Caminhoneiro encontrado enterrado em Vila Velha foi morto por enteados, diz polícia
Um dos suspeitos de matar Cláudio Bernardo da Silva, o "Colô", foi preso e negou participação no crime. Já o irmão dele segue foragido
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A Polícia Civil concluiu que o caminhoneiro Cláudio Bernardo da Silva, o "Colô", de 58 anos, encontrado morto e enterrado na Praia dos Recifes, em Vila Velha, no mês passado, foi assassinado pelos dois enteados. O crime aconteceu no dia 4 de março, em Praia Grande, Fundão.
Cláudio chegou a ser dado como desaparecido, mas o corpo dele foi localizado 15 dias depois. Por causa do avançado estado de decomposição do cadáver, a polícia não conseguiu identificar a causa da morte. Mas disse que não foram encontrados no corpo perfurações de tiros ou facadas, e que Cláudio estava com as mãos e os pés amarrados e com uma corda em volta do pescoço.
Os dois autores do crime, apontados pela Polícia Civil, são Pablo dos Santos Malaquias, de 31 anos, que está preso, e Tiago dos Santos Malaquias, de 36, que segue foragido. Segundo a polícia, os dois têm passagens por crimes como roubo, homicídio, porte de arma e violência contra mulher.
De acordo com as investigações, o caminhoneiro foi vítima de latrocínio — roubo com morte. Isso porque, além de matarem o padrasto, os dois suspeitos teriam roubado a carteira, com o cartão de crédito, além do veículo da vítima.
De acordo com o titular da Delegacia de Polícia (DP) de Fundão, delegado Leandro Sperandio, além do interesse financeiro, os suspeitos tinham uma rixa com Cláudio, já que a vítima frequentemente se desentendia com eles, no intuito de proteger a companheira, mãe dos suspeitos.
"Todo crime de latrocínio é motivado principalmente pelo lucro, pela questão patrimonial. Mas, nesse caso, além da questão patrimonial, além de subtrair o carro e os pertences da vítima, os dois autores tinham uma rixa, um desentendimento com a vítima. Porque os dois autores tratavam mal a mãe, procuravam sempre ter dinheiro da mãe, uma espécie de extorsão, de forçar a barra para que a mãe pagasse o vício deles, já que os dois são usuários de droga. Então, o Cláudio, companheiro da mãe, entrava naquela discussão para defender a sua esposa, não deixar que os filhos dela importunassem daquela forma como eles importunavam, tratar daquela maneira hostil que eles tratavam a mãe", explicou.
Cláudio era morador de Vila Velha, mas na época do crime, ocorrido durante o Carnaval, passava os dias de folga com a família na casa de praia deles, em Praia Grande. Segundo as investigações, ele foi morto pelos dois enteados na casa de praia, na madrugada do dia 4. Em seguida, o corpo dele foi levado até a região da Grande Terra Vermelha, em Vila Velha.
As investigações apontaram que o caminhoneiro havia saído na noite do dia 3 para levar a esposa até o trabalho, em um asilo em Praia Grande — ela trabalha como cuidadora de idosos. Ao chegar em casa, por volta da meia-noite, a vítima foi morta pelos dois enteados, que estavam no local, segundo a polícia.

Em seguida, o corpo foi levado para Vila Velha no carro da vítima, onde a perícia encontrou marcas de sangue.
"Eles tentaram ocultar o cadáver em Guarapari, mas não conseguiram encontrar um local seguro para fazerem isso. No retorno, eles param em um local ermo, na Praia dos Recifes, na divisa com a Barra do Jucu, em Vila Velha, e ocultam ali o cadáver, em uma cova profunda", contou Sperandio.
Ao retornarem para Praia Grande, os dois se encontraram com a mãe e disseram não saber sobre o paradeiro do padrasto. A mulher então procurou a polícia e relatou sobre o desaparecimento do marido.
O carro de Cláudio foi encontrado com Pablo, que, segundo a polícia, negou ter matado o padrasto. Disse ainda que Thiago é que teria pegado o carro de Cláudio emprestado e que teria pedido para o irmão ir buscar o carro.
Pablo foi preso, pois contra ele já havia um mandado de prisão em aberto por outro crime. "Nós encontramos, no mesmo dia, o veículo da vítima, pertences pessoais, telefone celular e a carteira da vítima em poder do Pablo, que já era evadido do sistema prisional".
Apesar da rixa pessoal com a vítima, na época do crime os dois enteados teriam feito as pazes com a vítima e, por isso, passavam o Carnaval com a família na casa de Praia.
"Os dois enteados tinham um relacionamento hostil com a vítima, porém, no período do Carnaval, eles forçaram um diálogo, de maneira que eles convenceram a vítima a aceitá-los de novo dentro de casa. Então eles fizeram uma aproximação, como se fosse um período de desculpa, de apaziguamento, para que pudessem recomeçar uma nova história entre eles. Mas dois, três dias depois desse recomeço, já veio essa esse crime bárbaro, cruel, e a vítima foi encontrada dessa forma.
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