurar documentos no lixo
TRÊS DICAS PARA EVITAR GOLPES
1 - Ligações falsas
. Criminosos aproveitam épocas de fim de ano para aplicarem golpes em clientes distraídos.
. Em caso de ligações solicitando dados pessoais, a polícia orienta o desligamento da chamada de imediato.
. As ligações são parecidas com profissionais que possuem dados básicos da vítima em mãos. Neste caso, sempre desconfie e nunca confirme informações recebidas por e-mail ou telefone.
2 - Descarte do lixo
. Ao receber encomendas pela internet, guarde ou rasgue a nota fiscal antes do descarte do material.
. Documentos velhos ou inválidos devem ser rasurados e rasgados antes de serem descartados.
. Em caso de perda ou roubo, uma ocorrência policial deve ser feita pra evitar que os dados roubados sejam utilizados em crimes.
3 - Financiamento
. A polícia também descobriu quadrilhas que abrem lojas físicas para financiarem carro.
. No ato da compra, os criminosos solicitam dados para enviarem para o banco aprovar linha de crédito, mas, na verdade, abrem contas falsas com o nome da vítima.
. Em seguida, falam que o financiamento não foi aprovado e as vítimas são dispensadas, sem saberem das contas abertas.
MEGAVAZAMENTO DE DADOS PESSOAIS
. Divulgado em janeiro de 2021 pelo Dfndr Lab, laboratório especializado em segurança digital da startup PSafe, o vazamento de dados expôs mais de 223 milhões de CPFs de brasileiros e é considerado o maior da história.
. No Estado, segundo levantamento de um hacker capixaba em uma base de dados que está nas mãos de bandidos, há 1.794.607 de capixabas.
O QUE É VENDIDO?
. Os criminosos estão vendendo pacotes que contêm as seguintes informações:
. Dados básicos relativos ao CPF (os mesmos já inclusos no arquivo público, como nome, data de nascimento e endereço).
O QUE É POSSÍVEL FAZER COM OS DADOS PESSOAIS?
. Segundo especialistas, o vazamento dos dados pode ser altamente perigoso, já que, com eles, é possível cometer vários outros crimes ou ainda aplicar golpes.
. Com os dados, é possível abrir uma conta bancária, realizar um empréstimo, habilitar uma linha telefônica e, até mesmo, criar um cartão de crédito.
. Além disso, é possível também cometer outros tipos de crimes, como os golpes praticados pelo WhatsApp.
Fonte: Polícia Civil e fontes mencionadas.
Comentários