X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Polícia

Bandidos dão crack a moradores de rua para procurar documentos no lixo

Polícia alerta para risco da fraude com a falta de cuidado no descarte dos dados pessoais


Os golpistas estão inovando e até recrutando moradores em situação de rua para vasculhar o lixo de bairros como Jardim Camburi e Jardim da Penha, em Vitória, e Itapuã, Itaparica e Praia da Costa, em Vila Velha.  

Com as festas de fim de ano, o descarte de embalagens de encomendas recebidas  pela internet aumenta e muitas delas são jogadas no lixo com notas fiscais ou faturas. São documentos como esses que estão na mira dos criminosos. 

Foi durante uma Escala Especial Operacional (ISEO) que o delegado Douglas Vieira começou a fazer abordagens a moradores em situação de rua e encontrou diversos documentos.

Por ser titular Delegacia Especializada de Defraudações (Defa), o delegado teve a sensibilidade de questionar os suspeitos e começou a receber informações de um esquema criminoso de uma quadrilha de golpistas.

“Esses criminosos fazem até pior, eles pagam os moradores de rua  com  pedras de crack. É importante lembrar que é um público que se ficar vasculhando lixo, raramente vai levantar suspeitas da polícia”, comentou.

A Polícia Civil também identificou que as lideranças desse tipo de modalidade são de São Paulo, Distrito Federal, Goiás e Rio Grande do Sul, mas fazem contato com capixabas para serem pontes de informações e aliados. 

Os capixabas são recrutados para passar informações como quais bairros são nobres, onde a polícia mais atua e onde há mais moradores de rua viciados em droga para trabalhar para a quadrilha. 

Com as informações em mãos, eles aplicam os mais variados golpes como do bilhete premiado, falsa linha de crédito, abertura de contas falsas e outros. 

Imagem ilustrativa da imagem Bandidos dão crack a moradores de rua para procurar documentos no lixo
Delegado Douglas Vieira começou a fazer abordagens a moradores em situação de rua e encontrou os papéis |  Foto: Fábio Nunes / AT

Após os golpes, eles ramificam o lucro do crime em várias contas bancárias distribuídas pelo País e saem do Estado.

“Quem tiver dúvida se há alguma conta falsa aberta em seu nome é importante fazer contato com o  Banco Central. Há vítimas que já tiveram os dados roubados ou até mesmo caíram em golpes, mas nem desconfiam. Importante procurar a polícia, porque muitas contas são usadas até para receberem Pix, durante os famosos sequestros-relâmpago”, contou o delegado.

LEIA MAIS: Mais de 38 mil pessoas já foram vítimas de fraudes no Estado

Preso ao tentar abrir contas falsas

Um homem,  de 30 anos, foi preso em flagrante tentando abrir uma conta falsa em  uma agência bancária  em Jucutuquara, Vitória, na última terça-feira. 

A prisão foi realizada por meio  da Delegacia Especializada de Defraudações (Defa)  no momento em que o suspeito  se dirigia à agência para terminar um processo de abertura de conta utilizando documentos falsos, que, segundo ele, foram comprados na internet por R$ 250 e recebidos  pelos Correios.  

A informação foi divulgada em coletiva, na manhã de quinta-feira (23), pelo titular da Defa, delegado Douglas Vieiria. “Ele estava com documentos falsos, com  o intuito de abrir várias contas no nome da vítima.  Durante a abordagem, ele contou que ele é motorista de aplicativo e precisa de dinheiro para passar o Natal”, explicou o delegado.

A polícia conseguiu chegar ao motorista de aplicativo depois que recebeu informações de que uma quadrilha estaria no Estado só com a função de abrir contas em bancos, mas o restante da quadrilha teria desistido e saído do Estado.

Ainda segundo o delegado, esse foi o primeiro caso em que golpista e vítima são capixabas. Isso porque o motorista de aplicativo, que mora em Cariacica, usou dados roubados de uma vítima capixaba para tentar abrir a conta.

