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Polícia

Humilhação e estupro virtual em aplicativo para jogo on-line

Jovens criminosos têm utilizado o Discord para submeter crianças e adolescentes à automutilação e abusos mediante ameaças


Imagem ilustrativa da imagem Humilhação e estupro virtual em aplicativo para jogo on-line
Delegado Gustavo Buaiz afirmou que no Estado dois jovens, de 17 e 19 anos, estão sendo investigados |  Foto: Leone Iglesias/AT

É em uma plataforma de conversas, usada por quem joga on-line, que jovens criminosos têm encontrado o caminho até suas vítimas. Mediante ameaças e chantagem, eles humilham, obrigam crianças e adolescentes a se automutilarem e cometem estupros virtuais. 

A crueldade é tanta, segundo investigações da polícia, que as cenas chegam a ser gravadas ou transmitidas por chamadas em grupo. No País, quatro integrantes de uma rede de jovens investigada por suspeita de ameaçar e estuprar menores de 18 anos, que conheceram no Discord, foram presos desde a última semana.

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As vítimas têm 12 e 16 anos. Entre as já identificadas, há meninas de Santa Catarina, São Paulo, Amapá e do Espírito Santo.

O chefe da delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos da Polícia Federal no Estado, delegado Gustavo Buaiz, explicou que além de uma vítima identificada no Espírito Santo, investigações paralelas ainda resultaram no cumprimento de dois mandados de busca e apreensão em Pinheiros e em Afonso Cláudio nas últimas semanas. 

“As buscas foram na residência de uma jovem de 19 anos e de um adolescente de 17 anos, que estariam cometendo ameaças e obrigando vítimas a se automutilar.”

Segundo ele, os autores desse tipo de crime costumam usar estratégias semelhantes: conhecem as vítimas no Discord, ganham sua confiança e depois pedem fotos íntimas das garotas ou coletam dados pessoais, como local em que moram e nome dos pais.

“Em seguida, eles passam a chantagear ou ameaçar a família das vítimas. Eles obrigam as vítimas a se mutilarem, escrevendo seus nomes em seus corpos. Também as obrigam a introduzir objetos nas suas partes íntimas ou até a matar animais”.

Entre os investigados capixabas, o delegado explicou que os dois eram conhecidos nacionalmente entre  criminosos que agem assim. 

“No caso do adolescente, identificamos que ele participou de uma série de chamadas de grupo, incitando as vítimas a cometerem automutilação, além de produzir material de abuso sexual. Queremos identificar se ele vendia essas imagens em grupos de Telegram”.

O delegado explicou que os dois investigados não estão presos, mas as investigações continuam.

Vítimas são chantageadas com o uso de fotos íntimas

Para obrigar adolescentes a se cortarem ou ainda a produzir material dos abusos, criminosos chantageavam as vítimas, ameaçando divulgar fotos íntimas delas.

As primeiras imagens eram enviadas pelas vítimas após os criminosos ganharem sua confiança. A partir daí, segundo as investigações, as ameaças começam a ficar ainda mais sérias. 

Apesar das fotos serem uma das formas desses criminosos, em sua maioria também jovens, obterem material para chantagem, o chefe da delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos da Polícia Federal no Estado, delegado Gustavo Buaiz, explicou que há casos em que as imagens nem chegam a ser enviadas. 

“Há casos em que esses criminosos passam a conversar com as vítimas para coletar informações pessoais, como local onde moram e dados sobre a família. Com isso, ameaçam os familiares de morte, mandam foto da casa delas para assustá-las”.

Ele ressaltou a importância dos pais estarem atentos aos filhos, ao comportamento, a conversarem com eles e monitorarem.

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O que é o Discord

O Discord, criado em 2015, é uma plataforma/aplicativo de comunicação gratuita, com foco no público gamer e disponível para Windows, Linux, Android e iOS. 

Com uma conta criada, é possível adicionar “amigos” e conversar por meio de mensagens de texto, chamadas de voz e de vídeo.

Também é possível conversar com mais de um amigo ao mesmo tempo, em grupo.

Alvo de investigações 

Desde o ano passado, o aplicativo popular é alvo de investigação pelas polícias, pois vem sendo usado por criminosos para circular conteúdos violentos. 

Nos exemplos, aqueles que fazem apologia ao nazismo, racismo, pedofilia e exploração sexual.

Há investigações em várias partes do País, inclusive no Espírito Santo, onde há dois acusados e, até o momento, uma vítima de 16 anos.

Busca e apreensão 

Nos dias 16 e 23 de junho, a Polícia Federal no Estado cumpriu dois mandados de busca e apreensão, em Pinheiros e em Afonso Cláudio. Os alvos eram suspeitos de atuar nas plataformas cometendo crimes. 

1 - Adolescente de 17 anos

O adolescente é investigado pelo crime contra várias vítimas, incluindo a participações de chamadas (conhecidas como calls) em grupo, onde incitava adolescentes a se automutilar e a praticar ato libidinoso. 

Segundo a Polícia Federal, os pais do adolescente não sabiam de sua participação e revelaram que o filho mostra comportamento retraído, sem amigos, que passa muito tempo no celular e fechado em um  cômodo da casa. 

Uma das informações que a polícia apura é que entre as vítimas que ele teria feito a chamada com várias pessoas assistindo está uma criança de 12 anos. Ela era obrigada a se cortar, além de mostrar partes íntimas. 

A polícia ainda investiga se ele estaria vendendo esse material no Telegram.

2 - Jovem de 19 anos

A jovem de 19 anos é investigada por fazer vítimas usando a plataforma Discord com o nome de Dolly. 

Segundo a POlícia Federal, o nome usado por ela na plataforma foi encontrado no corpo de uma das vítimas, juntamente com o  de outro investigado já preso em Minas Gerais. A “assinatura” que as vítimas eram obrigadas a fazer com cortes no corpo é algo comum.  

A polícia ainda investiga se ela atuava em conjunto, garantindo informações para chantagem para outro criminoso.

A família da jovem disse que não sabia sobre sua participação.

Denúncias

O Discord aceita denúncias de pessoas ou servidores que violem diretrizes de comunidade ou termos de serviço do aplicativo. O software oferece páginas com textos a respeito, que ficam em discord.com/guidelines e discord.com/terms, respectivamente.

O Ministério da Justiça também possui um canal oficial para denúncias: https://www.gov.br/mj/pt-br/escolasegura. Além disso, o caso também deve ser denunciado à polícia. Nesse caso, procure a delegacia mais próxima ou ligue para o Disque 100.

Fonte: Polícia Federal, Agência Brasil e pesquisa A Tribuna.

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