Criminoso que facilitou fuga em massa de 20 presos é preso no Cabo, PE
Suspeito usava identidades falsas, articulava sequestros no Grande Recife e é comparsa de homicida conhecido por agir com crueldade
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Foi preso em Enseada dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho — município que figura entre os dez mais violentos do Brasil — um dos criminosos mais procurados de Pernambuco. Conhecido como Fabinho FB, ele já havia participado da fuga de 20 presos da Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, e é apontado como articulador de sequestros na Região Metropolitana do Recife. A prisão foi realizada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICO).
Falso nome, identidade trocada e bloqueadores de GPS
Para despistar os investigadores, o suspeito usava pelo menos três identidades falsas com nomes e idades diferentes. Também foram apreendidos bloqueadores de sinal de rastreamento, equipamentos para burlar GPS e um celular que será periciado.
A dificuldade em localizá-lo se deu justamente por esse esquema de disfarces. Segundo a Polícia Federal, mesmo com os documentos forjados, os agentes o reconheceram pela fisionomia. “A FICO já vinha investigando há muito tempo. Mesmo com identidades falsas, sabíamos quem ele era”, afirmou o chefe de comunicação da PF em Pernambuco, Giovanni Santoro.
Sequestrador e comparsa de criminoso violento
Fabinho FB é apontado como comparsa de John Caetano da Silva, o Jones, criminoso já conhecido das autoridades por homicídios cometidos por motivos banais. Em 2016, os dois teriam participado da explosão de parte do muro da Barreto Campelo, facilitando a fuga de cerca de 20 detentos. Inclusive, John Caetano está no Presídio Leonardo, novo do complexo do Curado.
Além disso, o suspeito vinha sendo investigado por envolvimento em diversos sequestros na Região Metropolitana do Recife, além de ser acusado de comandar outros grupos criminosos.
“A prisão de uma pessoa como essa impacta diretamente nos índices de violência. Retirá-lo de circulação é uma vitória para a sociedade”, declarou Santoro.
Tráfico, lavagem e associação: penas passam de 30 anos
Contra ele pesavam dois mandados de prisão. Um deles era de recaptura, expedido pela 2ª Vara Regional de Execução Penal da Capital, por evasão de unidade prisional. O outro, de prisão temporária, foi expedido pela 9ª Vara Criminal do Recife. Ambos estão relacionados a investigações sobre tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e associação criminosa, com base nos artigos 33 e 35 da Lei de Drogas (Lei 11.343/06) e no artigo 2º da Lei 12.850/2013.
Somadas, as penas ultrapassam os 30 anos de reclusão.
Risco de nova fuga?
O preso foi levado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (COTEL), onde permanece à disposição da Justiça. Isso não deixa de gerar uma certa preocupação aos olhos mais atentos. Apesar do histórico de fuga em massa, ele não foi encaminhado para um presídio de segurança máxima, o que pode representar risco à segurança pública.
Órgãos como o Ministério Público, a Secretaria de Segurança Pública ou a própria direção de um presídio estadual podem pedir a transferência em caráter preventivo, especialmente se houver risco de articulação de novos crimes, como sequestros ou fuga em massa.
Os crimes de Fabinho, segundo a PF
- Já facilitou a fuga de 20 presos;
- usava várias identidades falsas;
- portava bloqueadores de GPS;
- está ligado a sequestros e tráfico de drogas;
- e era considerado altamente perigoso.
O caso do suspeito parece ter argumentos de sobra para justificar a ida dele a um presídio de segurança máxima
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