Vítima de violência doméstica no ES escreve carta aberta: "Não estamos sozinhas"
Leila Fernandes publicou desabafo como forma de encorajar outras vítimas a denunciarem agressão
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Vítima de violência doméstica no último dia 23, Leila Fernandes de Oliveira, de 41 anos, resolveu dividir sua história e encorajar outras mulheres a denunciarem seus agressores.
A vítima procurou a delegacia de proteção à mulher de São Mateus, no Norte do Estado após ser agredida com socos e puxões de cabelo pelo marido. Após o caso, ela escreveu uma carta aberta e compartilhou fotos mostrando o rosto com hematomas e inchaço.
Ao Tribuna Notícias, Leila contou como foi a agressão “Ele me segurou pelos cabelos e foi desferindo golpes, muito soco no meu rosto. Caí no chão e ele veio e segurou na minha garganta, me sufocou”, lembrou.
Após a denúncia, a diarista afirmou que foi "acolhida e amparada" e agora aguarda por justiça "com o coração cheio de esperança". Ao encorajar que outras vítimas também denunciem seus agressores, ela escreveu que "há redes de apoio, há delegacias especializadas, e há pessoas que compreendem a sua dor e estão prontas para ajudar."
Leila ainda disse que espera que sua história inspire e que sua fotografia seja mais do que um registro de dor, mas um grito por liberdade e um chamado à ação. "Cada mulher que se levanta contra o abuso é uma luz para outras que ainda estão nas sombras", escreveu ainda.
Durante o desabafo, a vítima ainda pede que as mulheres não tenham medo da denúncia. "Não espere pelo momento "certo", pois o momento mais poderoso é sempre agora. Proteja-se, ame-se e saiba que sua coragem pode ser o farol para outras mulheres."
Veja o relato completo de Leila:
Cara amiga,
Meu nome é Leila Fernandes de Oliveira. Recentemente, vivi uma das experiências mais difíceis da minha vida: a violência doméstica. Após muita reflexão e coragem, decidi tomar uma atitude que mudaria minha história. Com a força que encontrei dentro de mim, procurei ajuda na delegacia de proteção à mulher em São Mateus, ES. Fui acolhida e amparada, e agora, com o coração cheio de esperança, aguardo pela justiça.
Decidi que minha voz não ficaria em silêncio. Autorizei a publicação das fotos de minha agressão não como um sinal de fraqueza, mas como um ato de força e coragem. É uma mensagem para você, para todas nós, mulheres que enfrentamos o medo e a opressão dentro de nossas próprias casas: não estamos sozinhas.
Sei que o passo para se libertar desse ciclo de violência pode parecer gigantesco. O medo nos paralisa, a incerteza sobre o futuro nos consome, mas há um poder dentro de cada uma de nós que é maior do que qualquer obstáculo: o poder da nossa dignidade e do nosso direito de viver sem violência.
Encorajo você a buscar ajuda. Não há vergonha em admitir que estamos sofrendo; a vergonha está nas ações daqueles que nos machucam. Há redes de apoio, há delegacias especializadas, e há pessoas que compreendem a sua dor e estão prontas para ajudar.
Ao compartilhar minha história, espero inspirar outras mulheres a fazerem o mesmo. Que minha fotografia seja mais do que um registro de dor; que seja um grito por liberdade e um chamado à ação. Cada denúncia é um passo em direção a um futuro sem violência. Cada mulher que se levanta contra o abuso é uma luz para outras que ainda estão nas sombras.
Não espere pelo momento "certo", pois o momento mais poderoso é sempre agora. Proteja-se, ame-se e saiba que sua coragem pode ser o farol para outras mulheres.
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