Morte após harmonização de glúteos: Cremepe investiga clínica no Recife

Adriana cuidava da mãe, que está acamada, e tinha um filho |  Foto: Divulgação/Redes Sociais

A morte da comerciante Adriana Barros Lima Laurentino, de 46 anos, poucas horas após realizar um procedimento estético no Recife, levou o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) a abrir uma investigação. Adriana havia se submetido a uma harmonização nos glúteos com um profissional que, de acordo com o Conselho, não estava regularizado para exercer a medicina no estado.

O caso, que gerou ampla repercussão, está sendo investigado sob sigilo para garantir a imparcialidade do processo. Durante fiscalização na clínica onde o procedimento foi realizado, o Cremepe informou, em nota, que identificou irregularidades graves.

Marcelo Vasconcelos, o médico responsável pela intervenção estética conhecida como “harmonização de bumbum”, realizada na clínica Bodyplastia, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, não possui registro ativo no Conselho Regional de Medicina, conforme a entidade. Além disso, a clínica não apresentava estrutura adequada para procedimentos dessa natureza.

Adriana passou pelo procedimento na última sexta-feira (10) e, segundo o atestado de óbito, morreu em decorrência de "choque séptico" (infecção generalizada) e "infecção no trato urinário". A família informou que ela desembolsou mais de R$ 11 mil pelo procedimento e que foi utilizado um produto chamado polimetilmetacrilato, conhecido como PMMA.

Em entrevista ao repórter Carlos Simões, divulgada no Jornal da Tribuna 1ª Edição, Rita de Cássia Barros, prima de Adriana, revelou que apenas o filho da comerciante sabia sobre a realização do procedimento.

Após ser liberada da clínica, Adriana relatou dores intensas. No dia seguinte, foi encontrada sem vida em sua residência. O corpo foi sepultado na segunda-feira (13), no Cemitério de Santo Amaro, no Centro do Recife.

Adriana era a principal cuidadora da mãe, que está acamada. “A gente quer resposta porque nossa prima é uma filha amada. A Anvisa não autoriza este produto para aumento de volume com estética, o Conselho de Medicina Plástica não autoriza a utilização desse produto”, destacou Rita. “Não vai ficar impune. A gente quer deixar esse alerta: muito cuidado, esse polímero que foi inicialmente fabricado para usar em manufaturas, como liga, e aí a gente quer respostas”.

A Polícia Civil informou, por meio da assessoria de imprensa, que registrou o caso como "outras ocorrências contra a pessoa" por meio da Central de Plantões da Capital. "As diligências seguem até o esclarecimento do ocorrido". 

Marcelo Alves de Vasconcelos diz que seguiu padrões éticos e técnicos da profissão |  Foto: Reprodução das redes sociais do profissional, editada com mudança de fundo

Médico se posiciona sobre morte de paciente que fez harmonização de glúteos

O médico Marcelo Alves Vasconcelos, que realizou o procedimento estético de harmonização de glúteos na comerciante Adriana Barros Lima Laurentino, de 46 anos, defendeu-se, nesta terça-feira (14), por meio de um comunicado assinado pelo advogado Lymark Kamaroff, inscrito na OAB/RJ sob o nº 109.192. Adriana faleceu poucas horas após a intervenção, realizada na clínica Bodyplastia, no Recife.

Em nota, o defensor declarou que o médico está regularmente inscrito no Conselho Regional de Medicina do Ceará (CRM/CE) sob o nº 19283, e lamentou profundamente o ocorrido. Ele reforçou que "não há nexo de causalidade entre a intercorrência sofrida pela paciente e a atuação do Dr. Marcelo". Segundo a defesa, o procedimento foi conduzido dentro dos padrões técnicos e éticos da profissão.

Veja todos os argumentos apresentados pela defesa do médico na matéria completa do site Tribuna Online