Filho e nora de ciclista assassinado são condenados em Cachoeiro de Itapemirim
Casal confessou ter matado Duramir a facadas, dentro da casa onde eles moravam
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O Ministério Público do Estado do Espírito Santo, por meio da Promotoria de Justiça de Cachoeiro de Itapemirim, obteve a condenação de João Victor Brito Silva e sua companheira, Beatriz Gasoni de Azevedo, pelo assassinato do ciclista Doramir Monteiro Silva, pai de João Victor.
O crime aconteceu dentro da casa onde todos moravam, em junho de 2022. A condenação dos réus aconteceu durante sessão nesta quinta-feira (21), no Fórum da Comarca de Cachoeiro de Itapemirim. O filho foi condenado a 22 anos de prisão em regime fechado e 1 ano e seis meses de detenção no regime semi-aberto. Já a nora recebeu a pena de 20 anos e 6 meses de reclusão e 6 meses de detenção.
Eles respondem pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima), ocultação de cadáver, coação no curso do processo, fraude processual e posse irregular de arma de fogo de uso permitido (somente João Victor).
RELEMBRE
Duramir Monteiro Silva, de 56 anos, desapareceu na noite do dia 28 de junho, após chegar de um ciclismo. Ele morava com o filho e a nora, que relataram seu sumiço à polícia no dia 1 de julho, quando começaram as investigações. O casal acabou confessando ter assassinado Duramir a facadas e, após, ateado fogo no corpo da vítima.
Segundo o delegado Felipe Vivas, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cachoeiro de Itapemirim, o casal entrou em contradição durante depoimentos, e após pressão da polícia, acabou confessando o ocorrido. Segundo os suspeitos o crime aconteceu em legítima defesa, após Duramir ter tentado agarrar a mulher do filho.
A moça, de 20 anos, que afirmava estar grávida, disse que Duramir teria chegado por trás dela enquanto ela cortava um alimento, após o jantar, nesse momento ela teria utilizado a faca para atingi-lo, e , após ter visto o ocorrido, o filho de Duramir deu outros golpes nas costas e no peito do pai. "Estão alegando que seria uma suposta legítima defesa, mas se fosse uma legítima defesa por que não acionaram a polícia na hora?" indagou o delegado.
A polícia investiga se a motivação realmente foi a contada pelo casal, ou se havia premeditação para o crime. "Vamos ainda apurar se isso procede ou se tem outra motivação sobretudo ligada a cunho patrimonial", afirmou Felipe Vivas. Na residência a polícia encontrou 20 mil reais em espécie.
O crime aconteceu dentro da casa onde todos moravam, dividida também, por meio de paredes, com a ex-mulher de Duramir, mãe do rapaz acusado. Após o ocorrido a mãe ficou desconfiada porque o filho limpou a casa por diversas vezes. Ela também teria escutado barulhos, mas ao fazer perguntas não obteve confissão do filho.
O casal contou a polícia que enrolou o corpo de Duramir em lençol, tapete e edredom, e colocou no porta malas do carro, levando-o para uma propriedade da família da moça, em Castelo. Lá, ele foi colocado em uma cova e atearam fogo com o objetivo de ocultar o cadáver.
Já na casa, o delegado afirma que o casal realizou diversos tipos de limpeza. "Eles tentarem limpar a casa desde o dia do fato, limparam com alvejante, com cloro , com sabão... Até escova de dente usaram para limpar as frestas, sem sucesso porque fizemos perícia no local e acusou sangue na casa inteira", explicou Vivas.
A princípio apenas o filho da vítima havia sido preso, nesta segunda-feira (04), pois não havia flagrante para o casal. Ele foi preso por tentar ocultar provas limpando a casa e pela destruição do cadáver. Agora, a nora também foi presa por tentar influenciar no depoimento da sogra. A polícia também descobriu que a moça mentiu sobre a gravidez.
Os dois foram autuados por homicídio qualificado , agravado pelo fato da vítima não ter chance de defesa e pela ocultação do cadáver.
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