“Ele pegou um RG com a foto dele e o nome de outra pessoa, para isso, ele chegou, inclusive, a deixar a barba crescer para ficar mais parecido com a vítima”, contou o delegado. 

Mais de 38 mil fraudes no Estado

Em todo o Estado, pelo menos 38.566 pessoas foram vítimas nas mãos de golpistas, de janeiro a novembro deste ano, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo (Sesp).

O município que lidera em número de casos é Vila Velha, com 7.383 ocorrências. Em seguida,  a Serra segue com 6.307, e Vitória com 6.022, sendo a maioria dos golpes registrada em dias úteis.

 Segundo o  titular Delegacia Especializada de Defraudações, Douglas Vieira, há várias quadrilhas em atuação no Estado. “Há outros golpistas que continuam  aplicando golpes aqui. Eles vêm de fora, aplicam um monte de golpe e depois somem. Prendemos, recentemente, cinco pessoas de uma quadrilha que aplicava o golpe do  bilhete premiado. Além disso, fizemos uma prisão de três indivíduos de organização criminosa que deram prejuízo de mais de um milhão com golpes aqui no Estado”, contou o delegado

Os criminosos também possuem acesso a dados pessoais  de vítimas pela internet. Cerca de 223 milhões de brasileiros tiveram seus dados expostos, incluindo pessoas já mortas, durante o maior vazamento de dados criminosos do País.  

Especialistas estimam que, no Estado, os vigaristas vazaram os dados de pelo menos 3 milhões de moradores. Eles teriam sido compilados em agosto de 2019.

Três dicas para evitar golpes

1 - Ligações falsas 

. Criminosos aproveitam épocas de fim de ano para aplicarem golpes em clientes distraídos.

. Em caso de ligações solicitando dados pessoais, a polícia orienta o desligamento da chamada de imediato.

. As ligações são parecidas com profissionais que possuem dados básicos da vítima em mãos. Neste caso, sempre desconfie e nunca confirme informações recebidas por e-mail ou telefone. 

2 - Descarte do lixo 

. Ao receber encomendas pela internet, guarde ou rasgue a nota fiscal antes do descarte do material. 

. Documentos velhos ou inválidos devem ser rasurados e rasgados antes de serem descartados. 

. Em caso de perda ou roubo, uma ocorrência policial deve ser feita pra evitar que os dados roubados sejam utilizados em crimes. 

3 - Financiamento

. A polícia também descobriu quadrilhas que abrem lojas físicas para financiarem carro.

. No ato da compra, os criminosos solicitam dados para enviarem para o banco aprovar linha de crédito, mas, na verdade, abrem contas falsas com o nome da vítima.

. Em seguida, falam que o financiamento não foi aprovado e as vítimas são dispensadas, sem saberem das contas abertas. 

Megavazamento de dados pessoais

. Divulgado em janeiro de 2021 pelo Dfndr Lab, laboratório especializado em segurança digital da startup PSafe, o vazamento de dados expôs mais de 223 milhões de CPFs de brasileiros e é considerado o maior da história.

. No Estado, segundo levantamento de um hacker capixaba em uma base de dados que está nas mãos de bandidos, há 1.794.607 de capixabas.

O que é vendido?

. Os criminosos estão vendendo pacotes que contêm as seguintes informações:

. Dados básicos relativos ao CPF (os mesmos já inclusos no arquivo público, como nome, data de nascimento e endereço).

O que é possível fazer com os dados pessoais?

. Segundo especialistas, o vazamento dos dados pode ser altamente perigoso, já que, com eles, é possível cometer vários outros crimes ou ainda aplicar golpes. 

. Com os dados, é possível abrir uma conta bancária, realizar um empréstimo, habilitar uma linha telefônica e, até mesmo, criar um cartão de crédito.

. Além disso, é possível também cometer outros tipos de crimes, como os golpes praticados pelo  WhatsApp.


Fonte:  Polícia Civil e fontes mencionadas. 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: