Caso Tesch: júri de pai e filha por morte de empresário no ES acontece nesta quinta
Arnaldo Tesch, então marido da acusada, foi assassinado em outubro de 2012. Relembre o caso
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O julgamento de Remi Pereira dos Santos e Gilvana Pires Pereira Tesch, acusados de participação no assassinato do empresário Arnaldo Tesch, de 36 anos, será realizado nesta quinta-feira (04) — mais de 11 anos após o crime.
O crime ocorreu em Santa Maria de Jetibá, na região Serrana do Estado, em 10 de outubro de 2012. O Júri Popular foi, anteriormente, marcado para julho de 2022, mas foi adiado após o então advogado de defesa de Remi Pereira dos Santos deixar o caso.
Arnaldo foi morto com facadas nas costas, dentro da fábrica dele, no bairro Córrego do Ouro. Na oportunidade, três homens invadiram a serraria e renderam Arnaldo Tesch e Remi, então sogro do empresário. Os dois foram levados para um local onde as câmeras não tinham alcance.
Segundo o Ministério Público do Espírito Santo, foi constatada a demora por parte de Remi em prestar socorro ao empresário, que perdeu muito sangue, não havendo chances para salvá-lo.
Além disso, as investigações apontaram que, momentos antes do crime, a viúva sinalizou com uma lanterna para que os três invasores entrassem em ação. Os três homens fugiram após o crime em um dos veículos de Arnaldo Tesch.
A motivação do assassinato, segundo as investigações, foi que Gilvana queria se separar de Arnaldo, mas, como não conseguiu, convenceu o empresário a fazer seguros de vida com valores altos no nome dela. Na sequência, teria contado com a ajuda do pai para matar o marido, ficando com o dinheiro do seguro.
O seguro seria em torno de R$ 700 mil, segundo a Polícia Civil revelou na época do assassinato.
Caso foi parar no STF
O caso tomou repercussão nacional do ano de 2019, quando o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o julgamento dos acusados fosse realizado em uma comarca diferente do local do crime. Na ocasião, o ministro acolheu o argumento da defesa de que haveria dúvida quanto à imparcialidade do júri.
Na época, a defesa dos réus alegou que família da vítima possuía influência financeira e política, e que o irmão de Arnaldo Tesch teria ameaçado a advogada dos réus bem como uma testemunha de defesa. Além disso, informações obtidas nas redes sociais revelavam, segundo eles, que todos os juízes possuíam laços de amizade ou parentesco com a família da vítima.
“Nas hipóteses de persecução penal, é preciso que seja observada a igualdade entre as partes, prerrogativa que compõe e dá significado à cláusula do devido processo penal”, disse Lewandowski na decisão.
O que diz a defesa dos réus
A defesa dos réus afirma que o crime aconteceu há mais de 10 anos e, até hoje, as pessoas que executaram Arnaldo Tesch não foram localizadas. "Há uma incompetência nessa investigação. Essa investigação foi direcionada com muito preconceito para poder incriminar Gilvana e Remi. Até hoje, a autoridade policial não indicou, não prendeu, não indiciou os executores", afirmou.
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