Como agiam criminosos do Rio que aplicavam “golpe da cesta básica” no ES
Eles simulavam fazer cadastro de idosos, roubavam dados, e pegavam empréstimos para serrem descontados no benefício do INSS
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Foi tomando um café da manhã, preparado por suas vítimas, que dois golpistas foram presos no Bairro da Penha, em Vitória. Eles são do Rio de Janeiro e, junto com um terceiro detido, fazem parte de uma quadrilha especializada em aplicar o “golpe da cesta básica”.
Os alvos são idosos humildes, todos pensionistas, ou aposentados que ganham, em média, de um (R$ 1.518) a dois (R$ 3.036) salários mínimos.
“Conseguimos abordar um deles próximo à residência, estava com um veículo, e os outros dois dentro da casa, aplicando o golpe em duas senhoras”, afirmou o titular da Delegacia Especializada de Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa), delegado Fabiano Alves.
Segundo o delegado, dois homens de 45 e 44 anos, e uma mulher de 42 anos, confessaram o crime e disseram que existe mais um integrante do grupo, que a Polícia Civil está tentando identificar. As prisões ocorreram na semana passada, mas foram divulgadas nesta quinta-feira (20).
“Eles dizem que, para a pessoa receber esse benefício, ela precisa fazer um cadastro e tiram fotos dos documentos, do rosto da vítima junto com o documento, e fazem reconhecimento facial”, disse Fabiano Alves.
Com esse reconhecimento facial, eles abrem conta em bancos digitais e pegam empréstimos para serem quitados com o benefício do INSS da pessoa, antecipam o 13º salário e tentam até abrir outras contas para pegar mais empréstimos, de acordo com o delegado.
“Eles ligavam para a pessoa, se identificavam como funcionários de uma ONG ou do governo federal. Diziam que a pessoa tinha sido contemplada com uma cesta básica, ou um remédio de uso contínuo, ou um vale-gás. Iam até a casa da pessoa, levavam a cesta básica, ou entregavam o dinheiro como se fosse o vale gás, e aplicavam o golpe, quando a pessoa achava que estava sendo contemplada com algum benefício”.
A polícia identificou que os golpes também foram aplicados em Vila Velha, e João Neiva, Norte do Estado. Os valores dos empréstimos chegavam no máximo a R$ 10 mil.
“Pegavam de acordo com o limite da pessoa. E como a renda é um pouco menor, o limite não é tão alto. Mas R$ 10 mil, descontar 30% (R$ 455,40) ou 40% (R$ 607,20) de quem ganha R$ 1.518 é muito dinheiro”.
A Polícia Civil investiga ainda quem fornecia os dados das vítimas para os golpistas, uma vez que eles informaram que executavam os golpes, mas não sabiam de onde vinham os dados.
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