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Caso Kauã e Joaquim

"Ele matou as crianças", diz delegado que investigou Georgeval

Delegado Romel Pio de Abreu Junior foi a primeira testemunha a ser ouvida no julgamento do ex-pastor Georgeval Alves


Imagem ilustrativa da imagem "Ele matou as crianças", diz delegado que investigou Georgeval
Delegado Romel Pio foi o primeiro a depor |  Foto: Antônio Moreira - Arquivo/AT

O delegado Romel Pio de Abreu Junior, que presidiu o inquérito da morte dos irmãos Kauã e Joaquim, foi a primeira testemunha a ser ouvido no júri popular de Georgeval Alves Gonçalves. Durante o depoimento, que durou cerca de duas horas, o delegado contou detalhes da investigação e também sobre comportamentos do ex-pastor após a morte das duas crianças. 

"Logo no início do trabalho investigativo, fomos percebendo que a versão dele não se sustentava. Fui acionando perícias, ouvindo todo mundo que poderia colaborar com a investigação, todo mundo que estava presente no local, e, no final, a conclusão do trabalho não deixou sombra de dúvidas que ele incendiou as crianças. Ele matou as crianças", afirmou o delegado durante o depoimento.

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E completou: "Eu preferia que o resultado da investigação mostrasse que fosse um incêndio, mas, pelo contrário, assim que comecei a ouvir as pessoas e a receber os laudos periciais, eu e minha equipe tivemos certeza absoluta de que houve crime", afirmou. 

O delegado afirmou que, durante depoimento no inquérito, Georgeval relatou que estava sozinho em casa com o filho Joaquim e o enteado Kauã, já que a esposa Juliana Salles estava em viagem. O ex-pastor afirmou que passeou com os irmãos por alguns locais e o passeio terminou em uma sorveteria. 

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Logo depois, os três foram para casa, onde ficaram assistindo filme. Joaquim dormiu, por volta de 22h ou 23h, e Georgeval relata que o levou até o quarto, voltando para terminar de ver o filme com o enteado, que também acabou dormindo um tempo depois. O ex-pastor, naquela ocasião, narrou que também levou Kauã para o quarto e foi dormir.

O delegado revela que, no depoimento, Georgeval alegou que, algum tempo depois de ir dormir, acordou e se deparou com a babá eletrônica com imagens de chamas no quarto dos irmãos e gritando por socorro.

"Ele levantou, foi até o quarto, entrou e foi até a parte posterior do beliche, que dá, aproximadamente, 90 cm da porta, colocou a mão por cima da beliche, não encontrou as crianças, ouvia gritos das crianças na parte debaixo e, quando tentou levar a mão até elas, não conseguiu e saiu. Quando ele saiu, as chamas tomaram conta e ele não conseguiu mais entrar. Na versão dele, a todo momento ele tentou salvar as crianças, o que foi completamente descartado pela prova pericial e testemunhal", afirmou o Romel.

O delegado afirmou que Georgeval em nenhum momento tentou buscar ajuda e que as crianças não esboçaram reação, sendo carbonizadas. "Elas foram colocadas já naquele local desacordadas e isso impediu que elas pudessem fugir do local". 

Selfie antes coleta de DNA e lanche em depoimento

Durante o depoimento no julgamento, o delegado Romel Pio lembrou alguns fatos que chamaram a atenção dele na oitiva de Georgeval, nas investigações da Polícia Civil.

Uma das situações narradas pelo delegado foi que, durante o depoimento na delegacia, Georgeval se mostrou frio e "só demonstrava dor, quando lembrava que deveria demonstrar que estava sofrendo". "Eu acredito que, se tivesse feito uma piada, ele teria sorrido naquele momento", afirmou.

Conforme revelou em entrevista ao jornal A Tribuna, no dia 22 de fevereiro deste ano, Romel relatou no julgamento que Georgeval pediu uma pausa para lanchar enquanto prestava depoimento no inquérito que apurou a morte dos irmãos Kauã e Joaquim. "Ele recebeu o lanche e comeu, enquanto estava informando como havia perdido as crianças".

Segundo Romel, foi encontrado agente acelarante, combustível, somente no quarto onde estavam Kauã e Joaquim. Além disso, no carro, havia um galão de combustível. 

Outra situação relatada pelo  delegado foi que Georgeval tirou uma selfie sorrindo dentro do elevador no dia em que foi ao Departamento Médico Legal (DML) coletar amostra de DNA para realização de exames pela Polícia Civil. 

De acordo com Romel, o pastor se mostrou eufórico, em mensagens enviadas pelo celular, por "ter conseguido que o culto fosse filmado, fosse transmitido". Além de ter ido a lojas e shoppings para trocar roupas, em um intervalo de dois dias após a morte dos irmãos.

Defesa questiona sobre socorro

Os advogados de defesa do pastor Georgeval Alves questionaram o delegado sobre o ex-pastor não ter pedido socorro durante o incêndio. Romel relembrou que a primeira pessoa que apareceu no local afirmou, em depoimento, que arrombou o portão. "Ele não pediu socorro, ele não pediu ajuda. Ele estava inerte", diz o delegado. 

Romel relatou que só após o portão ser arrombado, o pastor foi para a rua e pediu socorro. 

No inquérito é relatado que Georgeval teria pensado em correr para a rodovia BR-101 para tirar a própria vida, mas que desistiu da ideia. "Não devem feito muito esforço [Corpo de Bombeiros para evitar a ação de Georgeval], porque se ele quisesse se matar mesmo, ele teria entrado no quarto para salvar as crianças e não correr para a BR-101 para se jogar na frente de um caminhão", afirmou o delegado. 

A defesa ainda perguntou se o local do incêndio foi preservado. Romel relatou que Georgeval e outras estiveram no local e retiraram várias documentos, papeis e tecidos em um local que só tinha cinzas.

Ao falar sobre as queimaduras de Georgeval, os ânimos se exaltaram. A defesa do ex-pastor questionou sobre o laudo de perícia, que atestou que "todas as lesões apresentadas pelo senhor Georgeval são compatíveis com ação física do elemento calor 'queimaduras'". Logo depois, a defesa questionou se o médico legista é o perito na área nesse tipo de exame e Romel confirmou. Assim que o delegado respondeu, a defesa encerrou, mas o responsável pelo inquérito quis explicar o restante da resposta. 

"As lesões minúsculas que ele tinha eram condizentes com calor", afirmou o delegado. "Todas", disse a defesa, sendo rebatida por Romel: "Eu estou afirmando, porque vi que as lesões eram minúsculas".

A defesa questionou "o senhor é o perito?", e Romel afirmou "ele só confirmou isso, que as lesões que ele possuía que eram ínfimas, minúsculas", sendo interrompido pela defesa e dando início a uma pequena discussão.

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