Golpe do terreno: mais de 500 imóveis invadidos, diz polícia
Criminosos expulsam moradores e depois vendem terrenos pela internet
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A Polícia Civil está no rastro de quadrilhas que são acusadas de expulsar e até matar moradores com um único propósito: tomar terrenos e depois vendê-los pela internet.
Em Vila Velha, um dos municípios que lideram em casos investigados, existem muitas áreas públicas ocupadas de forma irregular, em sua maioria para moradia, muitas fruto de ações criminosas de grileiros, que vendem as áreas como se fossem suas, lesando tanto o particular como o público.
A prefeitura ressaltou que os terrenos são alvos de ações administrativas e criminais e orienta os compradores sempre a buscarem informações junto aos cartórios para verificar a autenticidade das escrituras, evitando golpes.
A Polícia Civil, por meio da DHPP de Vila Velha, acredita que a quadrilha investigada tenha conseguido tomar posse de cerca de 500 imóveis, já que há loteamentos grandes, criado por uma construtora do ramo imobiliário.
Em Interlagos, Vila Velha, aconteceram três homicídios motivados por invasões e venda de lotes.
Em relação ao suposto envolvimento de policiais militares no esquema criminoso, A PM informou que não compactua com condutas inadequadas ou delituosas e apura todos os fatos. “Ainda, esclarece que qualquer cidadão que se sinta prejudicado pela ação de um agente da instituição pode se encaminhar à Corregedoria”.
A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Espírito Santo (OAB-ES) não se manifestou até o fechamento desta edição.
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Segurança privada após ameaças
Uma das vítimas da quadrilha é uma administradora, de 45 anos. Dona de um terreno em Vila Velha, ela teve o imóvel invadido.
“Tenho esse terreno vazio há muito tempo, mas, em 2015, foi invadido por integrantes da quadrilha. Questionei e eles apresentam escritura declaratória, mas só é dono quem tem ônus reais do imóvel registrado em cartório, mas não é o caso dessa quadrilha”, contou.
Ainda segundo a administradora, a partir do momento em que começou a questionar, passou a receber ameaças por telefone e, pessoalmente, à mão armada.
“Após as ameaças, eu precisei visitar meu terreno, e, chegando lá, mesmo acompanhada por seguranças, um carro parou na rua, com pelo menos quatro criminosos armados me coagindo. De lá para cá, foram várias ameaças”, explicou.
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