Fernando e ex-mulher são indiciados por morte de Esther; suspeito inicial fica fora
MPPE recebe investigação que aponta envolvimento de ex-casal, que chegou a participar das buscas pela criança desaparecida
Passados pouco mais de trinta dias da morte de Esther Isabelly Pereira, de 4 anos, a Polícia Civil concluiu o inquérito que investigou o caso e indiciou duas pessoas já presas durante as apurações.
O relatório final foi encaminhado na quarta-feira (3) ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que decide, a partir de agora, se oferece denúncia à Justiça ou se determina novas diligências.
A entrega do material marca uma nova fase na investigação, que mobilizou moradores de São Lourenço da Mata, equipes policiais e familiares desde o desaparecimento da menina, registrado no dia 20 de outubro. O caso saiu de São Lourenço, onde o crime bárbaro ocorreu, e passou a ser investigado pela Delegacia de Camaragibe.
“O Ministério de Público de Pernambuco (MPPE), por meio da Promotoria de Justiça Criminal de São Lourenço da Mata, confirma o recebimento do Inquérito Policial n° 2025.0479.000590-39, na tarde da quarta-feira (03.12) e o analisará dentro do prazo legal. O MPPE informa também que os suspeitos se encontram presos temporariamente”, disse em nota enviada o Tribuna Online PE.
O desfecho dessa fase mostra que o pai de Esther estava embasado em informações ao apontar o envolvimento de Uilma, quando muitos duvidavam.
Indiciados estavam na linha de frente das buscas
De acordo com informações obtidas com fontes ligadas à polícia, os responsáveis pelo crime, segundo a investigação, seriam Fernando Santos de Brito, 31 anos, e Uilma Ferreira dos Santos, 33 anos. Os dois, que já foram um casal, já tinham sido presos por suspeitas levantadas ao longo das investigações.
As descobertas chamam atenção porque ambos participaram ativamente das buscas pela criança. Fernando foi registrado, inclusive, em um protesto de moradores no dia do sumiço em cima de um cavalo.
Já Uilma relatou à polícia que percorreu várias áreas próximas à residência de Esther e garantiu ter verificado a cacimba onde o corpo seria encontrado horas depois — segundo ela, nada havia no local naquele momento.
Dias mais tarde, a mulher apresentou duas versões diferentes sobre a conversa que teria mantido com Fabiano Rodrigues de Lima, vizinho e então principal suspeito. A mudança de relatos acendeu alerta entre os investigadores. A motivação ainda é totalmente desconhecida do público.
Veja o que disse Uilma antes de ser presa em entrevista à TV Tribuna: aqui
Acusações: homicídio e ocultação de cadáver
Com base nas contradições e nos elementos levantados, a Polícia Civil indiciou Fernando por homicídio e Uilma por ocultação de cadáver.
Eles moravam nas proximidades da família de Esther, no bairro do Pixete, área onde a menina brincava e circulava com frequência. A polícia não detalhou, até agora, a dinâmica exata do crime nem a motivação.
Fabiano, apontado como suspeito desde o início, não é indiciado
Um caso chama a atenção. Durante parte da investigação, Fabiano Rodrigues de Lima, 27 anos, esteve no centro das suspeitas e poderia ter sido linchado. Ele foi preso, ouvido e citado repetidas vezes como possível autor do crime. A informação que não se confirmou até agora. Não se sabe, por exemplo, porque ele não foi indiciado, assunto que deve ser comentado em coletiva da polícia ainda nesta sexta-feira, que pode ser acompanhada ao vivo a partir das 12h no JT1 (canal 4.1) ou no https://www.youtube.com/@TVTribunaPE..
No relatório final, a polícia não o indiciou, o que pode levar a sua liberação. Com isso, cabe ao MPPE analisar se a investigação precisa ser ampliada ou se a denúncia segue apenas contra os dois nomes já apontados.
Os novos rumos sobre Fabiano reacendem dúvidas entre moradores, que acompanharam de perto as primeiras fases do caso, marcadas por buscas intensas e clima de comoção coletiva.
Porém, mostra a importância de não fazer justiça com as próprias mãos, embora a comoção do momento tenha provocado isso com frequência.
Cacimba e cenário do crime ainda levantam dúvidas
Esther foi encontrada morta na noite de 20 de outubro. O cenário era aterrador, emocionou policiais, bombeiros e repórteres presentes. Ela estava de cabeça para baixo, dentro de uma cacimba com aproximadamente quatro metros de profundidade.
A cena mobilizou equipes de perícia, que também localizaram preservativos no entorno, fato que, na época, levantou a hipótese de que o crime pudesse estar relacionado a um suposto ritual macabro, por conta da presença de vela de cores diferentes..
Nenhuma linha de motivação, porém, foi confirmada oficialmente até o momento.
Comoção, protestos e cobranças
O desaparecimento e a morte da menina provocaram uma onda de revolta no bairro. Moradores se mobilizaram em caminhadas, protestos e mutirões espontâneos de busca. A presença de um dos indiciados nesses atos, o Fernando, ampliou a perplexidade de quem acompanhou a investigação desde o início.
A família de Esther, aguarda posicionamento do MPPE para compreender os próximos passos da responsabilização dos envolvidos.
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