Papa diz que diversidade 'é indispensável' ao empossar novos cardeais
A iniciativa é tida como uma oportunidade de mudar a dinâmica de poder na Igreja e dar mais voz às mulheres e pessoas marginalizadas pela sociedade
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O papa Francisco empossou 21 novos cardeais, ampliando, com isso, o número de membros da Igreja Católica com direito a voto sobre quem será o futuro comandante da instituição. A cerimônia, conhecida como consistório, foi realizada neste sábado (30) na praça São Pedro, no Vaticano.
Do conjunto de cardeais empossados, 18 têm menos de 80 anos e podem, de acordo com as leis eclesiásticas, participar de um conclave secreto para eleger o próximo papa após a morte ou renúncia de Francisco.
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De acordo com a Reuters, os outros três que já passaram da idade limite receberam homenagens pelo longo serviço eclesiástico. Na cerimônia, todos usavam o chapéu vermelho de três lâminas conhecido como "barrete" que distingue os conselheiros mais próximos do papado pelo mundo.
Os religiosos vêm de países tradicionais no clero católico, mas também de lugares como Sudão do Sul --a nação, considerada a mais jovem do mundo por ter sido fundada há meros 13 anos, viu seu primeiro cardeal ser nomeado, o arcebispo Stephen Ameyu Martin Mulla, de Juba, a capital.
Outra nomeação importante foi a do arcebispo Stephen Chow Sau-Yan, de Hong Kong. Ele é visto como um dos elos entre a igreja e a China comunista, local em que o Vaticano tenta melhorar as condições para os católicos.
"A diversidade é necessária, é indispensável", disse o papa Francisco durante a cerimônia, a nona em que participa desde sua eleição, há dez anos.
Ao todo, a cúpula católica conta com 137 cardeais eleitores. Mais de 70% deles foram escolhidos por Francisco, o que supostamente pode aumentar as chances de seu substituto manter a linha mais progressista e inclusiva na fé católica que deve ficar marcada como o legado do argentino.
No próximo quarta-feira (4), Francisco lidera a reunião do Sínodo da Sinodalidade, onde será discutido o futuro da Igreja Católica. O encontro, planejado para durar até o dia 29, foi preparado ao longo dos últimos dois anos a partir de pesquisas sobre o que aqueles que professam o catolicismo esperam do futuro de sua fé.
A iniciativa é tida como uma oportunidade de mudar a dinâmica de poder na Igreja e dar mais voz às mulheres e pessoas marginalizadas pela sociedade. Para os conservadores, no entanto, a reunião é vista como uma perda de tempo com potencial de corroer a estrutura hierárquica da igreja.
OS NOVOS CARDEAIS
Eleitores
D. Robert Francis Prevost (EUA), 68, prefeito do Dicastério para os Bispos
D. Claudio Gugerotti (Itália), 68, prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais
D. Víctor Manuel Fernández (Argentina), 61, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé
D. Emil Paul Tscherrig (Suíça), 76, núncio apostólico
D. Christophe Louis Yves Georges Pierre (França), 77, núncio apostólico
D. Pierbattista Pizzaballa (Itália), 58, patriarca latino de Jerusalém
D. Stephen Brislin, 67, arcebispo da Cidade do Cabo (África do Sul)
D. Ángel Sixto Rossi, 65, arcebispo de Córdoba (Argentina)
D. Luis José Rueda Aparicio, 61, arcebispo de Bogotá (Colômbia)
D. Grzegorz Rys, 59, arcebispo de Lódz (Polônia)
D. Stephen Ameyu Martin Mulla, 59, arcebispo de Juba (Sudão do Sul)
D. José Cobo Cano, 58, arcebispo de Madri (Espanha)
D. Protase Rugambwa, 63, arcebispo coadjutor de Tabora (Tanzânia)
D. Sebastian Francis, 72, bispo de Penang (Malásia)
D. Stephen Chow Sau-Yan, 64, bispo de Hong Kong
D. François-Xavier Bustillo, 55, bispo de Ajaccio (França)
D. Américo Manuel Alves Aguiar, 50, bispo auxiliar de Lisboa (Portugal)
Rvdo. Ángel Fernández Artime, 63, reitor-mor dos salesianos (Espanha)
Não eleitores
D. Agostino Marchetto (Itália), 83, núncio apostólico
D. Diego Rafael Padrón Sánchez, 84, arcebispo emérito de Cumaná (Venezuela)
Pe. Luis Pascual Dri, 96, confessor no Santuário de Nossa Senhora de Pompeia, Buenos Aires (Argentina)
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