Deolane Bezerra e as "Canibais de Garanhuns": dividindo a mesma unidade prisional
Influenciadora foi presa por suposto envolvimento em organização criminosa investigada por jogos de azar e lavagem de dinheiro
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A prisão da influenciadora e advogada Deolane Bezerra, em uma penitenciária de Buíque, no Agreste de Pernambuco, a 284 quilômetros do Recife, chama atenção por um detalhe curioso.
Embora esteja isolada em uma cela, Deolane compartilha a mesma instituição prisional com Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva, ambas condenadas pelos crimes de "canibalismo" que chocaram o país. A penitenciária tem capacidade para 107 detentas, mas atualmente está com 265 mulheres.
Deolane foi levada à Penitenciária de Buíque nesta última terça-feira (10), após ter a prisão domiciliar revogada.
A Justiça entendeu que ela descumpriu as medidas cautelares exigidas, como não falar com a imprensa, não fazer postagens em redes sociais. A influenciadora disse que sua prisão foi “criminosa” e feita com abuso de poder do delegado Paulo Gondim.
Notoriedade
Deolane e as duas mulheres chamadas na época de "canibais" dividem apenas a notoriedade em seus casos. Enquanto Deolane foi presa recentemente pela Operação Integration, que investiga lavagem de dinheiro e jogos de azar, Isabel e Bruna são lembradas por crimes que causaram repulsa em toda a sociedade.
Ao contrário de Deolane, que ainda conta com o apoio de seus fãs, as condenações de Isabel e Bruna não geraram empatia, dada a brutalidade dos assassinatos que cometeram.
Até o momento, a Polícia Civil não divulgou o suposto papel de Deolane na organização criminosa, já que o processo corre sob segredo de justiça. Ela ainda não foi julgada.
Já Isabel e Bruna foram condenadas, com Jorge Negromonte da Silveira, há mais de uma década por participação em assassinatos e canibalismo, atos que envolviam o consumo e a venda de carne humana em salgados, na cidade de Garanhuns.
O caso dos "Canibais de Garanhuns" teve início com o desaparecimento de Giselly Helena da Silva.
Após o uso de seu cartão de crédito pelos criminosos, a polícia conseguiu rastreá-los e descobriu que os corpos de Giselly e de outras duas vítimas estavam enterrados no quintal da casa dos acusados.
O trio fazia parte de uma seita chamada Cartel, que acreditava na purificação do mundo através de assassinatos e redução da população.
Em 2014, Jorge Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva foram condenados a penas superiores a 20 anos de prisão. Os dois primeiros receberam penas de 71 anos, enquanto Isabel foi sentenciada a 68 anos de reclusão.
Embora estejam detidas na mesma penitenciária, essa proximidade entre Deolane e as duas "canibais" não interfere nos desdobramentos dos casos, sendo apenas uma coincidência dentro do sistema prisional de Pernambuco.
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