Advogados acusados de participar de facção são alvo de operação no Estado
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O Ministério Público do Estado do Espírito (MPES), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou na manhã desta segunda-feira (19) a "Operação Armistício”, que cumpre 37 mandados de prisão e de busca e apreensão, sendo 9 contra advogados acusados de repassar ordens de criminosos que estão no sistema prisional.
Segundo o Ministério Público do Estado do Espírito (MPES), a investigação apura "crimes praticados por organização criminosa autointitulada Primeiro Comando de Vitória (PCV), com a participação de advogados, que se utilizam indevidamente de prerrogativas essenciais à advocacia para garantir comunicação criminosa entre lideranças da facção criminosa, que se encontram custodiados em unidades prisionais do Estado, com integrantes em liberdade e também foragidos do sistema judiciário", informou a assessoria do MP-ES em nota.
As investigações tiveram início em 2019 e, ainda de acordo com o MP-ES, interceptações telefônicas e de telemática, dentre outras diligências investigativas, possibilitaram a obtenção de provas de tráfico de drogas, aquisição e porte de armamentos e munições, execução e planejamento de crimes de homicídio, queima de ônibus e outras ações violentas. Segundo o MP-ES, esses crimes eram executados por meio de comunicação exercida por advogados.
Ao todo, são cumpridos 37 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão em municípios da Grande Vitória, Aracruz e São Mateus.
"Existem mandados relacionados a nove advogados, cuja busca e apreensão tem acompanhamento de representantes da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Espírito Santo (OAB-ES), em cumprimento de decisão judicial da 10ª Vara Criminal de Vitória", informou o MP-ES.
Além dos mandados judiciais, serão cumpridas notificações de advogados para serem ouvidos perante o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
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