Fisioterapeuta acusado de estupro em UTI tem prisão decretada em SP
Hoje, ele é considerado foragido da Justiça
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O fisioterapeuta acusado de estuprar uma publicitária, de 29 anos, dentro da UTI de um hospital na zona sul de São Paulo, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça nesta semana, dia 13.
O homem, de 46 anos, é considerado foragido. A Justiça aceitou a denúncia e o tornou réu sob acusação de estupro de vulnerável, cuja prisão prevista varia entre 8 a 15 anos, em regime fechado. Em entrevista na TV em janeiro, ele negou as acusações.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informa que policiais civis de 2ª Delegacia de Defesa da Mulher realizaram buscas relacionadas ao caso nessa quarta (15). As investigações prosseguem sob segredo de Justiça.
Ao pedir a prisão do suspeito à Justiça, a promotora Maria Claudia Andreatta Hir argumentou haver risco concreto de fuga, gravidade extrema da conduta e reiteração delitiva - ele enfrenta outras investigações.
A advogada da publicitária afirma esperar que a prisão seja cumprida o mais rápido possível e que o réu representa um grave risco à integridade das mulheres, "pois comete os crimes de violência sexual dentro dos hospitais, no momento em que as vítimas encontram-se fragilizadas".
A mulher que acusa o fisioterapeuta fez cirurgia para tratar uma hérnia de disco no início de 2023 e, durante o pós-operatório, realizou sessões de fisioterapia no hospital - a cada dia com um profissional diferente.
Quando o acusado começou a atendê-la, ela disse ter notado algumas situações estranhas: ele não tolerava a presença de outros enfermeiros, tentava afastar sua mãe do quarto e entrava nos horários de banho.
No dia 23 de janeiro, ela afirma que ele entrou no quarto quando ela estava sozinha e disse que havia sido informado de fortes câimbras que a jovem havia sentido durante a sessão com outro fisioterapeuta.
A mulher diz que ele começou a massagear sua panturrilha e, em seguida, introduziu os dedos dentro de sua vagina. No boletim de ocorrência, a que reportagem teve acesso, a paciente afirma que o fisioterapeuta agiu com violência e que seguiu com o movimento mesmo quando ela disse que aquilo a machucava. "Eu não tinha forças para gritar, não tinha forças para me mexer", relatou.
No mesmo dia, ele retornou e novamente a violentou, ainda segundo a jovem. Na manhã seguinte, ela perguntou para outra fisioterapeuta sobre os procedimentos e concluiu que tinha sido estuprada.
O hospital onde o crime aconteceu diz que o fisioterapeuta foi afastado no dia 23 de janeiro, assim que a denúncia foi recebida.
"Ele era funcionário de uma empresa de fisioterapia terceirizada e prestava serviços na unidade há cerca de um mês. A sindicância interna continua em andamento e a cooperação com as autoridades é total. O hospital repudia qualquer violência sexual", diz a nota.
O fisioterapeuta também é investigado por um outro caso, de 2021, em um hospital de Guarulhos (Grande São Paulo). O caso é investigado pelo Ministério Público e está em segredo de Justiça.
A Defensoria Pública, que representa o suspeito nesse processo, afirma que, devido ao sigilo, não pode fornecer mais informações. Procurado, o hospital disse que desligou o profissional e acionou a polícia logo que soube da suposta agressão.
A unidade também afirmou que toma todas as medidas preventivas para evitar fatos dessa natureza. "Em 20 anos de funcionamento não havíamos registrado nada parecido", diz a nota.
CONDENAÇÃO NA ARGENTINA
Além dos casos em solo brasileiro, ele foi condenado na Argentina a sete anos de prisão após tentativa de assassinar sua esposa usando golpes, arma de choque e spray de pimenta, segundo uma reportagem do jornal La Nación em 2015. Ele teria admitido o ataque.
O periódico afirma que as agressões teriam ocorrido após a mulher tê-lo denunciado por supostamente abusar sexual de sua filha de 10 anos.
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