"Desculpas à sociedade", diz secretário de Segurança do ES sobre briga de PMs
O major foi autuado em flagrante e preso, porém a Justiça concedeu liberdade provisória ao militar
O secretário de Segurança do Espírito Santo, coronel Alexandre Ramalho, pediu desculpas à sociedade pela briga entre dois policiais militares na noite de sexta-feira (02), na saída de uma boate na Praia do Canto, em Vitória. A confusão envolveu um major e um soldado da corporação.
O major acabou preso, após ser autuado em flagrante por lesão corporal, ameaça, desobediência e desacato a funcionário público. No entanto, o militar foi beneficiado pela Justiça com a liberdade provisória, durante audiência de custódia realizada no presídio no domingo (04).
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Em vídeo divulgado pela assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), coronel Ramalho disse lamentar profundamente a briga entre os dois policiais militares.
"Da nossa parte, é pedir desculpas à sociedade capixaba. è lamentável verificar esse tipo de cena entre operadores de segurança pública. A premissa que existe na Polícia Militar e em qualquer instituição militar é da camaradagem, da urbanidade, nós nos ajudarmos e nos auxiliarmos o tempo todo. A cena que vimos não condiz com nenhuma instituição militar", afirmou.
O secretário de Segurança ressaltou que todas as providências junto a Polícia Civil, em relação ao crime comum, foram adotadas. "Indivíduo que deveria ser autuado, foi autuado. Quem deveria ficar preso, ficou preso e teve sua prisão relaxada pela Justiça, o que é competência da Justiça", afirmou.
Ramalho garantiu que todas as ações criminais e administrativa continuam sendo executadas pela Polícia Militar e pela Polícia Civil.
Relembre
A briga entre o major e o soldado ocorreu na saída de uma boate, na Praia do Canto, em Vitória.
De acordo com a versão apresentada pelo major, no boletim de ocorrência, ele estava no local com a mulher quando ela teria sido assediada pelo soldado. O casal teria saído do local para pedir um táxi e ir embora, porém, enquanto estava na rua, o major teria sido abordado por dois homens armados - um deles, seria o soldado.
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Na versão do major, que consta no boletim de ocorrência, ele entrou em luta corporal com o soldado. Na confusão, a mulher do major e o soldado ficaram feridos. O militar de menor escalão precisou passar por atendimento médico antes de seguir para a delegacia e prestar depoimento.
Na 1ª Delegacia Regional de Vitória, após ouvir os militares, a mulher e testemunhas, o delegado de plantão entendeu que o soldado foi vítima e autuou o major em flagrante.
O major foi encaminhado para o presídio militar, onde passou por audiência de custódia e recebeu o benefício da liberdade provisória.
No texto expedido pelo juiz Arion Mergár, que concedeu liberdade provisória sem pagamento de fiança, há o relato de que o major foi até o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória, para onde o soldado foi levado após a confusão, e o ameaçou, dizendo que ele poderia deixar a corporação.
“Você é um lixo, vai ser excluído, vai perder a farda, vai aprender quem manda”, teria dito o major da PM ao soldado vítima de agressão.
O major precisa cumprir algumas condições estabelecidas pelo juiz. Entre elas, o major está proibido de sair da Grande Vitória sem prévia autorização do juiz; deve comparecer a todos os atos do processo, devendo manter endereço atualizado; proibição de frequentar bares, boates e estabelecimentos semelhantes; dever de comparecer em até 5 dias úteis ao juízo; proibição de frequentar o local dos fatos e de manter qualquer tipo de contato ou aproximação das vítimas.
Caso o militar descumpra alguma dessas condições, ele pode voltar para o presídio.
Corregedoria
O major também é investigado pela Corregedoria da Polícia Militar, que abriu um procedimento administrativo para apurar a briga.
A Polícia Civil informou que uma cópia do procedimento do flagrante foi encaminhada para a Corregedoria da PM.
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