Moradores de Santo Amaro exigem Justiça após bebê sofrer agressão brutal
Criança foi agredida, segundo laudo do HR, e passou por cirurgia que durou cinco horas
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Moradores do bairro de Santo Amaro, na Zona Central do Recife, cobraram empenho da polícia para garantir a prisão de Tyago Bezerra da Silva, de idade não revelada. Ele é suspeito de ter agredido sua enteada, uma criança de 1 ano e 3 meses, no início de agosto. O rapaz está foragido desde então.
O homem, que era padrasto da bebê há cinco meses, contou várias versões sobre as marcas encontradas no corpo da criança, como mordidas e traumatismo craniano. Ele mesmo ajudou a socorrer a menina para o Hospital Helena Moura, na Tamarineira, Zona Norte do Recife. Depois, ela foi encaminhada ao Hospital da Restauração.
Na época, Tyago afirmou à TV Tribuna PE que a bebê teria levado uma queda e sido mordida por um gato. Também relatou que tinha ido tomar banho para ir trabalhar quando a menina caiu da cama.
Tyago Bezerra da Silva disse que estava tomando banho, quando o acidente aconteceu. No entanto, o laudo do Hospital da Restauração, localizado no bairro do Derby, informou que a menina tinha sido agredida.
O protesto e o pedido de punição
Durante o protesto, que paralisou o trânsito na Avenida Agamenon Magalhães na noite desta quarta-feira (21), amigos e conhecidos da mãe da criança pediram agilidade da polícia na solução do suposto crime. A mãe, que não terá o nome divulgado nesta matéria, está revoltada.
“Minha filha está muito debilitada, não movimenta mais a parte esquerda do corpo, não senta, não anda, não é mais do jeito que ela era. Ela era divertida, andava, comia. Hoje em dia ela vive debilitada”, disse a mãe.
Segundo a mãe, embora seu ex-companheiro tenha garantido que a criança levou uma queda, o laudo hospitalar mostrou outra coisa.
“Foi constatado que não foi baque de cama, ela tinha sofrido agressão, foi espancada. Sofreu mordida pelo pé, tinha marcas nas costas e trauma craniano. Ela ficou com edema na cabeça e teve que passar por uma cirurgia durante cinco horas para poder sobreviver”, contou, revoltada.
Saiba mais - A criança foi agredida no dia 2 de agosto passado e passou por dois hospitais, tendo ficado internada na UTI pediátrica do Hospital da Restauração.
Na época, o padrasto da bebê chegou a ser ouvido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, mas a polícia ainda não tinha o laudo confirmando a agressão. A mãe e a babá também foram ouvidas pelo DHPP.
A mãe, de 32 anos, contou que saiu para trabalhar e deixou a criança aos cuidados do companheiro, com quem vivia há cinco meses. Normalmente, a menina era deixada na casa da babá, mas estava em sono profundo e a mãe preferiu deixá-la dormir mais um pouco, aos cuidados do padrasto.
Por volta das 8h20, os dois se falaram por telefone e o padrasto relatou que a criança estava bem e “descansando”. Já perto de 10h50, eles se falaram novamente por telefone e o padrasto perguntou se a menina tinha levado alguma queda durante a noite, recebendo uma negativa da mãe.
Pouco depois, ele enviou uma foto que mostrava um edema na cabeça da bebê e a mãe se desesperou, sendo liberada do trabalho para ajudar a socorrer a criança. O padrasto estava muito nervoso ao conceder entrevista à TV Tribuna, que acompanhou o caso de perto com Marwyn Barbosa e Simone Santos.
Ainda de acordo com moradores de Santo Amaro, o ex-padrasto usa as redes sociais para se comunicar, mas ainda não foi localizado pela polícia.
Infelizmente, esta não é a primeira vez que um bebê é vítima de agressão vinda de um ente de sua relação familiar, alguém que deveria protegê-la. Pernambuco ainda é o segundo lugar mais violento do Nordeste com relação a crianças e adolescentes de 0 a 19 anos.
Veja matéria da TV Tribuna PE abaixo
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