Empresário é preso acusado de causar acidente com morte
Eduardo Saudino responde por homicídio duplamente qualificado pelo acidente que matou sua namorada, Emília Breda, em 2024
O empresário Eduardo Saudino, de 37 anos – réu pela morte da namorada, a cerimonialista Emília Oliosi Breda, de 26 anos, em um acidente ocorrido em fevereiro de 2024 –, foi preso na manhã de quinta-feira (11) em Alfredo Chaves, no Sul do Espírito Santo, onde moram os pais dele.
Saudino responde por homicídio duplamente qualificado por empregar meio altamente arriscado (perigo comum) e por reduzir a capacidade de defesa da vítima, na forma de dolo eventual, quando o autor assume o risco de matar.
O delegado titular da Delegacia de Delitos de Trânsito, Maurício Gonçalves, explicou que foram reunidos indícios de que o motorista dirigia em alta velocidade, sob influência de álcool e com a Carteira Nacional de Habilitação suspensa.
“O acidente foi causado por imprudência e velocidade excessiva. Ele conduzia um veículo de alta potência e perdeu o controle, capotando por diversas vezes, em uma extensão territorial de 110 metros. Ele também estava com sintomas de uso de bebida alcoólica”, disse o delegado.
Na época, o investigado teria dito a testemunhas que Emília é quem dirigia o veículo.
“Testemunhas afirmaram que o investigado afirmava não ser o motorista e sim o carona. Porém, durante o socorro, as testemunhas narraram que a vítima estava afixada no cinto, sentada no banco do carona. Naquele mesmo momento, identificamos que o Eduardo era o motorista”.
Segundo Maurício Gonçalves, um dispositivo eletrônico que Emília usava acionou o 190 no momento do acidente.
“O Ciodes foi informado tanto da localização bem como foi aberto o áudio do aparelho. O operador do Ciodes conseguia ouvir ao fundo da ligação uma voz masculina. Era inaudível, mas isso já dá indícios de que ele se encontrava dentro do veículo e deve ter saído de forma voluntária do carro”.
O delegado informou ainda que Saudino não compareceu às intimações para prestar esclarecimentos e recusou-se a realizar exame toxicológico solicitado pela polícia durante o inquérito.
Diante disso, o procedimento foi concluído com base nos demais elementos, e o Ministério Público apresentou denúncia nos mesmos termos do indiciamento.
Entenda
O acidente
O capotamento que matou Emília Oliosi Breda ocorreu em 15 de fevereiro de 2024, no dia em que a jovem completava 26 anos.
Ela e o namorado, Eduardo Saudino, seguiam de Piúma, no Sul do Espírito Santo, para Domingos Martins, região Serrana, quando o veículo capotou.
O acidente aconteceu na rodovia ES-375, nas proximidades da entrada da comunidade de Baixo Pongal, em Anchieta.
Emília ficou presa às ferragens e morreu no local. O corpo foi encaminhado ao SML de Cachoeiro de Itapemirim.
Eduardo Saudino foi socorrido e levado para um hospital em Vitória.
Quem dirigia?
Testemunhas relataram que o investigado chegou a atribuir a direção do veículo à própria vítima, afirmando que Emília estaria ao volante.
De acordo com o delegado Maurício Gonçalves, durante o socorro, as testemunhas narraram que a vítima estava afixada no cinto, sentada no banco do carona.
Segundo o delegado, um dispositivo eletrônico que Emília usava acionou o 190 no momento do acidente.
O áudio captado, segundo o delegado, dá indícios de que Saudino se encontrava dentro do veículo e deve ter saído de forma voluntária do carro.
Indiciamento
Eduardo Saudino foi indiciado por homicídio duplamente qualificado por empregar meio altamente arriscado (perigo comum) e por reduzir a capacidade de defesa da vítima, na forma de dolo eventual.
O que diz a defesa
A defesa de Eduardo Saudino disse para a repórter Susy Faria, da TV Tribuna/Band, que não há provas das denúncias feitas em relação ao seu cliente.
A defesa afirmou que Eduardo alega que não há provas de que ele estava dirigindo, de que ele estaria embriagado e nem que estaria em alta velocidade.
A defesa informou que não teve acesso à decisão da 2ª instância e, por isso, não poderia fazer mais nenhuma manifestação quinta-feira (11).
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