Justiça manda investigar policiais que prenderam casal suspeito da morte de menino
Juiz determinou que Corregedorias da Polícia Civil e Militar apurem a conduta dos agentes envolvidos na prisão de Antônio Lopes e Giselda da Silva
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A Justiça determinou que as Corregedorias das Polícias Civil e Militar investiguem a conduta dos policiais que participaram da prisão de Antônio Lopes Severo Frajola e Giselda da Silva Andrade. Ambos são suspeitos da morte do menino Arthur Ramos Nascimento, de 2 anos, em Tabira, no Sertão de Pernambuco. O crime chocou o país.
A decisão foi tomada pelo juiz João Paulo dos Santos Lima após Antônio ter sido linchado por populares. Ele foi retirado de dentro de uma viatura policial e espancado até a morte. Morreu quando estava em poder do estado.
O caso foi divulgado no Brasil Urgente, comandado por Moab Augusto. O casal ficou foragiado antes de ser capturado.
O magistrado destacou no documento que o laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) apontou que Giselda apresentava um hematoma na região torácica, compatível com lesões provocadas por tapas, além de um ferimento na cabeça.
Depois da morte do companheiro, ela foi levada para a delegacia de Arcoverde, onde ficou na carceragem e passou por audiência de custódia online. Sua prisão preventiva foi decretada, e ela está atualmente num presídio do estado que não foi divulgado.
Logo após a prisão do casal, a Polícia Civil e a Polícia Militar divulgaram imagens de ambos com marcas de sangue no rosto.
Frajola, inclusive, apresentava um corte visível. Inicialmente, foi levantada a hipótese de os ferimentos terem sido causados pela vegetação da Caatinga, já que os dois tentaram fugir pela área. No entanto, Giselda denunciou ter sofrido violência policial.
Diante disso, o juiz responsável pelo caso determinou que as corregedorias das polícias apurem as circunstâncias da prisão e as possíveis agressões cometidas contra os suspeitos.
Nos últimos dias, um áudio impactante veio à tona. Nele, Giselda conversa com Giovana, mãe do menino Arthur, que perguntava por por ele. A gravação registra o choro da criança, que chamava muito pela mãe durante a ligação. Arthur foi alvo de violência doméstica antes de falecer e havia indícios de que ele foi abusado sexualmente.
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