Clínica veterinária é denunciada após cachorra internada fugir e morrer atropelada
Nala, como era chamada, foi encontrada sem vida às margens da BR-262, em Cariacica
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Uma cadela sem raça definida, chamada Nala, morreu atropelada às margens da BR-262, em Cariacica, após fugir de uma clínica veterinária onde havia sido internada por intoxicação alimentar. A secretária e tutora do animal, Sâmela Celestrino, denunciou o estabelecimento à Polícia Civil neste domingo (3), por volta das 9 horas.
No Instagram, Sâmela relatou que internou a cadela na clínica veterinária, em Campo Grande, em Cariacica, no sábado (2), por volta das 18 horas. Às 22h54, recebeu uma ligação informando que o animal havia fugido. A secretária iniciou, então, uma série de publicações nas redes sociais, com pedidos de ajuda para a busca do animal.
Nala só foi encontrada neste domingo, por volta das 6 horas. No boletim de ocorrência, a tutora relatou que encontrou a cachorra na frente da garagem da Viação Águia Branca, em Cariacica, e a levou para a clínica veterinária, já morta.
Uma funcionária do local teria dito que “não poderia fazer nada”, e, então, houve uma discussão. A confusão se tornou ainda maior quando, de acordo com o relato da tutora, um homem, que seria o irmão do proprietário do estabelecimento, apareceu armado.
Em nota, a Polícia Civil informou que registrou um boletim de ocorrência por ameaça na 4ª Delegacia Regional de Cariacica. “Durante uma discussão, um indivíduo, aparentemente irmão do proprietário da clínica, desceu armado. Sentindo-se ameaçada, a vítima dirigiu-se à Delegacia Regional de Cariacica para registrar a ocorrência. O caso será investigado, e a vítima foi orientada a procurar a Delegacia de Campo Grande”.
No Instagram, a tutora afirmou que irá “lutar por justiça” e chamou a clínica veterinária de “irresponsável”. Em entrevista à equipe de reportagem do Tribuna Online, a secretária expressou a indignação com o ocorrido.
“Estamos vivendo um pesadelo”, lamenta tutora
Tribuna Online — Há quanto tempo a Nala estava sob os seus cuidados?
Sâmela Celestrino — “Adotamos ela há 2 anos. Ela era uma cachorrinha muito inteligente, dócil, brincava com todo mundo e por onde passava todos queriam brincar com ela de tão amável que ela era”.
Tribuna Online — Como foi a noite de buscas pela Nala?
Sâmela Celestrino — “Foi uma noite agonizante. Ficamos rodando de 22 horas, momento em que me ligaram falando que ela havia fugido, até as 4 horas, em 3 carros. Hoje, saímos em busca às 6h. Falaram que ela simplesmente fugiu porque a veterinária estava trabalhando sozinha e tinha muita gente lá. Nala comeu o soro e fugiu”.
Tribuna Online — Como foi a postura do estabelecimento em relação ao ocorrido?
Sâmela Celestrino — “Eles foram negligentes. Ontem, falaram que ela tinha ido para um local; que tinha subido o morro. Hoje, falaram que quando eles tentaram pegá-la, ela quase foi atropelada três vezes. Pedi para falar com o dono da clínica, responsável pelo lugar, e a veterinária falou que ele estava nas buscas. Hoje, falaram que ele estava viajando.
Não me ligaram em nenhum momento após a fuga para perguntar ou dar informações. Não responderam minhas mensagens no WhatsApp. O irmão do dono apareceu no momento em que deixamos o corpo dela na bancada, portando uma arma na cintura. Ele disse que era policial e que não podiam fazer nada, que ali era casa dele e não queria bagunça”.
Tribuna Online — O que você espera após a denúncia?
Sâmela Celestrino — “Quero justiça! Deixei minha cachorra com intoxicação alimentar em observação e deixaram ela sumir. Paguei pra ela ser cuidada e fizeram isso. Estamos vivendo um pesadelo”.
O outro lado
A equipe de reportagem entrou em contato, ainda, com a clínica onde os animais foram internados, mas foi informada, por um funcionário, via ligação de voz, de que a chefia do estabelecimento só irá comentar o caso na segunda-feira (03). A reportagem permanece com espaço aberto para ouvir a clínica e, a qualquer momento, o conteúdo pode ser atualizado.
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