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Polícia

Quadrilha expulsa moradores para vender lotes na internet

Criminosos começaram atuando em Vila Velha, mas já estão em todo o Espírito Santo. Além de tomar o patrimônio, bando faz ameaças e até mata


Fechando um verdadeiro quebra-cabeça, a Polícia Civil está no rastro de quadrilhas que são acusadas de expulsar e até matar moradores com um único propósito: tomar terrenos e depois  vendê-los pela internet. 

Há indícios, como aponta o titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, delegado Tarik Souki, que as quadrilhas vêm agindo  desde 2015.  

Imagem ilustrativa da imagem Quadrilha expulsa moradores para vender lotes na internet
Delegado Tarik Souki mostra região em Vila Velha onde quadrilha intimida os moradores e proprietários de terrenos |  Foto: Leone Iglesias / AT

“Os criminosos começaram atuando em Vila Velha, mas já estão em todo o Estado. Temos relatos de atuação em Marechal Floriano, Domingos Martins, Fundão  Serra e Guarapari”, explicou. 

Ainda segundo o delegado, os criminosos começam se apropriando do terreno abandonado. “Em seguida, eles praticam crimes como falsificação,  estelionato, organização criminosa, lavagem de dinheiro, enganam as pessoas, vendem os terrenos na internet, ameaçam moradores e chegam a matar as vítimas”, revelou.

Segundo a Polícia Civil, uma das várias quadrilhas tem cerca de 10 integrantes e  seria  liderada por um advogado.  

Um desses integrantes, segundo a Polícia Civil, é um ex-policial militar que está preso por uma tentativa de homicídio motivada por um terreno irregular, em Vila Velha.

Até o momento, a DHPP conseguiu encerrar o inquérito de dois homicídios consumados e um tentado que teriam relação com a quadrilha. 

Além desses crimes, em outubro de 2021, pelo menos, seis pessoas foram mortas durante um churrasco  por briga de terreno. 

A quadrilha age em  três situações mais comuns, uma delas é quando os criminosos observam terrenos abandonados, cercam, falsificam documentação na prefeitura e nos cartórios, anunciam e vendem para terceiros. 

Outra situação é quando os criminosos observam terrenos já ocupados por moradores nas chamadas invasões. Nesses casos,  a mão armada vai ao bairro expulsar os moradores e depois vendem o terreno, explicou o delegado.

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Divulgação

Em uma das postagens na internet, com erros ortográficos, a pessoa  tenta vender uma chácara de 1.800 metros quadrados. O local não foi informado pela polícia.

O valor parcelado é de R$ 40 mil, com entrada de R$ 15 mil e demais prestações  no valor de R$ 600 por mês. Se for à vista, a quantia cai para R$ 32 mil.

 “Troco por carro, moto, caminhão, aceito geladeira nova tirada na loja que estou precisando, no valor de R$ 7 mil. O resto dá para combinar”, diz um dos trechos do anúncio.

Três acusados da mesma  família já foram presos

Três integrantes de uma das quadrilhas  foram presos e são  da mesma família. A Polícia Civil conseguiu chegar até eles depois de um homicídio.

No último dia 10 junho, um vigilante identificado como Fabrício Pereira, de 33 anos, foi morto a tiros em um condomínio, em Terra Vermelha, Vila Velha.

Em entrevista, o titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, delegado Tarik Souki, informou que no dia do crime, José Milton Fortunato chamou a vítima até um terreno.

Chegando lá, Valmir Fortunato, irmão de José, e Chuyan Silva Fortunato, filho de Valmir, já estavam no terreno esperando para executar Fabrício.

O motivo do crime, segundo o delegado, seria porque Fabrício tinha lotes  em uma região que já tinha sido invadida, mas a quadrilha de José Milton tinha interesse em tomar posse para realizar a venda na internet.  

Ainda segundo a polícia, os três atuavam juntos na invasão dos terrenos e eram conhecidos como a frente armada.  

José Milton foi preso  no dia do crime. Já Valmir e Chuyan foram encontrados em Afonso Cláudio, pelo serviço reservado no  dia 21 de fevereiro de 2022.

Imagem ilustrativa da imagem Quadrilha expulsa moradores para vender lotes na internet
Os presos Chuyan Silva Fortunato; José Milton Fortunato e Valmir Fortunato, respectivamente |  Foto: Divulgação / Polícia Civil

SAIBA MAIS

> Atuação das quadrilhas 

- Investigações da Polícia Civil  revelam que os integrantes das   quadrilhas vêm agindo desde 2015. 

- Inicialmente, o alvo era Vila Velha. Eles  invadiam  pequenos terrenos e vendiam para terceiros. 

- Com o passar do tempo, os  criminosos foram ampliando as áreas de atuação para todo o Estado, como observa o titular da  Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, delegado Tarik Souki.

> Participação de cada um

Liderança

- Os dez integrantes de uma das quadrilhas, de acordo com a polícia,  seriam  liderados por um advogado.

Anúncios e vendas

- Outros acusados  são apontados como responsáveis por fazer os anúncios na internet, atender os compradores e efetuar as vendas.

Falsificação

- Há ainda aqueles que têm a função de  falsificar  documentos, como procurações.

Ameaças

- Por fim, existe o “chão de fábrica”, chamados pela polícia como a frente armada,   integrantes que fazem ameaças e  matam moradores e pessoas que ameaçam expor  o esquema da quadrilha. Há ex-policiais militares investigados. 

> Alguns anúncios 

Próximo à praia

- “Lote,  400 metros quadrados, licenciado, R$ 20 mil à vista. Morro da Lagoa, Vila Velha, próximo à praia e vista para lagoa.” 

Licenciado e escriturado

- “Vista permanente para o mar, de esquina com esquina, comercial, área de 254 metros quadrados e outro de R$ 255 mil, licenciado e escriturado. Aceito veículos.” 

Futuro haras

- “Oito lotes, R$ 15 mil cada, se for os 8 juntos, R$ 10 mil cada, escriturado e cercado, em meu nome com RGI (Registro Geral de Imóveis), próximo o pedágio, praias, comércios, futuro haras. Ligue, mande watzap, sou proprietário, aceito propostas, ofertas, veículos, bens em geral.”

Crimes investigados

- Entre os crimes investigados está o estelionato. A  pena é de  reclusão, de um a cinco anos, podendo até dobrar se a vítima for idosa. 

Fonte: Polícia Civil.

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